quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Dicas de Estudo
Nesta seção, você terá acesso a excelentes dicas de como estudar, como ler bem, como produzir um bom trabalho, como educar a memória e como fazer bons resumos. O mais importante é saber que é preciso estudar todos os dias e que, seguindo este conselho, você perceberá que não precisará sacrificar os fins-de-semana, muito menos os feriados.
Dormir ao menos oito horas todos os dias (ininterruptas, ok? Nada de dormir três horas à tarde, outras duas à noite...) e estabelecer técnicas de concentração para estudar são boas maneiras de se manter atualizado com o conteúdo ministrado pelos professores.
E por fim, manter uma vida saudável é essencial não só para conseguir estudar, mas também para ter uma excelente qualidade de vida. Praticar exercícios, sair com os amigos, viajar nas férias e se afastar de todos os vícios – inclusive o cafezinho – são boas maneiras de manter sua mente disposta para todo o “batidão” que vem aí com o vestibular.
E agora, não deixe de ler todas essas dicas mais aprofundadas nos links abaixo! Bons estudos!
Por Marla Rodrigues
Equipe Brasil Escola
A origem popular de certas expressões brasileiras
Remontando aos tempos pré-modernos, havia uma expressão muito usual entre os casais que queriam sentir-se mais à vontade sem que ninguém estivesse segurando a vela.
Pois bem, esta expressão “Segurar Vela” remonta um passado bastante histórico. Quando não existiam lâmpadas, a principal fonte de luz eram as velas.
Não era hábito incomum, na época, os trabalhadores braçais as segurarem para que seu senhor enxergasse o que estava fazendo.
Nos recintos abertos ao público à noite, como teatros, meninos acendiam e seguravam velas para iluminar o palco.
Em obscuros tempos medievais, um criado da casa tinha singular e discreta obrigação: a de segurar um candeeiro para iluminar as relações sexuais dos patrões, entretanto, o criados deveria ficar de costas para não ver os folguedos e, assim não invadir a privacidade do casal - embora pudesse escutar gemidos e grunhidos, sons da própria alcova. O grotesco procedimento caiu em desuso, obviamente, após a invenção da eletricidade.
Caso fôssemos associar esta expressão à modernidade atual, ela certamente se restringiria ao universo das gírias, como sendo aquela pessoa que não é bem aceita, que “embaça” a convivência.
Outra expressão é Vira-Lata - que retrata aquele cachorro se pedigree, o mais baixo representante da raça canina, que vive na rua revirando lixo a procura de comida, sem ter ninguém que se interesse por ele.
Por volta da década de 40, Carlito Rocha, então presidente do Botafogo - Rio, encantou-se com um vira-lata malhado de preto e branco, as cores do alvinegro carioca.
Ele transformou Biriba no mascote do clube,e a lenda conta que o animal ajudou o time a levantar o título de 1948, com só uma derrota - para o São Cristóvão, por 4X0, logo no primeiro jogo do campeonato.
Pode ser lenda, mas tem pessoas que acreditam...
Coroa - É um termo jocoso atribuído a pessoas com mais de 40 anos. Mas a expressão vem do latim corona, círculo, roda.
Em termos físicos, é o ornamento de formato circular usado sobre a cabeça como símbolo de poder e legitimidade - até mesmo em concursos de beleza.
É a tonsura circular usada por sacerdotes na parte superior da cabeça, o círculo luminoso que se forma ao redor do Sol ou da Lua em decorrência da modificação da luz na atmosfera úmida.
A parte do dente revestida de esmalte, o arranjo floral sobre o túmulo e o ornamento que arremata o topo de um edifício, seu coroamento.
Perceberam quantas acepções? Porém, nenhuma analogia com a figura humana com mais de 40anos, não é mesmo?
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola
A linguagem abreviada dos internautas remonta um passado histórico
Com o advento da tecnologia, tornou-se muito usual as abreviaturas no que se refere à linguagem dos internautas. Tal prática não é bem aceita por estudiosos da língua, nem tão pouco pela maioria de educadores, pois quando se trata da linguagem formal, a mesma interfere na qualidade da escrita.
Mas você sabia que essa prática remonta tempos antigos?
Desde os primeiros séculos da história do Brasil havia a abreviatura de documentos, e dentre os fatores que contribuíam para esta ocorrência estavam: a falta de recursos em adquirir materiais, como tintas, papéis e plumas, em razão da distância entre Portugal e a colônia, e a ausência de um sistema ortográfico oficial para a língua portuguesa.
Com isso, a melhor opção era abreviar as palavras, em virtude da praticidade do ato frente à escrita de textos produzidos à mão.
Mesmo quando surgiram os primeiros documentos impressos, ainda no século XVII, com a chegada da família real portuguesa, as abreviaturas não deixaram de existir em razão dos altos preços dos materiais utilizados na impressão.
Isto dificulta o trabalho de pesquisadores em decifrar manuscritos antigos.
Para que possamos compreender melhor, um exemplo destas dificuldades é a letra ”P”, que quando grafada isoladamente possui até 50 significados identificados, desde as unidades de medidas, como “pé” e “polegada”, até os nomes próprios, como “Paulo” e “Pedro”.
Vejamos agora outros exemplos das abreviaturas coloniais:
X- Essa letra, na sua forma maiúscula, era empregada para designar “Cristo”.
7.bro e 8.bro - Essas abreviaturas serviam para grafar os nomes dos meses de setembro e outubro, muito semelhante ao modelo atual encontrado nas salas de bate -papo.
Vm - Hoje é muito comum colocar “vc” para abreviar você, e naqueles tempos era para designar “vossa mercê”.
Onra e Sõra - Abreviaturas de senhora.
Hoje, a constante repetição de termos em correspondências oficiais e empresariais é muito usual, como é o caso de Cia., Ltda.(abreviação de Companhia Limitada).
Em virtude disso, já existem órgãos responsáveis por padronizar as normas de abreviação para os textos oficiais, que é a ABNT (Associação Brasileira de Normas e Técnicas).
Como já foi mencionado anteriormente, o assunto gera polêmica entre muitas pessoas, entretanto, um estudo realizado pela pesquisadora Carla Jeanny Fusca, da Universidade Estadual Paulista, mostrou que o hábito de os internautas utilizarem uma linguagem reduzida para se comunicarem em tempo real não afeta o desempenho linguístico quando se trata de textos escritos, os mesmos apenas fazem a distinção entre a “situação contextual” em que estão inseridos, levando em consideração o perfil dos interlocutores envolvidos.
Não só na Internet se dá essa prática, mas também no uso de celulares no que se restringe ao envio de mensagens como torpedos e SMS, em que a abreviatura significa economia linguística e também financeira.
Diante disso, resta-nos concluir que em comparação com os tempos coloniais, apenas houve um método mais moderno de implementação, mas a técnica continua a mesma.
Vânia Duarte, Graduada em Letras, Brasil Escola
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Literatura Portuguesa nos séculos XVIII e XIX
O século XVII se transformou gradualmente na revolução literária que seria o romantismo. As idéias liberais do estrangeiro empaparam todas as disciplinas das letras e a aprendizagem. João B. de Almeida Garrett, o máximo expoente do romantismo francês, influiu enormemente a geração de poetas, dramaturgos e novelistas de época.
Um grupo de poetas dissidentes entre os que se encontravam: Antero de Quental, Teófilo Braga e Abílio Manuel Guerra Junqueiro, se revelaram contra o romantismo e incluiram em suas obras idéias sociais e filosóficas. José Maria Eça de Queiroz introduziu o realismo na novela e sentou as bases do seguinte meio século. A historiogafia mais narrativa que científica floresceu ao mesmo tmepo, Joquim P. de Oliveira Martins foi um dos escritores mais populares deste gênero.
Século XX
O Período moderno das letras portuguesas data do estabelecimento da república em 1910. Os escritores mais tardios foram mais sensíveis como desenvolvimento de outros países. Fernando Pessoa, grande desconhecido em vida, seria mais tarde aclamado como o melhor poeta moderno portugues e José Régio sobressaiu como poéta e teatrólogo.
A principios dos anos 70 os círculos literários portugueses se viram surpreendidos pela publicação de uma coleção de notas, histórias, cartas e poemas de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa. Estes volumes tiveram proibido por sua natureza erótica e feminista; voltaram as uras em abril de 74 depois do fracasso da ditadura de Salazar. Na última parte do século XX, a literatura portuguesa cresceu na África: Na Ángola, o poeta Agustinho Neto e o novelista Ludiano Vieira; em Mozanbique, o novelista Luís Bernardo Howana; e em Cabo Verde os novelista.
FONTE: http://www.linguaportuguesa.biz/portuguese/literature.asp
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Simbolismo
O precursor do Simbolismo é o francês Charles Baudelaire com a publicação de “As Flores do Mal”, em 1857. O Simbolismo surgiu em meio à divisão social entre as classes burguesa e a proletária, as quais surgiram com o avanço tecnológico advindo da Revolução Industrial.
O mundo estava em processo de mudanças econômicas, enquanto o Brasil passava por guerras civis como a Revolução Federalista e a Revolta da Armada, nos anos compreendidos entre 1893 a 1895.
Há um clima de grande desordem social, política e econômica nesse período de transição do século XIX para o século XX. As potências estão em guerra pelo poderio econômico dos mercados consumidores e dos fornecedores de matéria-prima, ao passo que no Brasil eclodiam as revoltas sociais.
O Simbolismo é a estética literária do final do século XIX em oposição ao Realismo e teve início no Brasil em 1893, com a publicação de “Missal” e “Broquéis”, obras de autoria de Cruz e Sousa. Teve seu fim com a Semana de Arte Moderna, que foi o marco do início do Modernismo.
O Simbolismo não é considerado uma escola literária, já que nesse período havia três manifestações literárias em confronto: o Realismo, o Simbolismo e o Pré-Modernismo.
Podemos diferenciar a estética poética simbólica da parnasiana, bem como da realista, no quesito de temas abordados: negação do materialismo, cientificismo e racionalismo do período do Realismo, busca ao interior do homem, da sua essência, uso de sinestesias, aliterações, musicalidade, além das dicotomias alma e corpo, matéria e espírito.
No período do Simbolismo podemos destacar os escritores Eugênio de Castro e Cruz e Souza.
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola
Parnasianismo
O Parnasianismo surgiu na França em oposição às escolas literárias Realismo e Naturalismo, opondo-se à prosa, já que foi um movimento essencialmente poético.
A escola teve influência da doutrina “arte pela arte” apresentada por Théophile Gautier, poeta e crítico literário francês, ainda no período do Romantismo.
A teoria da “arte pela arte” ressalta o belo e o refinamento através da autonomia da arte alheia à realidade.
O nome da escola vem do termo grego “Parnassus”, o qual indica o lugar mitológico onde as musas moravam.
A denominação da escola literária se deve também à primeira publicação parnasiana, intitulada “Le parnasse contemporain”, a qual apresenta as seguintes características: linguagem descritiva, formas clássicas (rima, métrica), indiferença. Os fundamentos parnasianos retomaram a perfeição formal almejada pela Antiguidade clássica.
As características do Parnasianismo são completamente opostas às realistas-naturalistas.
Vejamos:
Arte pela arte: sem influências da realidade nas formas ou conteúdos.
Objetividade: em oposição ao sentimentalismo exacerbado.
Culto da forma: ao contrário do descuido formal dos românticos
Impessoalidade: negação ao sentimentalismo romântico.
Racionalismo: surge a poesia de meditação, filosófica.
Visão carnal do amor: em oposição à visão espiritual dos românticos. Vênus é citada como modelo de mulher.
Além dos aspectos expostos acima, podemos citar o universalismo temático, o qual generaliza a temática, aborda temas universais em oposição ao individualismo dos romancistas.
O trema
Muitos pensam que o trema não existe mais. De fato, está em andamento um acordo ortográfico para unificar a grafia da língua portuguesa nos sete países em que ela é falada oficialmente. Se esse acordo entrar em vigor um dia, o trema desaparecerá. Enquanto isso não acontece, o trema existe e deve ser usado.
O trema faz parte do sistema ortográfico vigente e é empregado quando a letra "u" é pronunciada atonamente nos grupos "qüe", "qüi", "güe" e "güi". Um exemplo claro e muito conhecido é a palavra "cinqüenta". Confira a grafia nas cédulas de cinqüenta reais.
Já no título da canção "Eu não agüento", dos Titãs, aparece um verbo que nem sempre é corretamente grafado. Vejamos um trecho da letra:
Eu vou-me embora para a ilha
fazer a cabeça sob o sol que irradia
queimando em ritual.
É na batida do reggae
e com o cabelo trançado
eu tô livre na vida
e o que há de errado
com a noite que brilha?
Eu não agüento, eu não agüento
Eu não agüento, eu não agüento
é de noite, é de dia
mão na cabeça e documento.
Se você quer escrever "agüento" seguindo a norma culta da língua, use o trema. Observe que a tonicidade não está na vogal "u", mas na vogal "e". Assim, por ser átono e ao mesmo tempo sonoro, o "u" deve levar trema nesse caso.
Outra canção, "Saudade de Casa", de Ivan Lins e Vítor Martins, traz uma palavra com relação à qual muitos têm dúvida:
Quero tudo como antes:
nossa casa aconchegante
eu bem dentro dos seus olhos
Seu morador.
Eu tranqüilo ao seu lado
Onde quer que esteja, lá está
O mais belo e bem cuidado amor
A letra dessa canção contém a palavra "tranqüilo". De acordo com as normas ortográficas vigentes, a letra "u" deve, sim, receber o sinal trema.
Há uma palavra muito interessante que, normalmente, as pessoas pronunciam de forma errada: "qüiproquó". "Qüiproquó" é uma expressão latina que significa "confusão". O trema deve aparecer no primeiro "u". O segundo "u" não está em nenhum dos grupos que exigem esse sinal.
Mesmo que parte da imprensa não o use e muita gente já tenha se esquecido dele, continue usando o sinalzinho, sempre quando a letra "u" for sonora e precedida de "g" ou "q".
AS MULHERES DA LITERATURA POTIGUAR
...
Mas politicagens à parte, se é de espaço que elas reclamam, este ficará dedicado às mulheres, que fazem a literatura de nosso estado.
I
Nísia Floresta. Educadora, escritora e poetisa, Nísia representa o ufanismo de sua própria época e uma necessidade de se auto-afirmar enquanto mulher haja vista seus ideiais estarem anos-luz do nosso Estado porque ela os trazia da Europa, onde passou maior parte de sua vida.
III
Depois Auta de Souza, que com sua vida breve, produziu versos singulares no corpo da literatura potiguar. "Auta de Souza, é veemente exemplo de como o talento e a força de vontade superam dificuldades aparentemente insanáveis" (GURGEL, 2001, p. 46) Não apenas o carácter feminino que dão traços à poetisa, mas Auta constitui o típico físico, pele escura e desprovida de beleza, que na sociedade em que viveu, idos Novecentos, "nenhum dos três predicados contaria a seu favor" (GURGEL, 2001, p. 46).
IV
Palmira Wanderley. A importância da poetisa encerra no fato de que "ela representa a consolidação do verso modernista entre nós". (GURGEL, 2001, p. 52)
V
Zila Mamede. De jornalista, a poetisa nas horas vagas, bibliotecária por profissão, Zila com sua obra e sua carreira intelectual carregam um nome que a faz ser admirada por todos que a conhecem.
VI
Myriam Coeli, poetisa e primeira mulher no estado a exercer como profissional a profissão de jornalista. Seu universo poético em "versos límpidos" se marca pela "ternura, vigor, metafísica e cotidiano, dor e lúcida revolta" (GURGEL, 2001, p. 99).
VII
Madalena Antunes Pereira. Sua obra carrega uma qualidade literária e excepcional e se coloca como marco na produção em prosa por mulheres no estado. Cearaminiense, Madalena Antunes e seu Oiteiro se coloca entre os maiores expontes da intelectualidade literária de nosso estado.
VIII
Marize Castro, a poetisa que, no Estado, inaugura uma nova etapa da produção poético-literária: o da poesia mimeógrafo, ou poesia marginal. Marize carrega em sua obra a marca da ousadia no trato com a matéria poética, "uma poesia que afrontava as convenções e falsos moralismos" (GURGEL, 2001, p. 139).
IX
Contabilizando esse rol de figuras mais que importantes no cenário das letras potiguares, não podemos deixar de reservar espaço para Nivaldete Ferreira, a poetisa da grande sensibilidade, mas também da aridez e contenção do verso. Traços cabralianos e mamedianos.
X
Clotildde Tavares, autora do mais autêntico livro da geração contracultural da poesia potiguar, consoante Tarcísio Gurgel.
XI
Diva Cunha, a menina dos remorsos fé e mundano.
XII
Iracema Machado e muitas outras que lembradas ou não merecem a devida atenção, porque nelas se encerra um grau elevável e louvável de contribuição a este cenário. Todas elas carregam em si singularidades que as fazem servir de modelo de vida no foram e ainda são na sociedade.
______
referências: GURGEL, Tarcísio. Informação da literatura potiguar. Natal, RN: Argos, 2001.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
EÇA de QUEIROZ - texto 3
Resumo da Obra
Leiria, vista geral da cidade.
O romance O Crime do Padre Amaro inicia-se com a morte de José Miguéis, pároco da
cidade de Leiria. Para ocupar o seu lugar é designado, graças a influências políticas, o
jovem Amaro Vieira, que havia saído do seminário há pouco tempo.
A indicação de Amaro agradou muito ao Cônego Dias, que, além de ser seu exprofessor
de Moral, ficou incumbido, a pedido do próprio Amaro, de arranjar-lhe um
lugar para se hospedar. Assim, o Cônego instalou-o na casa da sua “amiga” S.
Joaneira. Essa idéia não agradou muito ao Mendes, Coadjutor da Sé, pois ele
acreditava que a convivência, na mesma casa, do jovem padre com a bela Amélia,
filha de S. Joaneira, poderia gerar comentários maldosos.
Apesar disso, o Cônego não deu importância ao Coadjutor, pois com esse “arranjo” ele
não precisaria mais ajudar financeiramente a sua “amiga”, uma vez que o dinheiro do
aluguel pago por Amaro cobriria os gastos dessa “generosa caridade”.
Ao chegar a Leiria Amaro hospeda-se na casa da S. Joaneira e lá conhece Amélia.
Amaro passa então a desfrutar das regalias disponíveis na casa (comida, bebida,
companhia etc.). Em seu quarto, Amaro lê “maquinalmente” suas “orações”, pois sua
atenção está voltada totalmente ao “tique-taque das botinas de Amélia e o ruído
das saias engomadas que ela sacudia ao despir-se”.
Em seguida temos dois longos “flash-backs” (corte no tempo narrativo), que são
importantíssimos para o entendimento global da obra, pois neles nos são revelados as
origens de Amaro e Amélia.
No “flash-back” de Amaro descobrimos como foi a sua infância e Adolescência. Além
disso, podemos observar que o “meio” em que Amaro foi formado determinou seu
caráter fraco, sensual e mentiroso.
(QUERIDOS ALUNOS, ESTE TEXTO CONTÉM 08 PÁGINAS, postei aqui somente a página 01. @K@!)
EÇA de QUEIROZ - TEXTO 2
Resumo da Obra
O romance O Crime do Padre Amaro inicia-se com a morte de José Miguéis, pároco da
cidade de Leiria. Para ocupar o seu lugar é designado, graças a influências políticas, o
jovem Amaro Vieira, que havia saído do seminário há pouco tempo.
A indicação de Amaro agradou muito ao Cônego Dias, que, além de ser seu exprofessor
de Moral, ficou incumbido, a pedido do próprio Amaro, de arranjar-lhe um
lugar para se hospedar. Assim, o Cônego instalou-o na casa da sua “amiga” S.
Joaneira. Essa idéia não agradou muito ao Mendes, Coadjutor da Sé, pois ele
acreditava que a convivência, na mesma casa, do jovem padre com a bela Amélia,
filha de S. Joaneira, poderia gerar comentários maldosos.
Apesar disso, o Cônego não deu importância ao Coadjutor, pois com esse “arranjo” ele
não precisaria mais ajudar financeiramente a sua “amiga”, uma vez que o dinheiro do
aluguel pago por Amaro cobriria os gastos dessa “generosa caridade”.
Ao chegar a Leiria Amaro hospeda-se na casa da S. Joaneira e lá conhece Amélia.
Amaro passa então a desfrutar das regalias disponíveis na casa (comida, bebida,
companhia etc.). Em seu quarto, Amaro lê “maquinalmente” suas “orações”, pois sua
atenção está voltada totalmente ao “tique-taque das botinas de Amélia e o ruído
das saias engomadas que ela sacudia ao despir-se”.
Em seguida temos dois longos “flash-backs” (corte no tempo narrativo), que são
importantíssimos para o entendimento global da obra, pois neles nos são revelados as
origens de Amaro e Amélia.
No “flash-back” de Amaro descobrimos como foi a sua infância e Adolescência. Além
disso, podemos observar que o “meio” em que Amaro foi formado determinou seu
caráter fraco, sensual e mentiroso.
(QUERIDOS ALUNOS, ESTE TEXTO CONTÉM 78 PÁGINAS, postei aqui somente a página 01. @K@!)
EÇA de QUEIROZ - TEXTOS PARA APRESENTAÇÃ EM SALA
A Cidade e as Serras, de Eça de Queirós
Fonte:
QUEIRÓS, Eça de. A cidade e as serras. São Paulo : Ática. (Série Bom Livro)
Texto proveniente de:
A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro
A Escola do Futuro da Universidade de São Paulo
Permitido o uso apenas para fins educacionais.
Texto-base digitalizado por:
Marciana Maria Muniz Guedes - São Paulo/SP
Este material pode ser redistribuído livremente, desde que não seja alterado, e que as informações acima sejam mantidas.
I
O meu amigo Jacinto nasceu num palácio, com cento e nove contos de renda em terras de semeadura, de vinhedo, de cortiça e de olival.
No Alentejo, pela Estremadura, através das duas Beiras, densas sebes ondulando pôr e vale, muros altos de boa pedra, ribeiras, estradas, delimitavam os campos desta velha família agrícola que já entulhava o grão e plantava cepa em tempos de el-rei d.Dinis. A sua Quinta e casa senhorial de Tormes, no Baixo douro, cobriam uma serra. Entre o Tua e o Tinhela, pôr cinco fartas léguas, todo o torrão lhe pagava foro. E cerrados pinheirais seus negrejavam desde
Arga até ao mar de âncora. Mas o palácio onde Jacinto nascera, e onde sempre habitara, era em Paris, nos Campos Elísios, nº.202.
Seu avô, aquele gordíssimo e riquíssimo Jacinto a quem chamavam em Lisboa o D.Galião, descendo uma tarde pela travessa da Trabuqueta, rente dum muro de quintal que uma parreira toldava, escorregou numa casca de laranja e desabou no lajedo. Da portinha da horta saía nesse momento um homem moreno, escanhoado, de grosso casaco de baetão verde e botas altas de picador, que, galhofando e com uma força fácil, levantou o enorme Jacinto – até lhe apanhou a bengala de castão de ouro que rolara para o lixo. Depois, demorando nele os olhos pestanudos e pretos:
- Ó Jacinto Galião, que andas tu aqui, a estas horas, a rebolar pelas pedras?
E Jacinto, aturdido e deslumbrado, reconheceu o sr. Infante D. Miguel!
Desde essa tarde amou aquele bom Infante como nunca amara, apesar de tão guloso, o seu ventre, e apesar de tão devoto o seu Deus! Na sala nobre da sua casa (à Pampulha) pendurou sobre os damascos o retrato do "seu Salvador", enfeitado de palmitos como um retábulo e, pôr baixo a bengala que as magnânimas mãos reais tinham erguido do lixo. Enquanto o adorável, desejado Infante penou no desterro de Viena, o barrigudo senhor corria, sacudido na sua sege amarela, do botequim do Zé Maria em Belém à botica do Plácido nos Algibebes, a gemer as saudades do anjinho, a tramar o regresso do anjinho. No dia, entre todos benedito, em que a Pérola apareceu à barra com o Messias, engrinaldou a Pampulha, ergueu no Caneiro um monumento de papelão e lona onde D. Miguel, tornado S. Miguel, branco, de auréola e asas de Arcanjo, furava de cima do seu corcel de Alter o Dragão do Liberalismo, que se estorcia vomitando a Carta. Durante a guerra com o "outro, com o pedreiro-livre" mandava recoveiros a Santo Tirso, a S.Gens, levar ao Rei fiambres, caixas de doce, garrafas do seu vinho de Tarrafal, e bolsas de retrós atochadas de peças que ele ensaboava para lhes avivar o ouro. E quando soube que o sr. Miguel, com dois velhos baús amarrados sobre um macho, tomara o caminho de Sines e do final desterro – Jacinto Galião correu pela casa, fechou todas as janelas como num luto, berrando furiosamente:
- Também cá não fico! Também cá não fico!
(QUERIDOS ALUNOS, ESTE TEXTO CONTÉM 79 PÁGINAS, postei aqui até a página 2, o resto é com vcs. @K@!)
ultraromantismo: JOÃO DE DEUS DE NOGUEIRA RAMOS
Seria o beijo
(João de Deus, in 'Campo de Flores')
domingo, 15 de novembro de 2009
AMOR DE PERDIÇÃO - Camilo Castelo Botelho
Camilo Castelo Branco conquistou fama com a novela passional Amor de Perdição. Bem ao gosto romântico, a característica principal da novela passional é o seu tom trágico. As personagens estão sempre em luta contra terríveis obstáculos para alcançar a felicidade no amor. Normalmente, essa busca é frustrante. Mesmo quando os amantes ficam juntos, isso é conseguido a custa de muito sofrimento. Os direitos do coração, frequentemente, vão de encontro aos valores sociais e morais. Segundo o autor, Amor de Perdição foi escrito em 15 dias em 1861, quando ele estava preso na cadeia da Relação, na cidade do Porto, por ter-se envolvido em questões de adultério.
Como o drama de Romeu e Julieta, a obra focaliza dois apaixonados que têm como obstáculo para a realização amorosa a rivalidade entre as famílias. A ação se passa em Portugal, no século 19. O narrador diz contar fatos ocorridos com seu tio Simão. Residentes em Viseu, duas famílias nobres, os Albuquerques e os Botelhos, odeiam-se por causa de um litígio em que o corregedor Domingos Botelho deu ganho de causa contrário aos interesses dos primeiros. Simão é um dos cinco filhos do corregedor. Devido ao seu temperamento explosivo, Simão envolve-se em confusões. Seu pai o manda estudar em Coimbra, mas ele se envolve em novas confusões e é preso. Liberto, volta para Viseu e se apaixona por Teresa Albuquerque, sua vizinha.
A partir daí, opera-se uma rápida transformação no rapaz. Simão se regenera, torna-se estudioso, passa a ter como valor maior o amor, e todos os seus princípios são dele decorrentes. Os pais descobrem o namoro. O corregedor manda o filho para Coimbra. Para Teresa restam duas opções: casar-se com o primo Baltasar ou ir para o convento. Proibidos de se encontrar, os jovens trocam correspondência, ajudados por uma mendiga e por Mariana, filha do ferreiro João da Cruz. Mariana encarna o amor romântico abnegado.
Apaixona-se por Simão, embora saiba que esse amor jamais poderá ser correspondido, seja pelo fato de Teresa dominar o coração do rapaz seja pela diferença social: ela era de condição humilde, filha de um ferreiro. Mesmo assim, ama a tal ponto de encontrar felicidade na felicidade do amado.
Depois de ameaças e atentados, Teresa rejeita o casamento. Por isso será enviada para o convento de Monchique, no Porto. Simão resolve raptá-la, acaba por matar seu rival e se entrega à polícia. João da Cruz oferece-se para ajudá-lo a fugir, mas ele não aceita, pois é o típico herói romântico.
Matou por amor à Teresa, portanto assume seu ato e faz questão de pagar. Enquanto Simão vai para a cadeia, sua amada vai para o convento. Mariana, por sua vez, procura estar sempre ao lado de Simão, ajudando-o em todas as ocasiões. Condenado à forca, a sentença é comutada e Simão é degredado para a Índia. Quando ele está partindo, Teresa, moribunda, pede que a coloquem no mirante do convento, para ver o navio que levará seu amado para longe. Após acenar dizendo adeus, morre. Seu amor exagerado a leva à perdição.
Durante a viagem, Mariana, que acompanha Simão, mostra-lhe a última carta de Teresa. Ele fica sabendo da sua morte, tem uma febre inexplicável e morre. Seu amor exagerado o leva à perdição. Na manhã seguinte, seu corpo é lançado ao mar. Mariana não suporta a perda e se joga ao mar, suicidando-se abraçada ao cadáver de Simão. Seu amor exagerado a leva à perdição.
@k@!
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
AULA DE LITERATURA PORTUGUESA II DO DIA 19/11
"Aka, vem ká.Olhaí, confirmado. Estreia da peça. A FARRA DE BENEDITO NA TERRA DE JOÃO REDONDO.Dias 21 e 22 de Novembro. Teatro Porto de Ama. Agora, pra fazer um dengo a tu... ensaio geral, na sede do grupo, Rua das Begônias, 776, COHAB, Macau, (Todo mundo sabe donde é). Dia 19 de novembro, às 20h, 5ª Feira."
Temos um compromisso, certo? Aguardo todos lá.
@K@!
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
A INFLUENCIA DA LUA SOBRE OS HOMENS
Hoje, voltando de Macau no ônibus, procurei o lado da janela para observar a lua que estava simplesmente magnífica. A pesar de ela não estar totalmente cheia, mas estava com um brilho contagiante. É claro que toda a Natureza é bela e importante para a vida em geral, mas a lua, até onde sei, é um dos elementos da natureza que mais age diretamente ou indiretamente sobre todas as coisas inclusive o homem.
Ela com seu brilho, não só atraiu meu olhar por estar linda esplêndida e encantadora, como também penetrou diretamente na minha alma, esvaziou minha mente, levou-me a refletir sobre o certo e o errado, expulsou de meu coração o pessimismo, o ódio e o rancor, e, trousse o otimismo, a esperança e a fé. E mais, ainda, a lua, depois de um longo tempo de observação e reflexão, ensinou-me de maneira sutil e lenta, que a vida é bela, e vale a pena usarmos o amor até para quem nos odeia, e amar com maior intensidade quem nos ama, sem medir conseqüências, nem olhar barreiras, enfim, sem temer mal algum.
Você já fez amor em um lugar onde naquele momento só existisse a lua como testemunha? Já imaginou como seria isso? Seja na praia, no campo ou em qualquer outro lugar, porém que a lua estivesse presente, cobrindo seus corpos com o brilho de sua luz como se fossem seus lençóis?...se não imaginou, imagine. Se já imaginou, realize. Se já realizou então você sabe o segredo da lua. Basta vê-la, principalmente em noite de lua cheia, pra você se recordar do grandioso momento, e querer vivenciá-lo de novo. Pois o prazer é total, é dobrado. Imagino eu, e é o que vou procurar fazer para confirmar minha imaginação.
Portanto, ame viver e aprenda com a lua, que nada faz anão ser derramar sua beleza por cima de onde ela passa. Ilumina lugares escuros, enche mares, embeleza cabelos, e apazigua corações.
Eurico, o Presbítero - Alexandre Herculano
Eurico, então, se entrega à religiosidade, tornando-se o Presbítero de Cartéia, para se afastar das lembranças de Hermengarda, através das funções religiosas e da composição de poemas e hinos religiosos.
No entanto, quando ele descobre que os árabes estão invadindo a Península Ibérica, liderados por Tarrique, alerta seu amigo Teodomiro e se transforma no enigmático Cavaleiro Negro. De maneira heróica, Eurico, agora Cavaleiro Negro, luta em defesa de sua terra e, devido a seu ímpeto, ganha a admiração dos Godos e lhes dá forças para combater o invasor.
Quando a vitória parece certa para os Godos, Sisibuto e Ebas, filhos do imperador Vitiza, traem seu povo, a fim de ganhar o trono espanhol. Logo após, Roderico, rei dos Godos, morre em batalha e o povo passa a ser liderado por Teodomiro. Enquanto isso, os árabes invadem o Mosteiro da Virgem Dolosa e raptam Hermengarda. O Cavaleiro Negro a salva quando o "amir" estava prestes a profaná-la. Durante a fuga, Hermengarda é levada até as Astúrias, onde está seu irmão Pelágio.
Em segurança numa gruta, Hermengarda encontra Eurico e declara seu amor por ele. Contudo, Eurico não acredita que esse amor possa se concretizar, devido às suas convicções religiosas, e revela a real identidade do Cavaleiro Negro. Ao saber disso, Hermengarda perde a razão e Eurico, ciente de suas obrigações, parte para um combate suicida contra os árabes.
Eurico, o Presbítero - Alexandre Herculano
Eurico, então, se entrega à religiosidade, tornando-se o Presbítero de Cartéia, para se afastar das lembranças de Hermengarda, através das funções religiosas e da composição de poemas e hinos religiosos.
No entanto, quando ele descobre que os árabes estão invadindo a Península Ibérica, liderados por Tarrique, alerta seu amigo Teodomiro e se transforma no enigmático Cavaleiro Negro. De maneira heróica, Eurico, agora Cavaleiro Negro, luta em defesa de sua terra e, devido a seu ímpeto, ganha a admiração dos Godos e lhes dá forças para combater o invasor.
Quando a vitória parece certa para os Godos, Sisibuto e Ebas, filhos do imperador Vitiza, traem seu povo, a fim de ganhar o trono espanhol. Logo após, Roderico, rei dos Godos, morre em batalha e o povo passa a ser liderado por Teodomiro. Enquanto isso, os árabes invadem o Mosteiro da Virgem Dolosa e raptam Hermengarda. O Cavaleiro Negro a salva quando o "amir" estava prestes a profaná-la. Durante a fuga, Hermengarda é levada até as Astúrias, onde está seu irmão Pelágio.
Em segurança numa gruta, Hermengarda encontra Eurico e declara seu amor por ele. Contudo, Eurico não acredita que esse amor possa se concretizar, devido às suas convicções religiosas, e revela a real identidade do Cavaleiro Negro. Ao saber disso, Hermengarda perde a razão e Eurico, ciente de suas obrigações, parte para um combate suicida contra os árabes.
domingo, 1 de novembro de 2009
A Linguagem da Política - Inovações lingüísticas no português conteporâneo
Por que a linguagem da Política especificamente? Porque a Política faz parte do nosso cotidiano, penetra em nossos lares pela mídia, é dinâmica, é rica, é renovadora. Uma inovação na linguagem da Política é um eficaz recurso de Comunicação, irradiando-se em ondas por todo o país e penetrando em outros campos do saber.
Quando Fernando Henrique criou fracassomania, o termo se irradiou, em ondas sucessivas, por todo o território brasileiro, e sua aceitação fez gerar o antônimo sucessomania e os respectivos derivados fracassomaníaco e sucessomaníaco.
A Política forma a história do país, cujo principal esporte é o futebol. Assim, o radical –mania se expande à área do futebol, formando, em plena copa de 94, ronaldinhomania.
A adoção de uma inovação política está diretamente relacionada ao prestígio de seu criador. Tivemos um exemplo recente. Quando o ministro Rogério Magri, do governo Collor, criou imexível, apesar da produtividade de prefixo e sufixo, houve uma polêmica nacional. Em 1995, no governo Fernando Henrique, o ministro Adib Jatene criou infritável, usando o mesmo processo, e houve ampla aceitação.
Essa pesquisa iniciou-se em 1994, com material recolhido nos principais jornais e revistas do país: JB, O Globo, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, Estado de Minas, Correio Braziliense, Jornal de Brasília, Gazeta do Povo, Zero Hora, A Tarde, A Crítica, Revista Veja, Revista Isto É, Revista Manchete. Essa coleta estendeu-se até o início de 1996. Compreende a era pós-Collor, com Itamar Franco no poder e primeiro ano do governo de Fernando Henrique.
A escolha desse período não foi aleatória. 1994 foi um ano atípico. O Brasil esteve governado por um vice-presidente porque o presidente da República fora afastado por um processo de impeachment. Foi ano eleitoral. Sendo Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, criou – se o Plano Real – ou Plano FHC. O Brasil conviveu com duas moedas: o cruzeiro real e o real, além da fase de transição com o indexador URV. 1995 representou a posse de Fernando Henrique Cardoso na Presidência da República e a continuidade do Plano Real, mantendo-se o real como moeda nacional. Foi ano de muitas crises, começando pela do SIVAM e culminando com a da pasta rosa.
A partir da coleta desse material, organizei-o em grupos, por níveis lexicais, locucionais e frasais. Destaquei inovações propriamente ditas, retomada de palavras em sentido político e empréstimos lingüísticos.
Catalogados os termos, dei início à organização dos verbetes, que foram assim constituídos: classe gramatical (de acordo com o contexto); gênero (baseado na classificação de Mattoso Câmara); processo de formação (numa visão sincrônica, estudando-se a produtividade atual de sufixos e prefixos); etimologia (em caso de retomada de palavras); sentido político; conteúdo histórico; e abonação com indicação da fonte.
Muitos foram os termos criados a partir de lexemas antroponímicos: adhemarismo, brizolismo, cardosismo, collorato, collorizar, fernandohenriquismo, lular, malufismo, marcelista, menemizar, quercismo, sarneyzismo, sarneyzista, ulyssista etc.
Siglas e vocábulos acrossêmicos também geram derivados: ciepão, cutista, embrateleca, pefelagem, pefelista, pepebista, petismo, urvirização etc.
Vocábulos de aspecto híbrido são freqüentes, como se pode observar em fumódromo, showmício, SIVAMgate, umbigotropia.. .
Entre as inovações lexicais, destacaram-se substantivos formados, em sua maioria, por processo de derivação. Grande foi a produtividade dos sufixos –ção, –ismo e –ista e dos prefixos anti-, dês– e super-.
Processo comum foi o que se convencionou chamar de “dupla derivação em cadeia”: um verbo gera outro verbo e este novo verbo gera um substantivo. É o que se observa com o verbo fazer, que gera *fazejar, de natureza freqüentativa, que, por sua vez, gera fazejamento. O processo também pode ocorrer de substantivo para verbo, gerando novo substantivo: Fujimori gera * fujimorizar, que gera fujimorização.
Foram registradas inovações de natureza técnica, ao lado de outras de característica popular, algumas, até, jocosas, de cunho metafórico. Umas caem no gosto popular, como acabar em pizza, sendo adotadas pelo sistema; outras refletem o momento histórico e, logo, serão esquecidas e substituídas, como realmário, nome jocoso atribuído à moeda real numa alusão ao craque brasileiro que se destacou na Copa do Mundo de 94. Outras, levando-se em conta o prestígio do criador, irradiam-se por todo o território brasileiro, como foi o caso de fracassomania.
Nícia de Andrade Verdini Clare (UERJ)
http://www.filologia.org.br/ixcnlf/16/02.htm
sábado, 24 de outubro de 2009
As Funções da Linguagem
Para entendermos com clareza as funções da linguagem, é bom primeiramente conhecermos as etapas da comunicação.
Ao contrário do que muitos pensam, a comunicação não acontece somente quando falamos, estabelecemos um diálogo ou redigimos um texto, ela se faz presente em todos (ou quase todos) os momentos.
Comunicamos-nos com nossos colegas de trabalho, com o livro que lemos, com a revista, com os documentos que manuseamos, através de nossos gestos, ações, até mesmo através de um beijo de “boa noite”.
É o que diz Bordenave quando se refere à comunicação:
A comunicação confunde-se com a própria vida. Temos tanta
consciência de que comunicamos como de que respiramos ou
andamos. Somente percebemos a sua essencial importância
quando, por acidente ou uma doença, perdemos a capacidade
de nos comunicar. (Bordenave, 1986. p.17-9)
No ato de comunicação percebemos a existência de alguns elementos, são eles:
a) emissor: é aquele que envia a mensagem (pode ser uma única pessoa ou um grupo de pessoas).
b) receptor: é aquele a quem a mensagem é endereçada (um indivíduo ou um grupo), também conhecido como destinatário.
c) canal de comunicação: é o meio pelo qual a mensagem é transmitida.
d) código: é o conjunto de signos e de regras de combinação desses signos utilizado para elaborar a mensagem: o emissor codifica aquilo que o receptor irá descodificar.
e) contexto: é o objeto ou a situação a que a mensagem se refere.
Partindo desses seis elementos Roman Jakobson, lingüista russo, elaborou estudos acerca das funções da linguagem, os quais são muito úteis para a análise e produção de textos. As seis funções são:
1. Função referencial: referente é o objeto ou situação de que a mensagem trata. A função referencial privilegia justamente o referente da mensagem, buscando transmitir informações objetivas sobre ele. Essa função predomina nos textos de caráter científico e é privilegiado nos textos jornalísticos.
2. Função emotiva: através dessa função, o emissor imprime no texto as marcas de sua atitude pessoal: emoções, avaliações, opiniões. O leitor sente no texto a presença do emissor.
3. Função conativa: essa função procura organizar o texto de forma a que se imponha sobre o receptor da mensagem, persuadindo-o, seduzindo-o. Nas mensagens em que predomina essa função, busca-se envolver o leitor com o conteúdo transmitido, levando-o a adotar este ou aquele comportamento.
4.Função fática: a palavra fático significa “ruído, rumor”. Foi utilizada inicialmente para designar certas formas que se usam para chamar a atenção (ruídos como psiu, ahn, ei). Essa função ocorre quando a mensagem se orienta sobre o canal de comunicação ou contato, buscando verificar e fortalecer sua eficiência.
5. Função metalingüística: quando a linguagem se volta sobre si mesma, transformando-se em seu próprio referente, ocorre a função metalingüística.
6. Função poética: quando a mensagem é elaborada de forma inovadora e imprevista, utilizando combinações sonoras ou rítmicas, jogos de imagem ou de idéias, temos a manifestação da função poética da linguagem. Essa função é capaz de despertar no leitor prazer estético e surpresa. É explorado na poesia e em textos publicitários.
Essas funções não são exploradas isoladamente, de modo geral, ocorre a superposição de várias delas. Há, no entanto, aquela que se sobressai, assim podemos identificar a finalidade principal do texto.
Por Marina Cabral
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura
Equipe Brasil Escola
Concordância Nominal e Verbal
A Concordância Nominal é o acordo entre o nome (substantivo) e seus modificadores (artigo, pronome, numeral, adjetivo) quanto ao gênero (masculino ou feminino) e o número (plural ou singular).
Exemplo: Eu não sou mais um na multidão capitalista.
Observe que, de acordo com a análise da oração, o termo “na” é a junção da preposição “em” com o artigo “a” e, portanto, concorda com o substantivo feminino multidão, ao mesmo tempo em que o adjetivo “capitalista” também faz referência ao substantivo e concorda em gênero (feminino) e número (singular).
Vejamos mais exemplos:
Minha casa é extraordinária.
Temos o substantivo “casa”, o qual é núcleo do sujeito “Minha casa”. O pronome possessivo “minha” está no gênero feminino e concorda com o substantivo. O adjetivo “extraordinária”, o qual é predicativo do sujeito (trata-se de uma oração com complemento conectado ao sujeito por um verbo de ligação), também concorda com o substantivo “casa” em gênero (feminino) e número (singular).
Para finalizar, veremos mais um exemplo, com análise bem detalhada:
Dois cavalos fortes venceram a competição.
Primeiro, verificamos qual é o substantivo da oração acima: cavalos. Os termos modificadores do substantivo “cavalos” são: o numeral “Dois” e o adjetivo “fortes”. Esses termos que fazem relação com o substantivo na concordância nominal devem, de acordo com a norma culta, concordar em gênero e número com o mesmo.
Nesse caso, o substantivo “cavalos” está no masculino e no plural e a concordância dos modificadores está correta, já que “dois” e “fortes” estão no gênero masculino e no plural. Observe que o numeral “dois” está no plural porque indica uma quantidade maior do que “um”.
Então temos por regra geral da concordância nominal que os termos referentes ao substantivo são seus modificadores e devem concordar com o mesmo em gênero e número.
Importante: Localize na oração o substantivo primeiramente, como foi feito no último exemplo. Após a constatação do substantivo, observe o seu gênero e o número. Os termos referentes ao substantivo são seus modificadores e devem estar em concordância de gênero e número com o nome (substantivo).
Regra Geral da Concordância Verbal
O verbo de uma oração deve concordar em número e pessoa com o sujeito, para que a linguagem seja clara e a escrita esteja de acordo com as normas vigentes da gramática. Observe:
1. Eles está muito bem. (incorreta)
2. Eles estão muito bem. (correta)
O sujeito “eles” está na 3ª pessoa do plural e exige um verbo no plural. Essa constatação deixa a primeira oração incorreta e a segunda correta.
Primeiramente, devemos observar quem é o sujeito da frase, bem como analisar se ele é simples ou se é composto.
Sujeito simples é aquele que possui um só núcleo e, portanto, a concordância será mais direta. Vejamos:
1. Ela é minha melhor amiga.
2. Eu disse que eles foram à minha casa ontem.
Temos na primeira oração um sujeito simples “Ela”, o qual concorda em pessoa (3ª pessoa) e número (singular) com o verbo “é”.
Já na segunda temos um período formado por duas orações: “Eu disse” que “eles foram à minha casa ontem”. “Eu” está em concordância em pessoa e número com o verbo “disse” (1ª pessoa do singular), bem como “eles” e o verbo “foram” (3ª pessoa do plural).
Lembre-se que período é a frase que possui uma ou mais orações, podendo ser simples, quando possui um verbo, ou então composto quando possuir mais de um verbo.
Sujeito composto é aquele que possui mais de um núcleo e, portanto, o verbo estará no plural. Vejamos:
1. Joana e Mariana saíram logo pela manhã.
2. Cachorros e gatos são animais muito obedientes.
Na primeira oração o sujeito é composto de dois núcleos (Joana e Mariana), que substituído por um pronome ficará no plural: Joana e Mariana = Elas. O pronome “elas” pertence à terceira pessoa do plural, logo, exige um verbo que concorde em número e pessoa, como na oração em análise: saíram.
O mesmo acontece na segunda oração: o sujeito composto “cachorros e gatos” é substituído pelo pronome “eles”, o qual concorda com o verbo são em pessoa (3ª) e número (plural).
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras - Equipe Brasil Escola
Grandes Autores Românticos
Gonçalves Dias – Protagonista da 1ª Geração do Romantismo
A 1ª Geração do Romantismo teve como principal escritor o maranhense Gonçalves Dias. Ele, apesar de não ter introduzido o gênero no Brasil (papel este de Gonçalves de Magalhães), foi o responsável pela consolidação da literatura romântica por aqui.
A exaltação da natureza, a volta ao passado histórico e a idealização do índio como representante da nacionalidade brasileira são temas típicos do Romantismo presentes nas obras de Gonçalves Dias. Assim, sua obra poética pode ser dividida basicamente em lírica (o amor, o sofrimento e a dor do homem romântico - “Se se morre de amor”), medieval (uso do português arcaico - “Sextilhas de frei Antão”) e nacionalista (exaltação da pátria distante - “Canção do Exílio”).
Porém, o traço mais forte da obra romântica de Gonçalves Dias é o Indianismo. Ele é considerado o maior poeta indianista brasileiro e possui em sua obra poemas como “I-Juca Pirama”, onde a figura do índio é heróica, chegando até a ficar “europeizada”.
Utilizador de alta carga dramática e lírica em suas poesias, com métrica, musicalidade e ritmos perfeitos, Gonçalves Dias se considerava uma “síntese do brasileiro”, por ser filho de pai português e mãe mestiça de índios com negros e talvez, por isso, tenha citado tanto as três raças em sua obra, todas de forma distinta.
José de Alencar – O pai dos Romances Indianistas e Urbanos
Os romances do Romantismo levaram ao leitor da época uma realidade idealizada, com a qual eles se identificaram (escapismo, fuga da realidade, típica característica do Romantismo). Entre eles, o romance indianista foi o que mais fez sucesso entre o grande público, por trazer consigo personagens idealizados, representados por índios. Estes “heróis” eram uma tentativa dos autores de simbolizar uma tradição do Brasil, o que nem sempre acontecia, devido à caracterização artificial do personagem, mais “europeizada” ainda que os indígenas de Gonçalves Dias.
José de Alencar foi o maior autor da prosa romântica no Brasil, principalmente dos romances indianistas e urbanos. Tentando estabelecer uma linguagem do Brasil, Alencar consolidou a modalidade no país e lançou clássicos como “O Guarani” e “Senhora”.
O indianismo de José de Alencar está presente no já citado “O Guarani”, além de outros clássicos como “Iracema” e “Ubirajara”. Alencar defende o estabelecimento de um “consórcio entre os nativos (que fornecem a abundante natureza) e o europeu colonizador (que, em troca, oferece a cultura, a civilização). Dessa forma, surgiu então o brasileiro. Em todo o momento, a natureza da pátria é exaltada, um cenário perfeito para um encontro simbólico entre uma índia e um europeu, por exemplo.
Já em seus romances urbanos, José de Alencar faz críticas à sociedade carioca (em especial) onde cresceu, levantando os aspectos negativos e os costumes burgueses. Nestas obras, há a predominância dos personagens da alta sociedade, com a presença marcante da figura feminina. Os pobres ou escravos são reduzidos ou quase não têm papel relevante nos enredos.
Assim é a premissa básica de histórias de Alencar como “Lucíola”, “Diva” e, claro, “Senhora”. As intrigas de amor, desigualdades econômicas e o final feliz com a vitória do amor (que tudo apaga), marcam essas obras, que se tornaram clássicos da literatura brasileira e colocaram José de Alencar no hall dos maiores romancistas da história do Brasil.
Visconde de Taunay – a originalidade do Romance Regionalista
O romance regionalista é um gênero da prosa romântica tipicamente brasileiro, completamente original. Isso se deve ao fato de não ter inspiração em modelos europeus, já que os cenários e enredos são basicamente inspirados em paisagens, costumes, valores e comportamentos típicos de pequenos proprietários de regiões brasileiras.
Assim, o autor da obra considerada como o melhor romance regionalista do Brasil, “Inocência”, Visconde de Taunay, utilizou em sua história todos os elementos que representam o regionalismo. A descrição fiel e objetiva de uma região, os confrontos entre o homem do campo ou do sertão (que possui preconceitos contra os costumes da cidade) e o homem urbano (que é liberal em relação aos costumes e subestima o homem rural) são características presentes em “Inocência”, como melhor representante do gênero regionalista.
Os personagens são aqueles clássicos do romantismo, com as mesmas emoções e o mesmo sentimentalismo só que, adaptados ao quadro regional, deslocados para um cenário diferente, que acaba interferindo em seus destinos.
O que Taunay e outros autores regionalistas pretendiam era “conquistar o espaço brasileiro”, mostrar histórias de personagens que enfrentam problemas em meio à seca e o latifúndio do nordeste, romances passados nos pampas gaúchos ou críticas à sociedade baiana da zona do Cacau. Isso tudo, na maioria das vezes, sem nem conhecer tais regiões.
Gonçalves Dias, José de Alencar e Visconde de Taunay escreveram obras diferentes umas das outras, com elementos próprios e técnicas distintas. Ainda assim, todos tinham o mesmo propósito: contribuir com a formação de uma linguagem e de uma cultura brasileira.
Por Camila Mitye
Equipe Brasil Escola
domingo, 11 de outubro de 2009
Semântica - Um breve conceito
refere-se ao estudo do significado, em todos os sentidos do termo.
A semântica opõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a primeira se ocupa do que algo significa,
enquanto a segunda se debruça sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo é expresso (por exemplo,
escritos ou falados). Dependendo da concepção de significado que se tenha,
têm-se diferentes semânticas.
A semântica formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica cognitiva,
por exemplo, estudam o mesmo fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
O TEATRO DE ALMEIDA GARRET
Esta obra de Almeida Garrett aconteceu no decorrer do século XVI, retrata a vida de Manuel Coutinho e da sua esposa D. Madalena de Vilhena, uma mulher muito supersticiosa, que acredita que qualquer sinal que achasse fora do normal era uma chamada de atenção para acções futuras, um presságio. Enquanto que Manuel, um homem corajoso, patriota, provado historicamente que era possuidor de um grande amor por Madalena, não se importa com o passado da sua esposa, esta vive com muitos receios em relação ao facto do seu primeiro marido, D. João de Portugal, que, apesar de se pensar que terá sido morto na batalha de Alcácer Quibir, está ainda vivo e regressa a Portugal tornando ilegítimo o casamento de Manuel. Este facto valoriza o amor, mesmo contra os ideais sociais da época. O dramatismo desta obra é mais acentuado quando o autor concede ao casal uma filha, D. Maria de Noronha, uma jovem que sofre de tuberculose. Pura, ingénua, curiosa, corajosa, perfeitamente inocente dos actos dos seus pais, é a personificação da própria beleza e pureza que se consegue originar mesmo num casamento condenável. É-lhes concedido também um aio, Telmo Pais, que ainda é leal ao seu antigo amo, D. João de Portugal, para além de ser contra o segundo casamento de D. Madalena. Conselheiro atencioso e prestativo que tem um carinho enorme por D. Maria. O desfecho da obra é originado por Manuel de Sousa que incendeia a sua casa a fim de não alojar os governadores. Ao perceber que Manuel destruíra a sua própria casa, onde residia o quadro de Manuel, Madalena toma esta situação como um presságio, pressentindo que iria perder Manuel tal como perdeu a sua casa e o seu quadro. Consequentemente, Manuel vê-se forçado a habitar na residência que dantes fora de D. João de Portugal. Este regressa à sua antiga habitação, como romeiro, e frisa as apreensões de Madalena ao identificar o quadro de D. João. Com esta revelação, o casal decide ingressar na vida religiosa adoptando novos nomes: Frei Luís de Sousa e Sóror Madalena. O conflito desenvolve-se num crescente até ao clímax, provocando um sofrimento (pathos) cada vez mais cruel e doloroso. Esta obra está tão bem organizada, ou seja, os acontecimentos estão tão bem organizados, que nada se pode suprimir sem que se altere o conflito e o respectivo desenlace. Considera-se um drama romântico pois possui algumas características de um clássico: o nacionalismo, o patriotismo, a crença em agoiros e superstições, o amor pela liberdade (elementos românticos); indícios de uma catástrofe, o sofrimento crescente, o reduzido número de personagens, peripécias, o coro (elementos clássicos).
Um dos temas mais importantes da obra é, sem dúvida, o da liberdade de amar, mesmo contra as convenções sociais da época. A personagem de Maria de Noronha, a filha adolescente perfeitamente inocente dos actos de seus pais, é a própria personificação da beleza e da pureza que pode ser engendrada mesmo por uma relação socialmente condenável. A recepção da obra não deixou de ver nisto um paralelo com a vida do autor, que se separara da primeira mulher para viver em mancebia com D. Adelaide Pastor, da qual tivera igualmente uma filha ilegítima. O tema do amor livre interessou igualmente Alexandre Herculano e foi abundantemente glosado no segundo romantismo português, nomeadamente por Camilo Castelo Branco.
Frei Luís de Sousa, que continua a ser considerado um clássico da literatura de língua portuguesa e uma das criações máximas do seu teatro, foi inicialmente apenas lido a um grupo selecto de amigos do autor (entre os quais Herculano). A primeira representação fez-se em privado, no teatro da Quinta do Pinheiro, no mesmo ano de 1843, tendo o próprio Garrett desempenhado o papel de Telmo. A peça só teve a sua estreia pública em 1847, no Teatro do * 1 - Salitre, em versão censurada pelo regime cabralista. A versão integral só foi levada à cena no então Teatro Nacional (actual Teatro Nacional de D. Maria II) em 1850.
1 - SOUSA (Frei Luís de) - ANAIS DE D. JOÃO III / com prefácio e notas do / Prof. M. Rodrigues Lapa / VOLUME I (e II) / LIVRARIA SÁ DA COSTA - EDITORA / Rua Garrett, 100 - 102 LISBOA (1938). 2 vols.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
AULA DE LITERATURA PORTUGUESA II - conteúdo para aula do dia 08/10/09
Em Portugal o processo de instauração do romantismo foi lento e incerto. Enquanto o romantismo de Delacroix avançava já para um projeto renascentista e o realismo tomava forma no horizonte parisiense, o romantismo português procurava ainda afirmar-se.
A implantação do romantismo em Portugal ocorre num contexto sociopolítico. São os anos posteriores às invasões francesas, que tinham originado o refúgio da corte portuguesa no Brasil e é também o tempo em que o desejo de independência dessa colônia ganha força. Na metrópole multiplicam-se as lojas maçônicas e germinam os ideais liberais.
O romantismo constitui uma tomada de consciência e uma conquista de um senso histórico e crítico novo aplicado aos fenômenos da cultura. Começa-se a relacionar o Homem com o meio a que pertence e a época de que é produto. "O instável Carlos das viagens é o expoente de uma época de crise, um moderno que sofre de duplicidade amorosa e acaba por se emburguesar, passando de alma sensível a barão." Jacinto Prado Coelho
Em Portugal, tal como na Europa, o romantismo manifestou-se também na pintura e na arquitetura. A evolução, na pintura, do neoclassicismo para o romantismo foi lenta e tormentosa, só tardiamente ganhou expressão entre nós. Não existiam mestres, o seu surgimento é o resultado do amor que os jovens artistas tinham à natureza.
Travaram-se as lutas civis entre Miguelistas e liberais, e, por duas vezes, depois da Vila Francada e da Abjuração da Carta, muitos partidários de D. Pedro tiveram de exilar-se em Inglaterra e França. Dois desses partidários eram os jovens escritores Almeida Garrett e Alexandre Herculano. Segundo alguns autores, o romantismo afirmou-se entre nós como uma cultura de importação. Só compensou distâncias e atrasos pela via indireta dos exílios a que se sujeitaram Garrett e Herculano. Foi longe da pátria que estes autores conceberam a ideia de criar uma literatura nova, de caráter nacional e popular.
Em 1825 Garrett publicou o poema Camões que passa a ser considerado o ponto de partida para a fixação da cronologia do romantismo português.
O que inicialmente era apenas uma atitude, um estado de espírito, o Romantismo toma mais tarde a forma de um movimento e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo. O século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoção e pelo eu.
O termo romântico refere-se ao movimento estético ou, à tendência idealista ou poética de alguém que carece de sentido objetivo.
Características
O romantismo, devido aos seus vários momentos, precisou ser dividido em 3 gerações: 1ºgeração As características centrais do romantismo viriam a ser o lirismo, o subjetivismo, o sonho de um lado, o exagero, a busca pelo exótico e pelo inóspito de outro, o nacionalismo, a fuga da realidade e o escapismo.
2ºgeração Eventualmente também serão notados o pessimismo e um certo gosto pela morte, religiosidade e naturalismo.
3ºgeração Seria a fase de transição para outra corrente literária, o Realismo, onde denuncia os vícios e males da sociedade, mesmo que o faça de forma enfatizada e irónica com o intuito de pôr a descoberto realidades desconhecidas que revelam fragilidades.
em anexo, informações sobre FERDINAND DELACROIX
sábado, 3 de outubro de 2009
Dialetos da língua portuguesa
O português europeu padrão (também conhecido como estremenho ou português de Portugal) modificou-se mais que as outras variedades . Mesmo assim, todos os aspectos e sons de todos os dialectos de Portugal podem ser encontrados nalgum dialecto no Brasil.
O português africano, em especial o português santomense tem muitas semelhanças com o português de algumas regiões do Brasil.
Também os dialetos do sul de Portugal apresentam muitas semelhanças, especialmente o uso intensivo do gerúndio. No Norte, o alto-minhoto e o transmontano são muito semelhantes ao galego.
Maiores dialectos da língua portuguesa:
Brasil
1. Caipira - interior do estado de São Paulo, norte do Paraná e sul de Minas Gerais
2. Fluminense - Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo
3. Gaúcho - Rio Grande do Sul
4. Mineiro - Minas Gerais
5. Nordestino - Estados do nordeste brasileiro
1. Baiano - região da Bahia
2. Cearense - Ceará (tem certa semelhança com o mineiro)
3. Interior de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte (bem distinto do recifense)
4. Maranhense - Região de São Luís e partes do interior (sons nasais marcantes e com forte influência Nortista)
5. Pessoense - cidade de João Pessoa, capital da Paraíba, e arredores(forte influência de migrantes paulistanos recentes)
6. Recifense - cidade de Recife, capital de Pernambuco, também Olinda e arredores(famoso pelo /s/ que se transforma em /sh/ nos plurais)
6. Nortista - estados da bacia do Amazonas (forte carga tupi; embora no leste do Pará, por exemplo, tenha sofrido grande influência do estado vizinho do Maranhão)
7. Paranaense - Paraná
8. Paulistano - cidade de São Paulo
9. Sertão - Estados de Goiás e Mato Grosso
10. Sulista - Estados do Paraná e Santa Catarina (há ainda um pequeno dialeto no litoral catarinense, próximo ao açoriano).
Portugal
1. Açoriano - Açores
2. Alentejano - Alentejo
3. Algarvio - Algarve (há um pequeno dialecto na parte ocidental)
4. Alto-minhoto - Norte de Braga (interior)
5. Baixo-beirão; alto-alentejano - Centro de Portugal (interior)
6. Beirão - centro de Portugal
7. Estremenho - Regiões de Coimbra e Lisboa (pode ser subdividido em lisboeta e coimbrão)
8. Madeirense - Madeira
9. Nortenho - Regiões de Braga e Porto
10. Transmontano - Trás-os-Montes
Angola
1. Benguelense - província de Benguela
2. Luandense - província de Luanda
3. Sulista - Sul de Angola
4. Dialecto de Huambo - Centro de Angola
Outras áreas
* Cabo-verdiano - Cabo Verde
* Galego - Galiza, Espanha
* Guineense - Guiné-Bissau
* Macaense - Macau, China
* Moçambicano - Moçambique
* Santomense - São Tomé e Príncipe
* Timorense - Timor-Leste
* Fala da Extremadura ou fala de Xálima – Valverde do Fresno, Elas, São Martinho de Trebelho (variedade linguística do galego-português)
* Português oliventino – Olivença e Táliga, Espanha (em desuso; não protegido)
* Dialectos portugueses do Uruguai (Portunhol riverense, fronterizo e bayano) - Uruguai
Referências
1. ↑ O português galego é considerado oficialmente pelos governos galego e espanhol uma língua autônoma, porém a nível científico a unidade do português galego com o resto de falares da Lusofonia é aceite de maneira maioritária e mesmo existe um movimento social que defende a integração da Galiza como membro de pleno direito na CPLP
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Línguas do Brasil
As comunidades indígenas do Brasil falam cerca de 170 línguas (chamadas autóctones), as comunidades de descendentes de imigrantes outras 30 línguas (chamadas de alóctones), e as comunidades surdas do Brasil ainda duas línguas, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e a língua de sinais Urubu-Kaapór.
Línguas Indígenas
Segundo o Instituto Sócio-Ambiental, "apenas 11 línguas têm acima de cinco mil falantes: Baniwa, Guajajara,Kaingang, Kayapó, Makuxi, Sateré-Mawé, Terena, Ticuna, Xavante, Yanomami e Guarani [guarani-nandeva/guarani mbya], esta sendo falada por uma população de aproximadamente 30 mil pessoas. Em contrapartida, cerca de 110 línguas contam com menos de 400 falantes."
Línguas Alóctones
Como resultado de séculos de tráfico de escravos da África, inúmeras línguas africanas foram faladas no Brasil, e influenciaram fortemente a língua portuguesa falada no país. Hoje em dia, nenhuma dessas línguas africanas é falada plenamente no Brasil, tendo passado a se manifestar apenas em usos específicos, seja como línguas rituais (as usadas em cultos afro-brasileiros), seja como línguas secretas que identificam quilombolas como a Gira da Tabatinga.
Já os imigrantes chegados depois de 1850 trouxeram línguas de seus respectivos países, dentre os quais as mais faladas hoje são o Talian (dialeto da língua Vêneta da Itália) e Hunsrückisch, derivado da língua alemã.
Novos bilinguísmos
Parte da população também fala inglês ou espanhol, línguas cujo ensinamento é obrigatório nos ensinos básico e médio e cujo aprendizado é encorajado pelos processos de integração regional, como ocorre no Mercosul.
fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADnguas_do_Brasil
Tsunamis - A fúria das marés
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
AS PALAVRAS DE JESUS
“Sou filho do Deus Todo-Poderoso; logo, deveria ser todo-poderoso como Ele. Apesar disso, sei que quero comer e nenhum pão vem a minha ajuda. Isso prova que não sou todo-poderoso”.
“É certo que não posso transformar pedras em pão, mas está na minha mão reprimir os impulsos da matéria, e levantar-me contra o desejo. Assim, apesar de não ser todo poderoso na carne, sou todo-poderoso nas ilimitadas faculdades do espírito; portanto sou essencialmente filho de Deus, não na forma tangível, mas na forma do espírito”.
“Se sou filho do espírito, bem posso libertar-me da escravidão da matéria e destruir o meu corpo”.
“Nasci pelo poder do espírito, mas na carne. Tal foi a vontade de meu, Pai e não me é possível opor-me á sua suprema vontade”.
“E se não está na tua mão deixar insatisfeitos os desejos da matéria nem emancipar-te do corpo”.
“Deves apagar os instintos da carne e desfrutar de todos os prazeres que ela te proporciona”.
“Não me é possível deixar insatisfeitos os desejos da carne, nem me é permitido aniquilá-la. Mas a vida que há em mim é toda poderosa no espírito de meu pai. Daí resulta que, feito carne o espírito de meu pai, devo servir e trabalhar para sua glória”.
"A alegria de fazer o bem é a única felicidade verdadeira." [ Leon Tolstói ]
Fonte: L. Tolstoi/Sabedoria e Pensamento/As Palavras de Jesus/Ed.Ediouro-1984
terça-feira, 25 de agosto de 2009
QUEM FOI GALILEU
Por sua visão heliocêntrica, o astrônomo italiano teve que ir a Roma em 1611, pois estava sendo acusado de herege. Condenado, foi obrigado a assinar um decreto do Tribunal da Inquisição, onde declarava que o sistema heliocêntrico era apenas uma hipótese. Contudo, em 1632, ele voltou a defender o sistema heliocêntrico e deu continuidade aos seus estudos.
Muitas idéias fundamentadas por Aristóteles foram colocadas em discussão por indagações de Galilei. Entre elas, a dos corpos leves e pesados caírem com velocidades diferentes. Segundo ele, os corpos leves e pesados caem com a mesma velocidade.
Em 1642, ele morreu cego e condenado pela Igreja Católica por suas convicções científicas. Teve suas obras censuradas e proibidas. Contudo, uma de suas obras (sobre mecânica) foi publicada mesmo com a proibição da Igreja, pois seu local de publicação foi em zona protestante, onde a interferência católica não tinha influência significativa. A mesma instituição que o condenou o absolveu muito tempo após a sua morte, em 1983.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
A DEUSA DO AMOR
Virgem que veio do mar
Estrela sempre luminosa da manhã
Deusa radiante da beleza feminina
Amante do encanto virginal da sensualidade
Vênus eterna da tolerância e beleza
Baila na luz, oculta dentro de nossos olhos
Sensualidade feminina
Eternamente revelada na mulher.
O pintor Apeles representara em um admirável quadro o nascimento de Afrodite chamada Anadiómente, ou seja, "que sai do mar". Esse quadro foi consagrado à Deusa pelo próprio Imperador Augusto e, ainda existia na época do poeta latino Ausone, que fez dele uma breve mais viva descrição:
"Vede, diz ele, como esse excelente mestre soube exprimir a água cheia de espuma que corre através das mãos e dos cabelos da Deusa, sem lhe ocultar nem uma das graças: também desde que Atena percebeu, dirigiu essas palavras a Hera: Cedamos, cedamos oh! Hera, a essa Deusa que nasce, todo o prêmio da beleza."
A imagem de Afrodite emergindo do mar foi imortalizada durante a Renascença por Botticelli em "O nascimento da Vênus". Esta pintura mostra uma mulher nua, delicada e graciosa, sobre uma concha, sendo levada para a praia pelos deuses do vento e uma chuva de rosas.
Há um grande número de estátuas de Afrodite (Vênus): as mais célebres são a Vênus de Medicis, que se acreditava ser uma cópia de Vênus de Cnide, executada por Praxíteles, a Vênus de Arle, a Vênus de Milo, descoberta em Milo pelo Conde Marcellus, em 1820.
Uma das mais curiosas estátuas dessa Deusa, variação da Vênus hermafrodita, era a Vênus barbata. Estava em Roma: representava na sua parte superior um homem com cabeleira e barba abundantes, enquanto a parte inferior era de mulher. Essa singular estátua foi consagrada à Deusa por ocasião de uma moléstia epidêmica, em conseqüência da qual as damas romanas perdiam os cabelos. A Afrodite atribuiu-se a cura.
Em muitos quadros modernos, Afrodite é representada sobre o seu carro, tirado por dois cisnes: usa uma coroa de rosas e uma cabeleira loira; nos olhos brilha a alegria, paira o sorriso nos lábios; em torno dela brincam dois pombos e uma grande quantidade de pequenos amores.
Em uma medalha que pertenceu a Imperatriz Faustina, vê-se a imagem de "Vênus mãe": segura uma maçã com a mão direita, e com a esquerda uma criança envolta em cueiros. Em outra medalha da mesma imperatriz, vê-se a "Vênus vitoriosa". Com suas carícias, a Deusa se esforça em deter Ares, que parte para a guerra.
O nome de Afrodite, surge da mesma forma que seu nascimento: "afrós" significa "espuma" em grego. Contudo, o útero do mar que a acolheu e alimentou o sêmen do céu não foi concebido como uma concha até que Botticelli a imortalizou com a dita imagem (kteís, a palavra grega que designa a concha, significava também os genitais femininos).
Seu nome latino, Vênus, é a raiz da expressão "doença venérea". A sexta-feira (vendredi, em francês), dia da semana, era-lhe consagrada (Veneris dies).
Afrodite também era chamada "Dionéia" como sua mãe. "Anadómene", isto é, "saindo das águas". Possuía um cinto onde estavam encerradas as graças, os atrativos, o sorriso sedutor, o falar doce, o suspiro mais persuasivo, o silêncio expressivo e a eloqüência dos olhos. Conta-se que Hera o pediu emprestado a Afrodite para reanimar a paixão de Zeus e para vencê-lo na causa dos gregos contra os troianos.
Da espuma do mar, fecundada pelo sangue de Urano (o Céu) nasceu uma jovem levada em primeiro lugar para a ilha de Cítera e em seguida a Chipre. Deusa encantadora, não tardou percorrer a costa, e as flores nasciam sob os seus pés delicados. Chama-se Afrodite (Vênus), ou Citeréia, do nome da ilha a que aportou, ou ainda Cipris, do nome da ilha em que é honrada. Pelo menos, é essa a tradição mais difundida, pois algumas lendas diferentes vieram confundir-se em Vênus que, às vezes, surge como filha de Júpiter e de Dionéia. É também a que devemos adotar, pois os artistas que representaram o nascimento de Vênus mostram sempre a deusa no momento em que sai das vagas.
Nas pinturas antigas, Vênus é freqüentemente representada deitada sobre uma simples concha; nas moedas, vemo-la num carro puxado pelos Tritões e pelas Tritônidas. Finalmente, numerosos baixos-relevos no-la apresentam seguida de hipocampos ou centauros marinhos. No século dezoito, os pintores franceses, e notadamente Boucher, viram no nascimento de Vênus um tema infinitamente gracioso e útil à decoração. Uma multidão de pequenos cupidos paira nos ares ou escolta a deusa. Aliás, os pintores franceses seguiram, nesse ponto, as tradições bebidas da Itália.
Conformando-se à narração dos poetas, Albane colocou a deusa num carro puxado por cavalos marinhos. Assim é que ela vai ter a Cítera, onde a aguarda Peitho (a Persuasão), que, na margem, estende os braços à jovem viajante. Cupido está sentado perto do mar; as Nereidas e os Amores montados em delfins formam o cortejo da deusa. Alegres Amores festejam a chegada de Vênus, e outros esvoaçam no ar semeando flores na passagem.