quarta-feira, 7 de outubro de 2009

AULA DE LITERATURA PORTUGUESA II - conteúdo para aula do dia 08/10/09

ROMANTISMO EM PORTUGAL
Em Portugal o processo de instauração do romantismo foi lento e incerto. Enquanto o romantismo de Delacroix avançava já para um projeto renascentista e o realismo tomava forma no horizonte parisiense, o romantismo português procurava ainda afirmar-se.
A implantação do romantismo em Portugal ocorre num contexto sociopolítico. São os anos posteriores às invasões francesas, que tinham originado o refúgio da corte portuguesa no Brasil e é também o tempo em que o desejo de independência dessa colônia ganha força. Na metrópole multiplicam-se as lojas maçônicas e germinam os ideais liberais.
O romantismo constitui uma tomada de consciência e uma conquista de um senso histórico e crítico novo aplicado aos fenômenos da cultura. Começa-se a relacionar o Homem com o meio a que pertence e a época de que é produto. "O instável Carlos das viagens é o expoente de uma época de crise, um moderno que sofre de duplicidade amorosa e acaba por se emburguesar, passando de alma sensível a barão." Jacinto Prado Coelho
Em Portugal, tal como na Europa, o romantismo manifestou-se também na pintura e na arquitetura. A evolução, na pintura, do neoclassicismo para o romantismo foi lenta e tormentosa, só tardiamente ganhou expressão entre nós. Não existiam mestres, o seu surgimento é o resultado do amor que os jovens artistas tinham à natureza.
Travaram-se as lutas civis entre Miguelistas e liberais, e, por duas vezes, depois da Vila Francada e da Abjuração da Carta, muitos partidários de D. Pedro tiveram de exilar-se em Inglaterra e França. Dois desses partidários eram os jovens escritores Almeida Garrett e Alexandre Herculano. Segundo alguns autores, o romantismo afirmou-se entre nós como uma cultura de importação. Só compensou distâncias e atrasos pela via indireta dos exílios a que se sujeitaram Garrett e Herculano. Foi longe da pátria que estes autores conceberam a ideia de criar uma literatura nova, de caráter nacional e popular.
Em 1825 Garrett publicou o poema Camões que passa a ser considerado o ponto de partida para a fixação da cronologia do romantismo português.
O que inicialmente era apenas uma atitude, um estado de espírito, o Romantismo toma mais tarde a forma de um movimento e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo. O século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoção e pelo eu.
O termo romântico refere-se ao movimento estético ou, à tendência idealista ou poética de alguém que carece de sentido objetivo.
Características
O romantismo, devido aos seus vários momentos, precisou ser dividido em 3 gerações: 1ºgeração As características centrais do romantismo viriam a ser o lirismo, o subjetivismo, o sonho de um lado, o exagero, a busca pelo exótico e pelo inóspito de outro, o nacionalismo, a fuga da realidade e o escapismo.
2ºgeração Eventualmente também serão notados o pessimismo e um certo gosto pela morte, religiosidade e naturalismo.
3ºgeração Seria a fase de transição para outra corrente literária, o Realismo, onde denuncia os vícios e males da sociedade, mesmo que o faça de forma enfatizada e irónica com o intuito de pôr a descoberto realidades desconhecidas que revelam fragilidades.



em anexo, informações sobre FERDINAND DELACROIX

Nenhum comentário:

Postar um comentário