quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A DEUSA DO AMOR





Virgem que veio do mar
Estrela sempre luminosa da manhã
Deusa radiante da beleza feminina
Amante do encanto virginal da sensualidade
Vênus eterna da tolerância e beleza
Baila na luz, oculta dentro de nossos olhos
Sensualidade feminina
Eternamente revelada na mulher.



O pintor Apeles representara em um admirável quadro o nascimento de Afrodite chamada Anadiómente, ou seja, "que sai do mar". Esse quadro foi consagrado à Deusa pelo próprio Imperador Augusto e, ainda existia na época do poeta latino Ausone, que fez dele uma breve mais viva descrição:

"Vede, diz ele, como esse excelente mestre soube exprimir a água cheia de espuma que corre através das mãos e dos cabelos da Deusa, sem lhe ocultar nem uma das graças: também desde que Atena percebeu, dirigiu essas palavras a Hera: Cedamos, cedamos oh! Hera, a essa Deusa que nasce, todo o prêmio da beleza."

A imagem de Afrodite emergindo do mar foi imortalizada durante a Renascença por Botticelli em "O nascimento da Vênus". Esta pintura mostra uma mulher nua, delicada e graciosa, sobre uma concha, sendo levada para a praia pelos deuses do vento e uma chuva de rosas.

Há um grande número de estátuas de Afrodite (Vênus): as mais célebres são a Vênus de Medicis, que se acreditava ser uma cópia de Vênus de Cnide, executada por Praxíteles, a Vênus de Arle, a Vênus de Milo, descoberta em Milo pelo Conde Marcellus, em 1820.

Uma das mais curiosas estátuas dessa Deusa, variação da Vênus hermafrodita, era a Vênus barbata. Estava em Roma: representava na sua parte superior um homem com cabeleira e barba abundantes, enquanto a parte inferior era de mulher. Essa singular estátua foi consagrada à Deusa por ocasião de uma moléstia epidêmica, em conseqüência da qual as damas romanas perdiam os cabelos. A Afrodite atribuiu-se a cura.

Em muitos quadros modernos, Afrodite é representada sobre o seu carro, tirado por dois cisnes: usa uma coroa de rosas e uma cabeleira loira; nos olhos brilha a alegria, paira o sorriso nos lábios; em torno dela brincam dois pombos e uma grande quantidade de pequenos amores.

Em uma medalha que pertenceu a Imperatriz Faustina, vê-se a imagem de "Vênus mãe": segura uma maçã com a mão direita, e com a esquerda uma criança envolta em cueiros. Em outra medalha da mesma imperatriz, vê-se a "Vênus vitoriosa". Com suas carícias, a Deusa se esforça em deter Ares, que parte para a guerra.

O nome de Afrodite, surge da mesma forma que seu nascimento: "afrós" significa "espuma" em grego. Contudo, o útero do mar que a acolheu e alimentou o sêmen do céu não foi concebido como uma concha até que Botticelli a imortalizou com a dita imagem (kteís, a palavra grega que designa a concha, significava também os genitais femininos).

Seu nome latino, Vênus, é a raiz da expressão "doença venérea". A sexta-feira (vendredi, em francês), dia da semana, era-lhe consagrada (Veneris dies).



Afrodite também era chamada "Dionéia" como sua mãe. "Anadómene", isto é, "saindo das águas". Possuía um cinto onde estavam encerradas as graças, os atrativos, o sorriso sedutor, o falar doce, o suspiro mais persuasivo, o silêncio expressivo e a eloqüência dos olhos. Conta-se que Hera o pediu emprestado a Afrodite para reanimar a paixão de Zeus e para vencê-lo na causa dos gregos contra os troianos.


Da espuma do mar, fecundada pelo sangue de Urano (o Céu) nasceu uma jovem levada em primeiro lugar para a ilha de Cítera e em seguida a Chipre. Deusa encantadora, não tardou percorrer a costa, e as flores nasciam sob os seus pés delicados. Chama-se Afrodite (Vênus), ou Citeréia, do nome da ilha a que aportou, ou ainda Cipris, do nome da ilha em que é honrada. Pelo menos, é essa a tradição mais difundida, pois algumas lendas diferentes vieram confundir-se em Vênus que, às vezes, surge como filha de Júpiter e de Dionéia. É também a que devemos adotar, pois os artistas que representaram o nascimento de Vênus mostram sempre a deusa no momento em que sai das vagas.
Nas pinturas antigas, Vênus é freqüentemente representada deitada sobre uma simples concha; nas moedas, vemo-la num carro puxado pelos Tritões e pelas Tritônidas. Finalmente, numerosos baixos-relevos no-la apresentam seguida de hipocampos ou centauros marinhos. No século dezoito, os pintores franceses, e notadamente Boucher, viram no nascimento de Vênus um tema infinitamente gracioso e útil à decoração. Uma multidão de pequenos cupidos paira nos ares ou escolta a deusa. Aliás, os pintores franceses seguiram, nesse ponto, as tradições bebidas da Itália.
Conformando-se à narração dos poetas, Albane colocou a deusa num carro puxado por cavalos marinhos. Assim é que ela vai ter a Cítera, onde a aguarda Peitho (a Persuasão), que, na margem, estende os braços à jovem viajante. Cupido está sentado perto do mar; as Nereidas e os Amores montados em delfins formam o cortejo da deusa. Alegres Amores festejam a chegada de Vênus, e outros esvoaçam no ar semeando flores na passagem.
www.rosanevolpatto.trd.br/deusaafrodite1.htm

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