sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

"Mas" ou "Mais" eis a questão?

Nas construções frasais da língua portuguesa, costuma-se usar bastante a conjunção adversativa Mas, e também o advérbio de intensidade Mais; a primeira, possui o sentido de algo contrário, oposto numa frase, onde ocorre um paradoxo entre as ideias das orações, essa conjunção se equivale ao porém ou todavia; já o segundo, expressa superioridade ou uma quantidade acima, sempre expressa algo no substantivo, caracterizado pelo verbo, sendo que ele vem junto ao verbo que caracteriza o substantivo, dando ênfase a ação expressa.

Exemplos de aplicação do "mas" e "mais":

Exemplo 1: aplicação do mas

I. Estamos planejando para fazer uma visita ao Chile, mas se o vulcão não voltar a entrar em erupção.
II. Nós vamos viajar para o sul do país, mas iremos mesmo é viajar para o nordeste.

Exemplo 2: aplicação do mais

I. Aquele carro é mais equipado que o modelo anterior.
II. O ônibus possui uma pintura que deixa o visual mais bonito.

No inciso I, do exemplo 1, notamos que o mas possui o sentido de porém, exprimindo uma incerteza sobre o futuro, mostrando uma possibilidade de ocorrer o contrário daquilo que foi planejado. Já no inciso II, observamos que o mas possui o sentido de todavia, mostrando uma ideia contrária, expressando uma ideia momentânea, e logo surge uma ideia contrária, que suprime a anterior.

No segundo exemplo, no inciso I, verificamos a questão da superioridade expressa, exaltando a qualidade do substantivo, no caso o carro, em comparação com o carro anterior; no inciso II, nota-se a mesma questão, quando denota-se uma característica melhor do substantivo.

Exemplos de má aplicação do "mas" e "mais":

Exemplo 1:

I. Achamos que você é mas doido que ele.
II. Podemos falar mas alto só por um instante?

Exemplo 2:

I. Acabamos de ver o sinal fechar, mais ficou logo ficou verde.
II. Desejamos comer lasanha, mais trouxeram pizzas.

Nesses casos citados acima, notamos as inadequações expostas, e que são comumente empregadas na fala coloquial, por desconhecimento das regras gramaticais, e que causam certo estranhamento e problemas no sentido das frases. Linguisticamente esses usos são chamados de disfonia, quando há uma degeneração na pronúncia que faz com que ocorra uma síncope, que é a supressão de fonemas do meio da palavra, no caso o [ i ] que é suprimido, por isso ela acaba se parecendo com outra diferente (ex.1), e no caso do exemplo 2, ocorre a adição do fonema [ i ], fenômeno chamado de epêntese, que é acrescentado a palavra, mudando completamente o sentido da palavra.

Por fim, o uso do "mas" e do "mais" deve ser feito com cuidado, pois o emprego incorreto pode causar sérios problemas no texto, e modificar o sentido da mensagem escrita, por isso, deve-se seguir as normas gramaticais que regem estas partículas, no caso, a conjunção adversativa, e o advérbio de intensidade, que também pode ser usado antes de um pronome ou ligado a ele. As conjunções são importantes, pois são elas que ligam as orações, já os advérbios ajudam a dar uma característica a ação expressa pelo verbo, e seu bom uso é imprescindível para dar sentido a uma mensagem expressa.

Referências:

_____. Yahoo Respostas: Sociedade e cultura. Idiomas e Línguas. Yahoo Brasil: São Paulo, 2009.



quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A romanização e o latim vulgar (Aspectos gerais)

ARANTES, Alessandro de Oliveira (UERN)

Introdução

Todas as línguas ibéricas derivam do Latim, exceto o Basco. A origem do português remonta ao Latim, desenvolvendo-se após a evolução da língua latina vulgar, misturada aos dialetos da península ibérica na época das colonizações. Nessa região, foram desenvolvidos dialetos nativos, que ao se misturarem ao Latim vulgar, deram origem a outros dialetos mais fortes, entre os quais, foram formadas vulgarmente, adquirindo aspectos de pronúncia e escrita diferentes da padrão latina, passando a adotar vocábulos comuns entre as duas línguas, além dos neologismos criados.

Aspectos  históricos

Na península ibérica, as antigas línguas, chamadas de neolatinas, eram línguas variacionais, que por sua vez possuem base latina, entre elas destacam-se: o galego-português, o astur-leonês, castelhano, navarro-aragonês e catalão, sendo que, esta última, bem diferente das demais línguas, assim como o basco, que evoluiu do provençal, além disso, o mirandês, uma língua leonesa, falada em Portugal, também são considerados descendentes do Latim. Na Espanha, são oficiais o Castellano, ou língua de Castela e Navarra, conhecido como o Espanhol Padrão, o Galaico ou Galego, língua da região de Galiza, e o Catalão, da região da Catalunya, já o Euskara ou Basco, por ser falado por uma minoria, também é um língua oficial da Espanha, mas muitos bascos, assim como os catalães, não se consideram espanhóis.

Aspectos evolutivos

Como o latim vulgar era a língua da maioria da população romana, ela se espalhou para várias regiões da Europa, através das conquistas e expansão do território romano, sendo a principal causa do surgimento das línguas, a mistura de dialetos, vocábulos romanos, impostos aos povos submissos ao império, mas que preservaram as suas línguas nativas, misturando-as a língua imposta pelos conquistadores. Existem muitas semelhanças entre as línguas neolatinas, principalmente na escrita e significação das palavras, já na pronúncia e fala, as diferenças são mais notáveis, mas mesmo assim, percebemos algumas semelhança, como por exemplo: no latim: Passione> Português: Paixão; onde notamos a evolução na escrita, por a pronúncia ter sido modificada ao longo dos anos.

Considerações finais

Essas evoluções são apenas uma parte do montante linguístico que nos rodeia, e que damos pouca atenção, mas mesmo assim, aprendemos mais sobre a língua quando estudamos o seu passado, e percebemos o quão rica ela é, por ser uma mescla de várias culturas, representadas através das palavras, que compõe o nosso vocabulário, e que faz da língua portuguesa, uma das mais importantes da humanidade. 

Referências:

CARDEIRA, Esperança. O essencial sobre a: História do português. MATEUS, Maria Helena M.& VILLALVA, Alina (Orgs.) Coleção Essencial: Editorial Caminho. Portugal, 2006. 

sábado, 5 de janeiro de 2013

O peixinho que descobriu o mar (Conto Infantil)


             Cristóbal nasceu num aquário. O mundo dele resumia-se a um pouco de água entre quatro paredes de vidro, alguma areia, pedras, uma miniatura de caravela em madeira e uma tartaruga, cujo nome era Alice.
              Alice, que vivera em outros lugares, contava para Cristóbal suas aventuras no mar, foi ai que Cristóbal iniciou seu projeto em busca da liberdade.
              Cristóbal tentou sair de qualquer jeito, mas não conseguiu. De repente Alice acordou e viu, Cristóbal tentando sair. Então ela perguntou:
             - Porque você está tentando sair de dentro do aquário?
             - Porque eu queria explorar coisas novas, como as histórias que você estava me contando! – Respondeu Cristóbal.
             Alice ficou triste pois não queria dizer que se ele saísse do aquário, ele não conseguiria sobreviver fora da água. Mas ele não queria desapontá-lo.
             O peixinho sonhava toda a noite com o mar. Numa certa noite apareceu a gata Verônica, querendo comê-lo. Mas ele era muito escorregadio. Por esse motivo a Verônica não conseguiu comer o Cristóbal.
             Então num certo dia ele conheceu Jucá, um pelicano que morava por perto. Alice só ficou ouvindo o plano dele, e as tentativas que ele fez para sair do seu aquário e conhecer o mar.
             Por isso Jucá disse:
             - Eu já conheci o mar! É muito bonito! Aposto que você iria adorar. Mas como você não consegue sair do aquário, eu acho que nunca conseguirá.
             - Já sei, se você me tirar com o seu bico e me levar até o mar. Depois você leva a Alice! – Disse Cristóbal.
             Alice e Jucá concordaram.
             Jucá levou Cristóbal e Alice conhecer o mar. Os dois adoraram. Eles queriam ficar lá para sempre. Mas não queriam que a Ama ficasse triste.
             Então decidiram voltar para casa.
             No outro dia Jucá perguntou a eles, se queriam visitar o mar novamente. Eles aceitaram. E assim jucá perguntou:
             - Se vocês quiserem posso levá-los todos os dias para o mar.
             Os dois ficaram felizes pela proposta de Jucá. E assim fizeram novos amigos. E todos ficaram contentes.

FIM.

Larissa Drechsler

Referências:

DRESCHLER, Larissa. O peixinho que descobriu o mar. Texto Infantil. Recanto das Letras, 2008. Acesso em: 05 de jan. 2013.