terça-feira, 30 de junho de 2009

Modelo das novas fardas



Estes são os modelos que estarão em pauta para a votação da turma para definir as novas fardas, a turma poderá opinar sobre como será o modelo ou a cor, basta enviar comentários sobre a mesma.
A turma deve definir quais serão a(s) cor(es) e o(s)que serão adotadas a partir do 5° período.

Lista de cores

Laranja, Grená, Roxa, Vermelha, Rosa, Preta, Branca ou Vinho.

*Obs: Estes são apenas exemplos de cores, no caso de você ter em mente outro exemplo, envie-nos comentários expondo seu ponto de vista.

Envie a sua sugestão de cor e modelo. As cores mais votadas terão o modelo da cor exposto para apreciação da turma.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

RELEITURAS



Desilusão


Patativa do Assaré(Antônio Gonçalves da Silva)
Como a folha no vento pelo espaçoEu sinto o coração aqui no peito,De ilusão e de sonho já desfeito,A bater e a pulsar com embaraço.Se é de dia, vou indo passo a passoSe é de noite, me estendo sobre o leito,Para o mal incurável não há jeito,É sem cura que eu vejo o meu fracasso.Do parnaso não vejo o belo monte,Minha estrela brilhante no horizonteMe negou o seu raio de esperança,Tudo triste em meu ser se manifesta,Nesta vida cansada só me restaAs saudades do tempo de criança.


(Mantida a grafia original)


Antônio Gonçalves da Silva, conhecido como Patativa do Assaré, nasceu numa pequena propriedade rural de seus pais em Serra de Santana, município de Assaré, no sul do Ceará, em 05-03-1909. Filho mais velho entre os cinco irmãos, começou a vida trabalhando na enxada. O fato de ter passado somente seis meses na escola não impediu que sua veia poética florescesse e o transformasse em um inspirado cantor de sua região, de sua vida e da vida de sua gente. Em reconhecimento a seu trabalho, que é admirado internacionalmente, foi agraciado, no Brasil, com o título de doutor "honoris causa" por universidades locais. Casou-se com D. Belinha, e foi pai de nove filhos. Publicou Inspiração Nordestina, em 1956. Cantos de Patativa, em 1966. Em 1970, Figueiredo Filho publicou seus poemas comentados Patativa do Assaré. Tem inúmeros folhetos de cordel e poemas publicados em revistas e jornais. Sua memória está preservada no centro da cidade de Assaré, num sobradão do século XIX que abriga o Memorial Patativa do Assaré. Em seu livro Cante lá que eu canto cá, Patativa afirma que o sertão enfrenta a fome, a dor e a miséria, e que "para ser poeta de vera é preciso ter sofrimento".O Releituras junta-se às comemorações pelos 100 anos de nascimento do grande poeta cearense, falecido no dia 08/07/2002, aos 93 anos.
O texto acima foi extraído do livro "Ispinho e Fulô", editado pela Universidade Estadual do Ceará/Prefeitura Municipal de Assaré - 2001, pág. 182.


Fonte com outros textos: http://www.releituras.com/

AGENDA DA SEMANA

Hoje: Segunda-feira:
Não haverá aula de Literatura Brasileira I (Profª Conceição).

Terça-feira:
Haverá aula de Morfossintaxe II (Profª Luzinete)

Quarta-feira:
Aula de Didática(Profº Marcio)

Quinta-feira:
Aula de Literatura Portuguesa I (Profº Akailson)

Sexta-feira:
Não haverá aula de Diacronia do Português (Profº Dr. Bosco)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

ORTOGRAFIA & ABREVIATURAS

CURIOSIDADES

1-Abreviaturas e Siglas:

A
a = are (s)
ABI = Associação Brasileira de Imprensa
ABL= Academia Brasileira de Letras
a.C. ou A.C. = antes de Cristo
AC = Acre (Estado do)
A/C = ao (s) cuidado (s)
ago. = agosto
AL = Alagoas (Estado de)
AM = Amazonas (Estado do)
Apart. ou ap.to = apartamento
AP = Amapá (Estado do)
Av. = Avenida


B
BA = Bahia (Estado da)
BCG = Bacilo de Calmette e Guérin (vacinação contra a tuberculose)
BNH= Banco Nacional de Habitação
bibl. = bibliografia, bibliográfico ou biblioteca
BR = Brasil


C
cap. = capítulo; caps. = capítulos
CBF = Confederação Brasileira de Futebol
c/c = conta corrente
CE = Ceará (Estado do)
cent. = centavo
CEP = Código de Endereçamento Postal
cf. ou cfr. = confira, confronte, compare
Cia. = companhia
cit. = citação, citado (s), citada (s)
cm = centímetro (s)
CNP= Conselho Nacional de Petróleo
cód. = código
CPF = Cadastro de Pessoa Física
créd. = crédito
Cx. = Caixa


D
D. = Dom, Dona
D.a= Dona
d.C. = depois de Cristo
DDD = Discagem Direta a Distância
DD. = digníssimo
DF = Distrito Federal
dm = decímetro (s)
DNER = Departamento Nacional de Estradas de Rodagem
Dr. = Doutor
Dr.a = Doutora
dz. = dúzia (s)


E
ed. = edição
E.D. = espera deferimento
e.g. = exempli gratia (por exemplo)
EMBRAER = Empresa Brasileira de Aeronáutica
EMBRATEL = Empresa Brasileira de Telecomunicações
ES = Espírito Santo (Estado do)
etc. = et cetera (e as outras coisas)
EUA = Estados Unidos da América
ex. = exemplo
Ex.mo = Excelentíssimo
Ex ª. = Excelência


F
FAB = Força Aérea Brasileira
fev. = Fevereiro
FGTS = Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
FIFA = Federação Internacional das Associações de Futebol
fl. = folha; fls. = folhas
FN = Fernando de Noronha
FUNAI = Fundação Nacional do Índio


G
g = grama (s)
gen. = general
GO = Goiás (Estado de)


H
h = hora (s)
ha = hectare (s)
hab. = habitante


I
ib. = ibidem (no mesmo lugar)
IBGE = Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
id. = idem (o mesmo)
i.e. = isto é
Il.ma = Ilustríssima
Il.mo = Ilustríssimo
I.N.R.I. = Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum (jesus Nazareno, Rei dos Judeus)
INSS = Instituto Nacional de Seguro Social
Ir. = irmão, irmã


J
jan. = Janeiro
jul. = Julho
jun. = Junho


K
K = Kallium (potássio)
Kg = quilograma (s)
Km = quilômetro (s)
Km2 = quilômetro (s) quadrado (s)
Kw = quilowatt


L
l = litro (s)
L.= leste (ponto cardeal)
lat. = latitude, latim
lb. = libra (s)
long. = longitude
Ltda., Lt.da = limitada (comercialmente)


M
m = metro (s)
m2 = metro (s) quadrado (s)
m3 = metro (s) cúbico (s)
m ou min = minuto (s)
MM. = Meritíssimo
MA = Maranhão (Estado do)
MW = megawatt (s)
MG = Minas Gerais (Estado de)
mg = miligrama
ml = mililitro (s)
MS = Mato Grosso do Sul (Estado de)
MT = Mato Grosso (Estado de)


N
nº. = número
N. = norte
nac. = nacional
N.E. = nordeste (ponto entre o norte e o leste)
N.O. = noroeste
nov. = Novembro
N.S.a = Nossa Senhora
N. da E. = Nota da Editora
N. do T. = Nota do Tradutor


O
O. = oeste
obs. = observação, observações
OEA = Organização dos Estados Americanos
O.K. = all correct (está tudo bem)
ONU = Organização das nações Unidas
op. cit. = opus citatum (obra citada)


P
pág. = página; págs. = páginas
PA = Pará (Estado do)
pal. = palavra (s)
PB = Paraíba (Estado da)
P.D. = pede deferimento
p.ex. = por exemplo
PE = Pernambuco (Estado de)
Pe. = padre
P.F. = por favor
pg. = pago
PI = Piauí (Estado do)
PIS = Programa de Integração Social
pl. = plural
p.p. = por procuração; próximo passado
PR = Paraná (Estado do)
Prof. = professor
Prof.a = professora
P. S. = post scriptum (depois do escrito)


Q
ql. = quilate (s)


R
R. = rua
Rem.te = remetente
Rev.mo = Reverendíssimo
RJ = Rio de Janeiro (Estado do)
RN = Rio Grande do Norte (Estado do)
RO = Rondônia (Estado de)
RR = Roraima (Estado de)
RS = Rio Grande do Sul (Estado do)


S
S. = São, Santo (a), sul
S.A. = Sociedade Anônima
SC = Santa Catarina (Estado de)
s.d. = sem data
SE = Sergipe (Estado de )
séc. = século
SENAC = Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
S.O. = Sudoeste
S.O.S. = save our souls
(salvai nossas almas: pedido de socorro enviado por navios e aviões)
SP = São Paulo (Estado de)
Sr. = Senhor; Srs. = Senhores
Sr.a = Senhora; Sr.as = Senhoras
Sr.ta = Senhorita


T
Tel. = telefone, telegrama
TO = Tocantins (Estado do)
TV = televisão


U
UNESCO = United Nations Educational Scientific and Cultural Organization (= Organização Educacional Científica e Cultural das Nações Unidas)
USA= Estados Unidos da América


V
V = volt
V. = você
V.S.a = Vossa Senhoria
V.S.as = Vossas Senhorias
V. EX.a = Vossa Excelência
v.g. = verbi gratia (por exemplo)


W
W = watt (uote)
W.C. = water-closet (banheiro, sanitário) .

Fonte: http://www.portugues.com.br/fonetica/ortografia/curioort.asp

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Aula de Hoje

Hoje haverá aula de Literatura Portuguesa, com o professoer Aka.

Provavelmente, amanhã será a aula do Professor Bosco com a Disciplina: Diacronia do Portugues. Lembrando que estar pendente o debate e provavelemene acontecerá nesta sexta-feira (26/06/2009).

Ontem, houve aula de Psicolinguistica, e segundo Alessandro, foi aplicada uma prova avaliativa.

Eis os que se destacaram


Essas são as imagens de destaque.

Observação: as imagens posta neste blog, foram fornecidas pela mayara. Aqueles que quiserem postar alguma imagem, video, mensagem, recado, pensamento, artigo e etc, é só acessar a página do blog, fazer o login e postar.

GRUPOS SE APRESENTANDO


A foto à direita são os alunos do grupo que homenagearam a aluna Maria Luiza(a de vestido rosa junto a de vestido vinho). Os demais são membros do grupo que a homenagearam. São eles começando da direita paa esquerda: Alcimar, Alessandro, Maria Luiza, Noely, Canindé, Gerson, Claudia e Richardson agachado.

resuno técnico - DOM QUIJOTE - M. CERVANTES

Dom Quixote de La mancha (Don Quijote de la mancha em castelhano é um livro escrito pelo escritor espanhol Miguel de Cervantes y Saavedra (1547-1616). O título e ortografia originais eram El ingenioso hidalgo Dontomavodica.com de La Mancha, com sua primeira edição publicada em Madrid no ano de 1605. É composto por 126 capítulos, divididos em duas partes: a primeira surgida em 1605 e a outra em 1615.
O livro surgiu em um período de grande inovação e diversidade por parte dos
escritores ficcionistas espanhóis. Parodiou os romances de cavalaria que gozaram de imensa popularidade no período e, na altura, já se encontravam em declínio. Nesta obra, a paródia apresenta uma forma invulgar. O protagonista, já de certa idade, entrega-se à leitura desses romances, perde o juízo, acredita que tenham sido historicamente verdadeiros e decide tornar-se um cavaleiro andante. Por isso, parte pelo mundo e vive o seu próprio romance de cavalaria. Enquanto narra os feitos do Cavaleiro da Triste Figura, Cervantes satiriza os preceitos que regiam as histórias fantasiosas daqueles heróis de fancaria. A história é apresentada sob a forma de novela realista.

TEXTO LITERATURA PORTUGUESA I

A DEMANDA DO SANTO GRAAL (FRAGMENTO) Véspera de Pinticoste foi grande gente assüada em Camaalot, assi que podera homem i veer mui gram gente, muitos cavaleiros e muitas donas mui bem guisadas. El-rei, que era ende mui ledo, honrou-os muito e feze-os mui bem servir; e toda rem que entendeo per que aquela corte seeria mais viçosa e mais leda, todo o fez fazer. Aquel dia que vos eu digo, direitamente quando queriam poer as mesas – esto era ora de noa – aveeo que üa donzela chegou i, mui fremosa e mui bem vestida. E entrou no paaço a pee, como mandadeira. Ela começou a catar de üa parte e da outra, pelo paaço; e perguntavam-na que demandava. – Eu demando – disse ela – por Dom Lançarot do Lago. É aqui? – Si, donzela – disse üu cavaleiro. Veede-lo: stá aaquela freesta, falando com Dom Gualvam. Ela foi logo pera el e salvô-o. Ele, tanto que a vio, recebeo-a mui bem e abraçou-a, ca aquela era üa das donzelas que moravam na Insoa da Lediça, que a filha Amida del-rei Peles amava mais que donzela da sua companha i. – Ai, donzela! – disse Lançalot –que ventura vos adusse aqui, que bem sei que sem razom nom veestes vós? – Senhor, verdade é; mais rogo-vos, se vos aprouguer, que vaades comigo aaquela foresta de Camaalot; e sabede que manhãa, ora de comer, seeredes aqui. – Certas, donzela – disse el – muito me praz; ca teúdo e soom de vos fazer serviço em tôdalas cousas que eu poder. Entam pedio suas armas. E quando el-rei vio que se fazia armar a tam gram coita, foi a el com a raïa e disse-lhe: – Como leixar-nos queredes a atal festa, u cavaleiros de todo o mundo veem aa corte, e mui mais ainda por vos veerem ca por al – deles por vos veerem e deles por averem vossa companha? – Senhor, – disse el – nom vou senam a esta foresta com esta donzela que me rogou; mais cras, ora de terça, seerei aqui. Entom se saío Lançarot do Lago e sobio em seu cavalo, e a donzela em seu palafrem; e forom com a donzela dous cavaleiros e duas donzelas. E quando ela tornou a eles, disse-lhes: – Sabede que adubei o por que viim: Dom Lançarot do Lago se irá comnosco. Entam se filharom andar e entrarom na foresta; e nom andarom muito per ela que chegarom a casa do ermitam que soía a falar com Gualaz. E quando el vio Lançarot ir é a donzela, logo soube que ia pera fazer Gualaaz cavaleiro, e leixou sua irmida por ir ao mosteiro das donas, ca nom queria que se fosse Gualaaz ante que o el visse, ca bem sabia que, pois se el partia dali, que nom tornaria i, ca lhe convenria e, tanto que fosse cavaleiro, entrar aas venturas do reino de Logres. E por esto lhe semelhava que o avia perdudo e que o nom veeria a meude, e temia, ca avia em ele mui grande sabor, porque era santa cousa e santa creatura. Quando eles cheguarom aa abadia, levarom Lançarot pera üa camara, e desarmarom-no. E vëo a ele a abadessa com quatro donas, e adusse consigo Gualaaz: tam fremosa cousa era, que maravilha era; e andava tam bem vesådo, que nom podia milhor. E a abadessa chorava muito com prazer. Tanto que vio Lançarot, disse-lhe: – Senhor, por Deos, fazede vós nosso novel cavaleiro, ca nom queriamos que seja cavaleiro por mão doutro; ca milhor cavaleiro ca vós nom no pode fazer cavaleiro; ca bem crcemos que ainda seja tam bõo que vos acharedes ende bem, e que será vossa honra de o fazerdes; e se vos el ende nom rogasse, vó-lo devíades de fazer, ca bem sabedes que é vosso filho. – Gualaaz – disse Lançalot – queredes vós seer cavaleiro? El respondeo baldosamente: – Senhor, se prouvesse a vós, bem no queria seer, ca nom há cousa no mundo que tanto deseje como honra de cavalaria, e seer da vossa mão, ca doutra nom. no: queria seer, que tanto vos auço louvar e preçar de cavalaria, que nenhüu, a meu cuidar, nom podia seer covardo nem mao que vós fezéssedes cavaleiro. E esto é üa das cousas do mundo que me dá maior esperança de seer homem bõo e bõo cavaleiro. – Filho Gualaaz – disse Lançalot – stranhamente vos fez Deos fremosa creatura. Par Deos, se vós nom cuidades seer bõo homem ou bõo cavaleiro, assi Deos me conselhe, sobejo seria gram dapno e gram malaventura de nom seerdes bõo cavaleiro, ca sobejo sedes fremoso. E ele disse: – Se me Deos fez assi fremoso, dar-mi-á bondade, se lhe prouver; ca, em outra guisa, valeria pouco. E ele querrá que serei bõo e cousa que semelhe minha linhagem e aaqueles onde eu venho; e metuda ei minha sperança em Nosso Senhor. E por esto vos rogo que me façades cavaleiro. E Lançalot respondeo: – Filho, pois vos praz, eu vos farei cavaleiro. E Nosso Senhor, assi como a el aprouver e o poderá fazer, vos faça tam bõo cavaleiro como sodes fremoso. E o irmitam respondeo a esto: – Dom Lançalot, nom ajades dulda de Galaaz, ca eu vos digo que de bondade de cavalaria os milhores cavaleiros do mundo passará. E Lançalot respondeo: – Deos o faça assi como eu queria. Entam começarom todos a chorar com prazer quantos no lugar stavam. Demanda do Santo Graal, fl. I, ed. de Augusto Magne, 1955-1970.

Vejam mais fotos

Este dia foi o dia em que os grupos fizeram a homenagem de acordo com as regras da disciplina e escolhas dos Grupos.

Os dois da foto a esquerda, são Alessandro fazendo a entrega do Certificado de Amizade para Maria Luiza, que foi a escolhida pelo grupo e por unanimidade como merecedora desse certificado improvisado. Nesse mesmo dia, houve homenagem à o aluno Gilson, a o grupo da Maria Luiza entre outros, que tambem foi maravilhoso as apresentações.

Mais fotos da aula de Literatura Portuguesa




Fotos da apresentação da Disciplina de Literatura







Fotos da Turma na Aula de Literatura Portuguesa

Estas são as fotos da atividade realizada na aula de sexta-feira, que foi um sucesso.

A POLÍTICA INTERNA DO MINISTRO DO EXTERIOR

Certa vez perguntaram ao ministro do exterior da França, Robert Schuman, por que ele nunca se casara.
"Há muito tempo", respondeu ele, "quando um dia estava andando de metrô, pisei no pé de uma mulher. Antes que pudesse desculpar-me, ela já foi gritando:
"Seu idiota, você não olha onde pisa?"
Só então ela olhou para mim, reconsiderando o que havia dito e exclamou: "Por favor, desculpe-me, pensei que fosse meu marido!"

quarta-feira, 24 de junho de 2009

APRENDENDO COM A VIDA

Uma Pessoa Justa e de bom Caráter fala, age e vive segundo a verdade.

Uma alfinetada no balão.

Um jovem advogado montou um luxuoso escritório.
Para causar boa impressão, comprou um telefone de luxo que, provisoriamente, estava exposto de forma imponente sobre a escrivaninha.
Logo um cliente foi anunciado. Era o primeiro!
O jovem advogado, deliberadamente, faz com que ele espere quinze minutos. Depois, para impressinar ainda mais, pega o fone no momentoem que o cliente entra, e finge estar dando um telefonema muito importante.

"Meu caro diretor geral... Estamos ambos perdendo tempo... Bem, se o senhor quiser, posso fazer, mas não por menos de vinte milhões. Bem, está combinado! Bom dia!"
E coloca o fone no gancho. O cliente precisa de fato estar muito impressionado. Quase confuso.
"O que o senhor deseja?"
"Eu... eu vim instalar o telefone."

terça-feira, 23 de junho de 2009

PENSANDO UM POUCO

A verdade é algo que muda constantemente. Pois logo, o que aconteceu ontem, nem sempre acontece hoje, ou, acontecerá amanhã. Mas isso não quer dizer que ela nunca existiu. Simplesmente isso quer dizer que tudo muda tudo se transforma, até mesmo a verdade.
A forma mais simples de viver é vivendo intensamente cada dia, hora, minuto como se fosse o único. Pois um dia será mesmo. E nesse momento, se der tempo a você refletir sobre todas as coisas, pensará assim: vivi tão pouco tempo, e ainda assim, não fiz metade daquilo que eu quisera. Logo não me arrependo do que fiz, mas sim, do que eu não fiz.
A única coisa que nos diferenciam dos demais animais é a forma de como nos comuniquemos, pensamos e agimos. Logo dessas três, a mais importante é a comunicação. Sendo assim, comunicar não é só haver comunicação coesa e coerente, um comunicador e um receptor, mas sim, comunicar é fazer existir as coisas que não existem, é viver as coisas que se pensa e principalmente, fazer as outras pessoas sentir aquilo que descrevemos com nossas palavras. Isso sim é comunicação.

A coisa mais natural entre os homens, não é a concordância, mas a discórdia e, por isso existe a evolução. Pois se tudo e todos se rendessem a um pensamento só, ainda nos comunicaríamos através da fumaça; ainda nos vestiríamos de couro de animais... enfim, ainda seriamos selvagens simplesmente porque não ousaríamos a tentar novas formas de viver, aprender e construir.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

BOCA DO INFERNO



Gregório de Matos, é historicamente, o primeiro grande poeta do Brasil. Sua obra, talvez a mais importante produzida pelo Barroco poético da América portuguesa e espanhola, conserva ainda hoje boa parte do seu interesse, por força, sobretudo, da agudeza e do vigor com que o Poeta soube fixar satiricamente, numa linguagem vivaz que já deixa transparecer o genius loci na exploração de sonoridades africanas e tupis e que, na sua mordacidade feroz, não recua nem diante da pornografia, a dissolução de costumes na Bahia do século XVII.

Poesia

Ardor em firme coração nascido;
Pranto por belos olhos derramado;
Incêndio em mares de água disfarçado;
Rio de neve em fogo convertido:

Tu, que em um peito abrasas escondido;
Tu, que em um rosto corres desatado;
Quando fogo, em cristais aprisionado;
Quando cristal em chamas derretido.

Se és fogo como passas brandamente,
Se és neve, como queimas com porfia?
Mas ai, que andou Amor em ti prudente!

Pois para temperar a tirania,
Como quis que aqui fosse a neve ardente,
Permitiu parecesse a chama fria.

Gregório de Matos

Fonte: Poemas Escolhidos/Ed. Cultrix.

domingo, 21 de junho de 2009

Pensamento de Madre Teresa de Cálcuta



A vida é uma oportunidade, aproveita-a.
A vida é beleza, admira-a.
A vida é beatificação, saborei-a.
A vida é sonho, torna-o realidade.
A vida é um desafio, enfrenta-o.
A vida é um dever, cumpre-o.
A vida é um jogo, joga-o.
A vida é preciosa, cuida-a.
A vida é riqueza, conserva-a.
A vida é amor, goza-a.
A vida é um mistério, desvela-o.
A vida é promessa, cumpre-a.
A vida é tristeza, supera-a.
A vida é um hino, canta-o.
A vida é um combate, aceita-o.
A vida é tragédia, domina-a.
A vida é aventura, afronta-a.
A vida é felicidade, merece-a.
A vida é a VIDA, defende-a.

Madre Teresa de Calcutá

Muitas vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas. Perdoe-as assim mesmo! Se você é gentil, podem acusá-lo de egoísta, interesseiro. Seja gentil assim mesmo! Se você é um vencedor terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros. Vença assim mesmo! Se você é bondoso e franco poderão enganá-lo. Seja bondoso e franco assim mesmo! O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para a outra. Construa assim mesmo! Se você tem paz e é feliz, poderão sentir inveja. Seja feliz assim mesmo! O bem que você faz hoje, poderão esquecê-lo amanhã. Faça o bem assim mesmo! Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante. Dê o melhor de você assim mesmo! Veja você que, no final das contas é entre você e Deus. Nunca foi entre você e os outros!

Madre Teresa de Calcutá

sábado, 20 de junho de 2009

AULA DE ONTEM (LITERATURA)

Confira a Lista dos homenageados de ontem (19 de junho de 2009), na aula de Literatura do Professor Ak.
1. Maria Luiza.
2. Gilson
3. O Grupo de Maria Luiza.

Em breve estarão expostos fotos do momento da aula realizada.

Se tudo ocorrer normal, na próxima terça-feira, dia 23 de junho de 2009, Aka dará aula no lugar da professora Luzinete.

Ficou combinado que, quem não fez o vídeo homenagiando alguém conforme solicitado em aula anterior pelo professor, poderá fazê-lo e entregá-lo na próxima aula.

NOVA ORTOGRAFIA



Saiba o que mudou na ortografia brasileira.
Aprenda e fique por dentro de tudo que muda nos países que falam português.
Conheça as mudanças que ocorrem com a reforma do português.
Tudo isso você ver nos seguintes endereços:
http://novaortografia.com/ ; www.livrariamelhoramentos.com.br/Guia_Reforma_Ortografica_Melhoramentos.pdf -

sexta-feira, 19 de junho de 2009

PESCANDO PENSAMENTOS




O Caminho da Vida

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos.

A cobiça envenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódios... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínios.

Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria.

Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.

Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

(O Último discurso, do filme O Grande Ditador)

Charles Chaplin

UM POUCO DE GUIMARÃES ROSA


“...Mestre é quem
De repente, aprende”
Guimarães Rosa


Eu tenho que saber
O que os alunos sabem
Eu tenho que saber
O que os alunos não sabem

Eu tenho que saber muito bem
Passar o conteúdo qualificado
Com base na cultura de origem do aluno, de seu meio
Tenho que ser didático
Tenho que humanizar sempre a relação
Reger Corações, Mentes e Espíritos
Com técnica de convencimento e o devido acolhimento
Sem impor ocasionais habilidades de percurso, o próprio saber
Sem querer ser o dono da verdade
Ou dono dos alunos

Dar aulas é se doar
E também aprender se reciclando
Junto e ao lado do aluno
A partir do que ele traz de bom ou de ruim
Da realidade construtora (ou dificultadora) dele

A criança ou o jovem
Precisam paulatinamente aprender a ser alunos
Quando criança – que ele pode saber ser
Quando adolescente
Que ele às vezes não sabe ser
Não sabe exatamente para que serve
Nem sabe como administrar a própria energia potencializada de

O aluno não é um mero depósito circunstancial
Antes, é um extremo radar receptor e crítico
É uma alma, um coração incendiado
Uma estrada se iniciando
Um imenso universo-Ser
Aluno-Ser, identidade em construção

O professor pesquisa, pensa, constrói e resolve com o aluno
O saber – e o apreender o saber
A adquirir conhecimentos
O professor tem que saber Saber
Ter técnica de aproximação com o fácil e o difícil
Ter didática, alto astral, humor, bagagem
Prazer e delicia de ser o que é naquilo que faz
Ser feliz para fazer as devidas amarras
De todas as relações de buscas, trocas e somas
Ser feliz
Aparentar felicidade
Para então com isso fazer os alunos felizes com suas aulas

Professor não é dono daquilo que sabe
Professor não é dono da verdade e nem do aluno
Professor é
Sentidor
Pensador
Construtor
Facilitador
Deve professar aulas com competência, conhecimento
Quem não é feliz naquilo que faz
Não pode se reproduzir assim
É pessoa errada na hora errada com clientela errada

Professor deve professar aulas, antes de tudo
Com muito esmero e profissionalismo
Professor ético, humano
Com enfoque sócio-plural comunitário
A escola toda deve girar em torno do corpo discente e a partir dele
O aluno, razão de ser do Professor
Principalmente e ainda
Nesses difíceis novos tempos de hiper-informação

Se a melhor pedagogia é o exemplo
Ser professor é a melhor rebeldia
De um profissional sonhador e iluminado
O mestre educador deve sempre conciliar prós e contras
Issos e aquilos, situações-conflitos e afins
Paulo Freire, Piaget, Wallom. Sempre com Carinho
Fazendo o aluno sentir e compreender que tem direitos
E pela técnica da sedução e do conhecimento
Convencer o aluno que ele também tem maravilhosos DEVERES
Que serão cobrados humanamente
Em beneficio de uma evolução escolar
Em avaliação continua, presencial, afetuosa

Professor tem que fazer milagres
Às vezes com giz, lousa, saliva e o gostar de fazer o que faz
Mais o seu caráter, a sua dedicação tão importante
Ainda o seu amor para ter sempre a consciência tranquila
E a sensação do dever cumprido

Na verdade
O professor às vezes tem que fazer das dificuldades o uso do coração
Pôr os pingos nos dáblios
É da natureza do trabalho esse acolhimento e superação
Sempre desafiado para provar
Que é aquilo que pensa que é
E ainda assim lecionando bem, literalmente tirando de letra

O Professor cria
Produz
Refaz
Relê
Serve-se
Por isso que até mesmo é, o Professor

SOBRE A AULA DE AMANHÃ

SURPRESAS NA DISCIPLINA DE LITERATURA PORTUGUESA

Amanhã haverá SURPRESAS na aula de Literatura Portuguesa, Professor AK. Por favor, não percam, pois tudo indica que a aula vai ser maravilhosa.

Turma de Letras do 4º Período - UERN - Macau/RN

PESCANDO PENSAMENTOS

"Eu não me importo com o que os outros pensam sobre o que eu faço, mas eu me importo muito com o que eu penso sobre o que eu faço. Isso é caráter."
-- Theodore Roosevelt

Fonte: http://www.menteaberta.net/

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Aula de hoje Didatica

Galera hoje o professor não compareceu.

Porém, as aulas de amnhã e sexta continuará a mesma proposta na seguinte ordem: Akailson (Literarura Portuguesa), coquitel e Bosco (Diacronia do Português), debate.

AGENDA DE ATIVIDADES ACADEMICAS DA SEMANA


Segunda-feira, 15 de junho de 2009

Disciplina: Literatura Brasileira I
Professora: Conceição

• Apresentar o fichamento do texto: “Teoria da Literatura, Crítica Literária e Ensino”, e discutir as idéias extraídas dele.
 OBSERVAÇÃO: Ficou agendado para a próxima aula de Literatura Brasileira I, dia 22 de junho de 2009, o debate sobre o Autor GREGÓRIO DE MATOS.

Terça-feira, 16 de junho de 2009

Disciplina: Morfossintaxe II
Professora: Luzinete

• Aplicação de dois exercícios para ser em entregues respondidos na próxima aula.
 OBSERVAÇÃO: Entregar exercício respondido na próxima aula do dia 23 de junho de 2009.


Quarta-feira, 17 de junho de 2009

Disciplina: Didática Geral
Professor: Marcio

• Apresentar histórico didático cronológico em forma de imagens sem áudio.

Quinta-feira, 18 de junho de 2009

Disciplina: Literatura Portuguesa I
Professora: AKA
1ª avaliação

Trovadores eram aqueles que compunham as poesias e as melodias que as acompanhavam, e cantigas são as poesias cantadas, geralmente acompanhado de instrumentos musicais, como o alaúde ou a cistre, compunha e entoava cantigas. Normalmente, os trovadores eram homens, mas houve trovadoras (em provençal ou occitano trobairitz), também nobres. Suas correspondentes nas classes inferiores eram as jogralesas (joglaresses em provençal). Os autores de origem vilã tinham o nome de jogral, termo que designava igualmente o seu estatuto de profissional (em contraste com o trovador). Jogral, na lírica medieval, era o artista profissional, de origem popular (vilão, ou seja, não pertencendo à nobreza), que geralmente cantava ou tocava instrumentos musicais, como o alaúde ou a cistre. Alguns jograis compunham também as suas próprias melodias e poemas. Jogral é como se fosse um coral, só que ao invés de cânticos, é um coral falado, mas falado dentro de uma ordem, o que confere uma musicalidade e ritmo à declamação. Pega-se o texto ou a poesia e divide em versos, que serão declamados por 1, 2, 3, ou quantas vozes quiser. O conjunto fica harmonioso e deve ser bem ensaiado e falado em voz bem forte.
QUESITO ÚNICO : Diante da explanação teórica do que seja TROVADOR e JOGRAL, a sua atividade avaliativa será FAZER UMA SERENATA para uma pessoa por quem você se afeiçoa; pode ser: MÃE, PAI, IRMÃ, IRMÃO, NAMORADO, NAMORADA, ENTEADO, ENTEADA, AVÔ, AVÓ, AMIGO, AMIGA, etc.
OBS. 1) Essa homenagem deverá ser DEPOIS DA 00:00 (MEIA-NOITE) DO DIA 11 DE JUNHO, por razões óbvias (12 DE JUNHO, DIA DOS NAMORADOS) em forma de canção, declamação de poesia, poema, etc; para executar sua tarefa, mantenha sigilo até o momento da execução; não deixe que seu/sua homenageado/a tome conhecimento antes.
2) Esteja DEVIDAMENTE CARACTERIZADO/A para executar sua atividade, ou você não estará dentro dos padrões TROVADOR de apresentação; use alguma roupa especial se preciso for, mas contanto que você não se apresente de SHORT, BLUSA E SANDÁLIAS, como se esta fosse uma ocasião comum; lembre que ESTE DIA É MUITO ESPECIAL para você, e para seu/sua homenageado/a.
3) REGISTRE TUDO! Mande o vídeo, e fotos de sua homenagem para o e-mail: akasoares@hotmail.com até o dia 15 de junho (data máxima para recebimento, lembre que a atividade é para MEIA-NOITE EM DIANTE, DO DIA 12 DE JUNHO)
4) Use A MÚSICA para acompanhar sua homenagem, lembre que é ela quem ETERNIZA o momento que você irá apresentar. Não precisa registrar palavras ou a reação do/a homenageado/a.
Sucesso, e boa festa!
@k@!

 OBSERVAÇÃO: Nem todos produziram o filme conforme tarefa passada pelo professor, porém, é possível mudanças quanto a AVALIAÇÃO desta aula de 18 de junho de 2009.

Sexta-feira, 19 de junho de 2009

Disciplina: Diacronia do Português
Professor: Bosco

• Fazer debate conforme agendado pelo professor na ultima aula.
OBSERVAÇÃO: O debate será a certa do assunto abordado na apostila “Gramática Histórica”.

terça-feira, 16 de junho de 2009


Imagine
John Lennon

Imagine que não exista nenhum paraíso,
É fácil se você tentar.
Nenhum inferno abaixo de nós,
Sobre nós apenas o firmamento.
Imagine todas as pessoas
Vivendo pelo hoje...

Imagine que não exista nenhum país,
Não é difícil de fazer.
Nada porque matar ou porque morrer,
Nenhuma religião também.
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz...

Imagine nenhuma propriedade,
Eu me pergunto se você consegue.
Nenhuma necessidade de ganância ou fome,
Uma fraternidade de homens.
Imagine todas as pessoas
Compartilhando o mundo todo.

Você talvez diga que sou um sonhador,
Mas eu não o único.
Eu espero que algum dia você junte-se a nós,
E o mundo viverá como um único.

Musica traduzido do John Lennon...

SOBRE TROVADORISMO

A época do trovadorismo abrange as origens da Língua Portuguesa, a língua galaico-portuguesa (o português arcaico) que compreende o período de 1189 a 1418. Portugal ocupava-se com as Cruzadas, a luta contra os mouros, e estava marcado pelo teocentrismo (universo centrado em Deus, a vida estava voltada para os valores espirituais e a salvação da alma) e pelo sistema feudal (sistema econômico e político, entre senhores e vassalos ou servos), já enfraquecido, em fase de decadência. Quando finalmente a guerra chega ao fim, começam manifestações sociais de período de paz, entre elas a literatura, e em torno dos castelos feudais também desenvolveu-se um tipo de literatura que redimensiona a visão do mundo medieval e aponta para novos caminhos, essa manifestação literária é o Trovadorismo.

Os poetas e cronistas dessa época eram chamados de trovadores, pois no norte da França, o poeta recebia o apelativo trouvère (em Português: trovador), cujo radical é: trouver (achar), dizia-se que os poetas “achavam” sua canção e a cantavam acompanhados de instrumentos como a cítara, a viola, a lira ou a harpa. Os poemas produzidos nessa época eram feitos para serem cantados por poetas e músicos. Os trovadores tinham grande liberdade de expressão, entravam em questões políticas e exerceram destacado papel social. O primeiro texto escrito em português foi criado no século XII (1189 ou 1198) era a “Cantiga da Ribeirinha”, do poeta Paio Soares de Taveirós, dedicada a D. Maria Paes Ribeiro, a Ribeirinha. As poesias trovadorescas estão reunidas em cancioneiros ou Livros de canções, são três os cancioneiros: Cancioneiro da Ajuda, Cancioneiro da Vaticana e Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa (Colocci-Brancuti), além de um quarto livro de cantigas dedicadas à Virgem Maria pelo rei Afonso X, o Sábio. Surgiram também os textos em prosa de cronistas como Rui de Pina, Fernão Lopes e Eanes de Azuraram e as novelas de cavalaria, como A Demanda do Santo Graal.

Tipos de Cantiga.

Os primórdios da literatura galaico-portuguesa foram marcados pelas composições líricas destinadas ao canto.

Essas cantigas dividiam-se em dois tipos:

Refrão, caracterizadas por um estribilho repetido no final de cada estrofe,

Mestria, que era mais trabalhada, sem algo repetitivo.

Essas eram divididas em temas, que eram: Cantigas de Amor, Amigo e de Escárnio e Maldizer.

Mas com o surgimento dos textos em prosa e novelas de cavalaria, houve uma nova “classificação”, que deixou dividido em:

Lírico Amorosa, subdividida em: cantiga de amor e cantiga de amigo.

Satírica, de escárnio e maldizer.

Temas

Cantiga de Amor

Quem fala no poema é um homem, que se dirige a uma mulher da nobreza, geralmente casada, o amor se torna tema central do texto poético. Esse amor se torna impraticável pela situação da mulher. Segundo o homem, sua amada seria a perfeição e incomparável a nenhuma outra. O homem sofre interiormente, coloca-se em posição de servo da mulher amada. Ele cultiva esse amor em segredo, sem revelar o nome da dama, já que o homem é proibido de falar diretamente sobre seus sentimentos por ela (de acordo com as regras do amor cortês), que nem sabe dos sentimentos amorosos do trovador. Nesse tipo de cantiga há presença de refrão que insiste na idéia central, o enamorado não acha palavras muito variadas, tão intenso e maciço é o sofrimento que o tortura.

São cantigas que espelham a vida na corte através de forte abstração e linguagem refinada.

Cantiga de Amigo

O trovador coloca como personagem central uma mulher da classe popular, procurando expressar o sentimento feminino através de tristes situações da vida amorosa das donzelas. Pela boca do trovador, ela canta a ausência do amigo (amado ou namorado) e desabafa o desgosto de amar e ser abandonada, em razão da guerra ou de outra mulher. Nesse tipo de poema, a moça conversa e desabafa seus sentimentos de amor com a mãe, as amigas, as árvores, as fontes, o mar, os rios, etc. É de caráter narrativo e descritivo e constituem um vivo retrato da vida campestre e do cotidiano das aldeias medievais na região.

Cantigas de escárnio e de maldizer

Esse tipo de cantiga procurava ridicularizar pessoas e costumes da época com produção satírica e maliciosa.

As cantigas de escárnio são críticas, utilizando de sarcasmo e ironia, feitas de modo indireto, algumas usam palavras de duplo sentido, para que, não entenda-se o sentido real.

As de maldizer, utilizam uma linguagem mais vulgar, referindo-se diretamente a suas personagens, com agressividade e com duras palavras, que querem dizer mal e não haverá outro modo de interpretar.

Os temas centrais destas cantigas são as disputas políticas, as questões e ironias que os trovadores se lançam mutuamente.

As novelas de cavalaria - Surgiram derivadas de canções de gesta e de poemas épicos medievais. Refletiam os ideais da nobreza feudal: o espírito cavalheiresco, a fidelidade, a coragem, o amor servil, mas estavam também impregnadas de elementos da mitologia céltica. A história mais conhecida é A Demanda do Santo Graal, a qual reúne dois elementos fundamentais da Idade Média quando coloca a Cavalaria a serviço da Religiosidade. Outras novelas que também merecem destaque são "José de Arimatéia" e "Amadis de Gaula".

Autores (Trovadores)

Os mais conhecidos trovadores foram: João Soares de Paiva, Paio Soares de Taveirós, o rei D. Dinis, João Garcia de Guilhade, Afonso Sanches, João Zorro, Aires Nunes, Nuno Fernandes Torneol.

Mas aqui falaremos apenas sobre alguns.

Paio Soares Taveirós

Paio Soares Taveiroos (ou Taveirós) era um trovador da primeira metade do século XIII. De origem nobre, é o autor da Cantiga de Amor A Ribeirinha, considerada a primeira obra em língua galaico-portuguesa.

D. Dinis


Dom Dinis, o Trovador, foi um rei importante para Portugal, sua lírica foi de 139 cantigas, a maioria de amor, apresentando alto domínio técnico e lirismo, tendo renovado a cultura numa época em que ela estava em decadência em terras ibéricas.

D. Afonso X


D. Afonso X, o Sábio, foi rei de Leão e Castela. É considerado o grande renovador da cultura peninsular na segunda metade do século XIII. Acolheu na sua corte e trovadores, tendo ele próprio escrito um grande número de composições em galaico-português que ficaram conhecidas como Cantigas de Santa Maria. Promoveu, além da poesia, a historiografia, a astronomia e o direito, tendo elaborado a General Historia, a Crônica de España, Libro de los Juegos, Las Siete Partidas, Fuero Real, Libros del Saber de Astronomia, entre outras.

D. Duarte

D. Duarte foi o décimo primeiro rei de Portugal e o segundo da segunda dinastia. D. Duarte foi um rei dado às letras, tendo feito a tradução de autores latinos e italianos e organizando uma importante biblioteca particular. Ele próprio nas suas obras mostra conhecimento dos autores latinos.

Obras: Livro dos Conselhos; Leal Conselheiro; Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda a Sela.

Fernão Lopes


Fernão Lopes é considerado o maior historiógrafo de língua portuguesa, aliando a investigação à preocupação pela busca da verdade. D. Duarte concedeu-lhe uma tença anual para ele se dedicar à investigação da história do reino, devendo redigir uma Crônica Geral do Reino de Portugal. Correu a província a buscar informações, informações estas que depois lhe serviram para escrever as várias crônicas (Crônica de D. Pedro I, Crônica de D. Fernando, Crônica de D. João I, Crônica de Cinco Reis de Portugal e Crônicas dos Sete Primeiros Reis de Portugal). Foi “guardador das escrituras” da Torre do Tombo.

Frei João Álvares

Frei João Álvares a pedido do Infante D. Henrique, escreveu a Crônica do Infante Santo D. Fernando. Nomeado abade do mosteiro de Paço de Sousa, dedicou-se à tradução de algumas obras pias: Regra de São Bento, os Sermões aos Irmãos do Ermo atribuídos a Santo Agostinho e o livro I da Imitação de Cristo.

Gomes Eanes de Zurara

Gomes Eanes de Zurara, filho de João Eanes de Zurara. Teve a seu cargo a guarda da livraria real, obtendo em 1454 o cargo de “cronista-mor” da Torre do Tombo, sucedendo assim a Fernão Lopes. Das crônicas que escreveu destacam-se: Crônica da Tomada de Ceuta, Crônica do Conde D. Pedro de Meneses, Crônica do Conde D. Duarte de Meneses e Crônica do Descobrimento e Conquista de Guiné.

Algumas cantigas:

CANTIGA DE AMOR



No mundo non me sei parelha,

Mentre me for’como me vay

Ca já moiro por vos – e ay!

Mia senhor branca e vermelha,

Queredes que vos retraya

Quando vus eu vi em saya!

Mao dia me levantei,

Que vus enton non vi fea!

E, mia senhor, des aquel di’ ay!

Me foi a mi muyn mal,

E vos, filha de don Paay

Moniz, e bemvus semelha

D’aver eu por vos guarvaya

Pois eu, mia senhor d’alfaya

Nunca de vos ouve, nem ei

Valia d’ua correa.



CANTIGA DE AMIGO



- Ai flores, ai flores do verde pino,

Se sabedes novas do meu amigo?

Ai, Deus, e u é?

Ai flores, ai flores do verde ramo,

Se sabedes novas do meu amado?

Ai, Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo, Aquel que mentiu do que pôs comigo?

Ai, Deus, e u é?



CANTIGA DE ESCÁRNIO



Conheceis uma donzela

Por quem trovei e a que um dia

Chamei dona Berinjela?

Nunca tamanha porfia

Vi nem mais disparatada.

Agora que está casada

Chamam-lhe Dona Maria.

Algo me traz enojado,

Assim o céu me defenda:

Um que está a bom recato

(negra morte o surpreenda

e o Demônio cedo o tome!)

quis chamá-la pelo nome

e chamou-lhe Dona Ousenda.

Pois que se tem por formosa

Quanto mais achar-se pode,

Pela Virgem gloriosa!

Um homem que cheira a bode

E cedo morra na forca

Quando lhe cerrava a boca

Chamou-lhe Dona Gondrode.

Artigo Publicado pela:Alessandra

RETIRADO DO SITE: http://www.brasilescola.com/literatura/trovadorismo.htm

QUEM FOI GREGÓRIO DE MATOS?

Cronologia da vida de Gregório de Mattos e Guerra,
conhecido como Boca do Inferno ou Boca de Brasa.

1636 – A data comumente aceita para o nascimento de Gregório de Mattos e Guerra é a de 23 de dezembro de 1636, mas alguns biógrafos podem apresentar a possibilidade de ter ocorrido em março de 1623. O poeta nasceu em Salvador, Bahia, e era filho de Gregório de Mattos (natural de Guimarães, Portugal) com Maria da Guerra. Os Mattos da Bahia eram uma família abastada, formada por proprietários rurais, donos de engenhos, empreiteiros e funcionários da administração da colônia.

1642 – Devido à condição financeira de sua família, Gregório teve acesso ao que havia de melhor em educação na época e pôde estudar no Colégio dos Jesuítas, em Salvador.

1650 – Viaja para Portugal, onde irá completar seus estudos.

1652 – Ingressa na Universidade de Coimbra.

1661 – Formatura em Direito. Nesse mesmo ano, casa-se com D. Michaela de Andrade, proveniente de uma família de magistrados.

1663 – É nomeado Juiz de Fora de Alcácer do Sal, Alentejo, por D. Afonso VI.

1665-66 – Exerce a função de Provedor da Santa Casa de Misericórdia no mesmo local.

1668 – No dia 27 de janeiro é investido da incumbência de representar a Bahia nas Cortes, em Lisboa.

1671 – Assume o cargo de Juiz do Cível, em Lisboa.

1672 – Torna-se Procurador da Bahia em Lisboa por indicação do Senado da Câmara.

1674 – Novamente representante da Bahia nas Cortes, em Lisboa. Nesse mesmo ano, é destituído da Procuradoria da Bahia e batiza uma filha natural, chamada Francisca, na Freguesia de São Sebastião da Pedreira, em Lisboa.

1678 – Fica viúvo de D. Michaela com quem sabe-se que teve um filho do qual não há registros históricos.

1679 – É nomeado Desembargador da Relação Eclesiástica da Bahia.

1681 – Recebe as Ordens Menores, tornando-se clérigo tonsurado.

1682 – É nomeado Tesoureiro-Mor da Sé, por D. Pedro II. Como magistrado de renome, tem sentenças de sua autoria publicadas pelo jurisconsulto Emanuel Alvarez Pegas. Isto viria a acontecer novamente em 1685.

1683 – No início do ano, depois de 32 anos em Portugal, está de volta a Bahia, Brasil. Meses após seu retorno, é destituído de seus cargos eclesiásticos pelo Arcebispo D. Fr. João da Madre de Deus, por se recusar a usar batina e também por não acatar a imposição das Ordens maiores obrigatórias para o exercício de suas funções. É nessa época que surge o poeta satírico, o cronista dos costumes de toda a sociedade baiana. Ridiculariza impiedosamente autoridades civis e religiosas.

1685 – É denunciado à Inquisição, em Lisboa, por seus hábitos de “homem solto sem modo de cristão”.

168(?) – Ainda na década de 1680, casa-se com Maria de Póvoas (ou “dos Povos”). Desta união, nasce um filho chamado Gonçalo.

1691 – É admitido como Irmão da Santa Casa de Misericórdia da Bahia.

1692 – Paga uma dívida em dinheiro à Santa Casa de Lisboa.

1694 – Seus poemas satíricos contra o Governador Antonio Luiz Gonçalves da Câmara Coutinho faz com os filhos deste o ameacem de morte. O Governador João de Alencastro, amigo de Gregório, e outros companheiros do poeta armam uma forma de prendê-lo e enviá-lo à força para Angola, sem direito a voltar para a Bahia. Isto causa profundo desgosto a Gregório. Ainda nesse mesmo ano, envolve-se em uma conspiração de militares portugueses. Interferindo neste conflito, Gregório colabora com a prisão dos cabeças da revolta e tem como prêmio seu retorno ao Brasil.

1695 – Retorna para o Brasil e vai para o Recife, longe de seus desafetos na Bahia. Morre no dia 26 de novembro, antes de completar 59 anos, de uma febre contraída em Angola.

Texto tirado da internet.

Para Saber mais: http://www.memoriaviva.com.br/gregorio/

domingo, 14 de junho de 2009

INTELIGÊNCI EMOCIONAL

A Era da Inteligência
Emocional

Dalmo Duque dos Santos


A melhor expressão da espécie humana é sua inteligência, diferenciada das demais espécies pela sua capacidade de fazer escolhas. E a maior expressão dessa inteligência são os sentimento e emoções, paixões e compaixões que o ser humano demonstra em relação às coisas e aos seus semelhantes. Este é o motivo pelo qual todas as culturas ensinam, de acordo com as suas tradições, que o Homem foi criado à imagem e semelhança da Divindade. Ao contrário do caráter quase estático da inteligência instintiva dos animais, a inteligência humana é dinâmica e constantemente desafiada pelas circunstâncias das existências. O fator mudança-adaptação do plano biológico animal é lento e quase imperceptível; porém, no plano psicológico hominal, é extremamente veloz, devido à percepção racional e dada à riqueza e diversidade das situações existenciais da experiência social humana. Diante dessa diversidade e impulsionado pelas paixões naturais, o ser racional não tem alternativa senão fazer escolhas, mesmo que seja em forma de fugas. É através dessa crescente riqueza circunstancial, estimulada pelas constantes descobertas e inquietações sociais, que se revelam as múltiplas faces da inteligência e também os segredos do funcionamento da mente e da aprendizagem. Foi por esse motivo que somente agora, em plena era tecnológica, antigas verdades, guardadas à sete chaves nos círculos ocultos, vieram à tona nos tempos atuais. Foi dessa forma que desabou o mito científico da inteligência única e da pedagogia unilateral. Quando um Huberto Rohden afirma que “ninguém educa ninguém” - porque a educação é intransitiva – ou um Carl Rogers demonstra que o professor é apenas um facilitador, estão revelando essa face enigmática e atraente da mente humana, qu e só aprende algo e se deixa educar quando toma a decisão de se transformar. Quem decide o momento da educação é o próprio educando, pela auto-aprendizagem, que é a busca da sua realização. A educação não é somente intransitiva, mas é também imprevisível, como o próprio ser humano.

Os conceitos existentes sobre a inteligência - hoje bastante transformados - , já vinham passando por uma profunda revisão nas últimas cinco décadas do século XX. Diversos filósofos, psicólogos e educadores desenvolveram nesse período pesquisas e teorias revolucionárias, mostrando que a mente humana não era somente uma fatalidade biológica ou um mero produto do meio social; e sim uma complexa combinação de experiências cujas conexões permaneceram desconhecidas e ainda permanecerão por muito tempo no terreno do mistério. Tudo indica que nas próximas décadas deste novo século esse tema tão atraente tomará rumos totalmente novos em relação àqueles que vinham sendo propostos anteriormente. É assim que temos visto a recente substituição do tradicional conceito de Q.I. (Quociente de Inteligência) pelo Q.E. (Quociente Emocional) ou T.I.M.- Teoria das Inteligências Múltiplas. O primeiro julgava a inteligência do ponto de vista quantitativo, geral, único, fixo e imutável; o segundo já mostra a inteligência de um ponto de vista qualitativo, negando que exista somente uma inteligência geral e sim inteligências específicas e autônomas. Segundo essas novas teorias todos nós somos dotados de uma variedade de diferentes competências e habilidades cognitivas. O primeiro conceito restringia a inteligência ao pensamento lógico-matemático, mensurando-a com fórmulas da mesma natureza: o Q.I. seria então a proporção entre a inteligência de um indivíduo determinada de acordo com alguma medida mental, e a inteligência normal ou média para a sua idade[5]. O segundo conceito diverge da idéia de que a inteligência se mede pela capacidade de responder testes lógico-matemáticos e afirma que a mesma é caracterizada por um conjunto de habilidades emocionais na solução de problemas. Prova disso é o fato de que muitos indivíduos rotulados como “inteligentes” pelos testes de QI se mostraram inábeis na solução de determinados problemas que não os de ordem lógico-matemática. E muitos indivíduos, também rotulados como “pouco inteligentes” na realização dos teste s de QI se mostraram muito habilidosos na solução de problemas nos quais os indivíduos de QI elevado sempre fracassavam. Enfim, a Ciência começa a perceber uma verdade filosófica tão antiga quanto a espécie humana: o livre-arbítrio como ferramenta de crescimento e autonomia pessoal; e a capacidade individual de fazer escolhas certas como o verdadeiro atributo da inteligência integral.

A partir dessas contradições teóricas e evidências de comportamento constatou-se que a inteligência não é absoluta, mas sempre relativa e proporcional ao grau de consciência da pessoa. Ela parte sempre do aspecto parcial e simples para o integral e complexo, que é a verdade como um todo. Quando afirmamos que alguém é inteligente ou pouco inteligente devemos sempre acrescentar as seguintes perguntas: Inteligente em que? Para que? Em que circunstância?

Inteligência sempre foi sinônimo de poder e superioridade e durante muito tempo ela vem sendo objeto sistemático de culto um social, sobretudo no mundo competitivo pós-industrial. Segundo esse conceito cultural, as pessoas tidas como inteligentes geralmente são vistas como seres superiores aos demais. Mas são superiores em que sentido? Em que circunstância? Alexandre Magno, Júlio César e Napoleão Bonaparte eram seres muito inteligentes, mas não eram seres superiores aos demais seres humanos em diversos sentidos. Hitler, apesar de ser vegetariano e abstêmio de carne, fumo e álcool, nunca foi exemplo de superioridade, sobretudo no aspecto moral. Todos eles eram seres humanos e, portanto, tinham limi tes não ultrapassados pelo tipo de inteligência que possuíam. Hitler tinha preconceitos contra judeus, negros, mulheres, etc.; isso é um limite na capacidade de solucionar problemas de convivência com aqueles que consideramos diferentes. Aliás, considerar pessoas ou conceitos diferentes como “inferiores ou “piores” denota claramente falta de habilidade mental para romper limites. Todos esses falsos “gênios” da história cometeram erros ao fazer escolhas e avaliações emocionais, provando que a inteligência que possuíam era limitada e parcial.

Foi isso que diferenciou esses famosos e “inteligentes” estadistas de alguns seres também inteligentes como Santo Agostinho, Gandhi, Confúcio ou Martin Luther King. Esses últimos eram pessoas que exibiam um tipo de inteligência não muito adequada para os padrões competitivos da arte militar e da conquista de territórios, mas extremamente habilidosos na competição contra inimigos interiores e na conquista do árido território íntimo. Eram, além de inteligentes, muito equilibrados emocionalmente. Suas conquistas interiores, aparentemente frágeis e impotentes, promoveram assustadoras mudanças exteriores, de grande impacto social. Logo, o equilíbrio emocional é um grande diferencial de inteligência. Isto porque, além da cognição e do pensamento lógico, esses indivíduos ampliaram suas inteligências através de outras experiências mentais, manifestadas pelos sentimentos e ações ainda incomuns na maioria dos seres humanos.

É por isso que o conceito de inteligências múltiplas abriu uma nova perspectiva na área do conhecimento, pois rompeu com os limites da “inteligência única”, que é por si só limitada e restrita, deslocando o ser humano para a “vivência”, que é uma forma de inteligência mais ampla, infinitamente irrestrita e ilimitada. Vivência pode ser chamada de inteligência total ou integral, enquanto a inteligência, única e isolada, é fragmentada e parcial.

A inteligência é um meio para se chegar ao conhecimento; a vivência é um fim, é o próprio conhecimento. E este “fim” não é o limite, mas o eterno “início” de novas e eternas experiências. Logo, conhecimento é uma experiência que na verdade não tem fim. Quanto mais conhecemos mais tomamos consciência de que não sabemos muito. Essa foi a vivência de Sócrates e foi por esse motivo que o oráculo o apontou como o homem mais sábio da Grécia, exatamente porque o conhecido filósofo vivia afirmando que nada sabia e que a experiência mais importante na vida era o “Conhece-te a ti mesmo”.

Todo ser humano que desperta para as realidades que o rodeiam o faz buscando entender a lógica da sua existência. Suas dúvidas o levam a aprender coisas novas e solucionar problemas delas decorrentes. E naturalmente faz perguntas, busca respostas, trás consigo o germe da filosofia no sangue e na alma. Considerando a linha filosófica socrática, as dúvidas mais comuns são essas:


QUEM SOMOS?

Resposta: Consciências, individualidades.


DE ONDE VIEMOS?
Resposta: de uma fonte inteligente superior e criadora das coisas.


PARA ONDE VAMOS?
Resposta: através de inúmeras experiências nos transformamos mental e constantemente do simples para o complexo, do homogêneo para o heterogêneo.

Mesmo discordando ou aceitando a lógica dessas respostas sentimos a necessidade de ir adiante, desvendar os mistérios que elas deixam na superfície da nossa capacidade de compreensão. Queremos então aprofundá-las cada vez mais.

Sabemos o que é a inteligência, qual a sua função e isso nos leva a perceber primeiramente que ela se localiza em um determinado ponto do nosso organismo: a cabeça, especificamente no cérebro. Mas os cérebros, organicamente falando, são todos iguais. Cérebros de criminosos famosos e de personalidades do mundo acadêmico, de pois de suas mortes físicas, foram dissecados por estudiosos e nada foi encontrado em suas medidas e características morfológicas que pudessem ser associadas à inteligência. Tanto o cérebro de Einstein quanto o do cangaceiro Lampião eram absolutamente idênticos. Então, por que as pessoas são diferentes e reagem de maneiras diferentes? Onde está essa diferença?

Quando uma pessoa vê um objeto vermelho todas as outras pessoas também vêem o tal objeto vermelho porque os cérebros realizam uma operação física semelhante para interpretar essa informação visual. Mas essas pessoas podem ter uma reação diferenciada quando são questionadas sobre o que “sentem” a respeito da cor vermelha. Uns podem “gostar” do vermelho e outros simplesmente “detestar” a mesma cor.

Por que isso acontece se os cérebros são iguais?

Resposta: quem manifestou o sentimento sobre a cor vermelha não foi o cérebro, mas algo que dá qualidade ao cérebro: a mente. O cérebro é uma massa orgânica e a mente[6] é o conjunto das experiências que o cérebro manifestou; o cérebro é apenas um captador externo de informações, pelos sentidos exteriores; a mente é a matriz das informações interiores, o arquivo dessas informações. Se aplicarmos uma relação de causa e efeito nessa análise é fácil perceber que o cérebro é o efeito da mente, emb ora seja um instrumento orgânico essencial para a manifestação da mente. Um cérebro defeituoso ou lesado não veicula corretamente os pensamentos, as atitudes, sentimento e emoções emitidas pela mente.

Comparando algumas características podemos perceber algumas diferenças fundamentais entre cérebro e mente e estabelecer realmente onde está centro das inteligências:

O CÉREBRO: fisiológico, material , temporal, concreto, objetivo, são todos iguais na forma.

A MENTE: psicológica, espiritual, atemporal, abstrata, subjetiva, são todas diferentes no conteúdo.

Para o filósofo Henri Bérgson, que dedicou sua vida ao estudo dessas diferenças conceituais, a percepção que temos do tempo e a existência da memória são provas irrefutáveis do universo mental:


"Todos os fatos e todas as analogias estão a favor de uma teoria que veria no cérebro apenas um intermediário entre as sensações e os movimentos, que faria desse conjunto de sensações e movimentos a ponta extrema da vida mental, ponta incessantemente inserida no tecido dos acontecimentos, e que, atribuindo assim ao corpo a única função de orientar a memória para o real e ligá-la ao presente, consideraria essa própria memória como absolutamente independente da matéria. Neste sentido, o cérebro contribui para chamar de volta a lembrança útil, porém mais ainda para afastar provisoriamente todas as outras. Não vemos de que modo a memória se alojaria na matéria; mas compreendemos bem - conforme a observação profunda de um filósofo contemporâneo [Ravaisson] - que "a materialidade ponha em nós o esquecimento"."


Segundo Bérgson o cérebro jamais poderia produzir as impressões e as referências que a mente consciencial dá ao tempo:


"A duração vivida por nossa consciência é uma duração de ritmo determinado, bem diferente desse tempo de que fala o físico e que é capaz de armazenar, num intervalo dado, uma quantidade de fenômenos tão grande quanto se queira. No espaço de um segundo, a luz vermelha - aquela que tem o maior comprimento de onda e cujas vibrações são portanto as menos freqüentes - realiza 400 trilhões de vibrações sucessivas. Deseja-se fazer uma idéia desse número? Será preciso afastar as vibrações umas das outras o suficiente para que nossa consciência possa contá-las ou pelo menos registrar explicitamente sua sucessão, e se verá quantos dias, meses ou anos ocuparia tal sucessão. Ora, o menor intervalo de tempo vazio de que temos consciência é igual, segundo Exner, a dois milésimos de segundo; ainda assim é duvidoso que possamos perceber um após outro vários intervalos tão curtos. Admitamos no entanto que sejamo s capazes disso indefinidamente. Imaginemos, em uma palavra, uma consciência que assistisse ao desfile de 400 trilhões de vibrações, todas instantâneas, e apenas separadas umas das outras pelos dois milésimos de segundo necessários para distingui-las. Um cálculo muito simples mostra que serão necessários 25 mil anos para concluir a operação. Assim, essa sensação de luz vermelha experimentada por nós durante um segundo corresponde, em si, a uma sucessão de fenômenos que, desenrolados em nossa duração com a maior economia de tempo possível, ocupariam mais de 250 séculos de nossa história”.


Refletindo ainda sobre a diferença que existe entre as pessoas, podemos afirmar com toda a certeza que ela não está no cérebro, mas na mente. É na mente que está localizada verdadeiramente a inteligência. É na mente que se encontra desde as experiências mais grosseiras e primitivas até as mais sofisticadas operações cognitivas. Quanto mais complexas são as experiências, mais complexas são as mentes.

Enquanto cérebro é composto de massa e dinamizado pelos neurônios, a mente é formada e desenvolvida pelo conjunto de habilidades ou inteligências cuja função é solucionar problemas de diferentes ordens. O conjunto dessas habilidades e competências opera e estimula os neurônios através das três vivências fundamentais: o Sentimento, o Pensamento e a Ação .

Durante todo o tempo de nossas vidas estamos pensando, agindo e sentindo. Ser inteligente não significa apenas raciocinar; significa também agir e reagir através de atitudes e emoções. É isso que tornam pessoas diferentes entre si, mais ou menos experientes uma em relação às outras, com maior ou menor grau de maturidade. Mas é bom lembrar que inteligência nem sempre é sinônimo de maturidade. Existem pessoas - crianças ou adultos - muito inteligentes porém imaturas emocionalmente. Essa é basicamente a diferença entre inteligência e vivência.

É através dessas três vivências que mente realiza suas funções psíquicas: obter conhecimento e auto-conhecimento e desenvolver o auto-domínio.

Na manifestação das três vivências, isto é, o contato com o ambiente, a mente tem como trabalho básico a solução de problemas e, num plano mais amplo, a ruptura de limites circunstanciais. Sempre que um problema é solucionado ocorre uma acomodação da nossa consciência; se o problema não teve solução é sinal que há um limite que deve ser rompido para ser superado. Enquanto isso não for possível ocorre então a adaptação, processo no qual a nossa consciência “dribla” a realidade através da resignação, das fugas e também dos ataques às situações incômodas.

Vejamos também como ocorre esse “jogo” entre a mente o ambiente[7]

A vida cotidiana é cômoda quando estamos em contato com as coisas comuns e banais. Mas quando surge uma mudança qualquer, rompendo-se a monotonia através de situações novas, ela passa a ser incômoda. Essas situações podem ser de fácil assimilação e geralmente resultam numa nova acomodação. Porém, nem sempre as situações se acomodam. Na maioria das vezes as situações são incômodas – e nós sabemos a causa espiritual das mesmas – e geram uma sensação desagradável de ameaça ao nosso conforto íntimo. Diante dessas situações incômodas temos como opção a acomodação, o fracasso e adapta ção: nesta última temos a s tentativas de diminuição do sofrimento: a fuga , a resignação ou agressão. Para nos adaptarmos ao fracasso podemos fugir da realidade incômoda e isso é feito de inúmeras formas: desde a mudança brusca de assunto até a situação extrema de entrarmos em coma. Fingir indiferença, usar drogas e remédios, tomar bebidas alcoólicas, fumar, praticar algum esporte, fazer uma viagem, ler um livro, dobrar a carga de trabalho, demonstrar agressividade física e verbal, desmaiar e até mesmo entrar em coma são diferentes formas de adaptação ante as situações incômodas. As formas de variam de acordo com as pessoas e das circunstâncias em que ocorrem. É nesses momentos que a mente exige operações cognitivas na qual temos que usar algum tipo de inteligência para aprender a resolver desde os pequenos até os mais complexos problemas: da porta que emperrou ou do aparelho eletrônico que não funciona até as mais graves provações de ordem moral.

A Revolução das Inteligências Múltiplas

Com já dissemos, o conceito de uma inteligência genérica foi sendo gradualmente superado pelo conceito de inteligências múltiplas. Segundo essas novas tendências da educação e da ciência do comportamento o ser humano possui potencialmente sete tipos de inteligências ou competências e habilidades cognitivas[8]. São habilidades e competências que foram sendo adquiridas desde os primórdios da raça humana constituindo três tendências cognitivas: as inteligências naturalísticas (instintivas e intui tivas), as inteligências técnicas (intelectuais e racionais) e as inteligências sociais (emocionais e expressivas).

Inteligência LINGUÍSTICA: habilidade e sensibilidade no uso e significado das palavras: retórica, persuasão, poesia, explicação, descrição e narração, etc.
Inteligência MUSICAL: habilidade e sensibilidade aos sons e ritmos.
Inteligência LÓGICO-MATEMÁTICA: habilidade na abstração, na criação de padrões, longas cadeias de raciocínio.
Inteligência ESPACIAL: habilidade de precisão e sensibilidade na percepção do espaço e do tempo, nas formas e objetos.
Inteligência CINESTÉSICO-CORPORAL: habilidade no uso do corpo com fins expressivos e no alcance de objetivos que exijam movimentos motores.
Inteligência PESSOAL: é uma inteligência única no gênero e dupla na função: Intrapessoal é a capacidade de acesso à nossa vida emocional ou sentimental, pelo auto conhecimento; e Interpessoal é capacidade é a capacidade de observar e fazer distinções entre as pessoas do seu convívio.
Essas inteligências não apareceram no ser humano num passe de mágica, como se fosse um decreto arbitrário do Criador para suas criaturas, privilégio e sucesso de uns e fonte de tormentos e fracasso para outros. Elas são o produto de uma evolução natural, regida por leis naturais, de um desenvolvimento histórico da esfera biológica para a psicológica, realizada em milhões de anos de experiências, de erros e acertos. Marcaram dessa forma a transformação de habilidades parciais no plano existencial em competências integrais, no plano vivencial. Cada uma dessas habilidades e competências surgiu por efeito de uma necessidade imperativa imposta pela Natureza ou pelas circunstâncias. A descoberta do fogo é a mais conhecida dessas experiências. As vicissitudes do frio e da fome deram impulso para o desenvolvimento de habilidades que foram responsáveis pela sobrevivência da espécie humana na Era Glacial. A educação humana primitiva era feita pela natureza, pois o próprio Homem a ela estava mais estreitamente ligado. As leis naturais funcionavam processo de ensino-aprendizagem. Com o desenvolvimento da razão e do livre-arbítrio, o ser humano passou a gerir sua própria educação e, não satisfeito com a sua autonomia, passou a desafiar a maestria da natureza na tentativa de submetê-la e transforma-la segundo assua necessidades. Essa ruptura coincide com o desenvolvimento das inteligências múltiplas e a verticalização gradual da consciência. Em cada época da Humanidade essas inteligências se manifestaram em protótipos históricos[9], dando um perfil antropológico para os grupos humanos e civilizações nas quais viveram. Esses protótipos foram na verdade grandes educadores, modelos de pedagogias avançadas no tempo. Em todos eles encontramos grandes projetos pedagógicos cuja essência era transpor as coletividades da barbárie para a civilização. Essa transposição teve como suporte o aparato da inteligência emocional desenvolvido no advento institucional da família, em cujas relações sociais sanguíneas e de efetividade foram se processando as primeiras noções de ordem, de valores, de moral e de ética. Foi a partir da família e de suas seqüências coletivas (clãs, tribos, frátrias) que os grandes educadores primitivos elaboraram seus projetos educativos facilitando ou reforçando as bases da civilização. Foi no trajeto histórico do costume para a lei, da família para o Estado, da moral para a ética, que esses educadores fixaram as bases do comportamento diferenciado que traziam g ravados em suas almas. Eram seres de superioridade inconfundível e desde cedo funcionaram como vetores de uma moralidade avançada e na maioria das vezes ainda incompatível com o moral predominante em suas épocas. Mas era exatamente essa característica que os tornavam aptos a exercer a função de agentes transformadores do comportamento comum. Na Antiguidade o veículo mais adequado para se processar tais mudanças eram os núcleos religiosos, que eram locais onde a curiosidade e a busca da verdade era mais comum. A iniciação religiosa e nos mistérios da natureza aconteciam nos templos ou em escolas iniciáticas alternativas que fugiam da viciação social e política do clero. É só lembrarmos do percurso histórico feito pelos judeus entre o Egito e a Palestina, no qual Moisés funciona como educador social ao implantar, em pleno deserto, o projeto da civilização judaica, base da futura civilização cristã. Antes da implantação Moisés fez sua iniciação nos templos egípcios, conheceu os segredos do corpo e do Espírito, o domínio das forças elementares e da comunicação transcendental entre os mundos físico e metafísico. A essência do seu projeto era a idéia da Lei Universal, que deveria ser personalizada na figura de um Ser Único, superior e regulador de todas as coisas, em todos os lugares. O povo judeu seria a classe de aprendizagem mais adequada para esse empreendimento, base social potencialmente mais eficiente, pois reunia as condições culturais e circunstanciais para a efetivação dessas idéias avançada para a época: vinham de uma antiga luta de afirmação de identidade social (desde Abraão), estavam na condição de escravos, oprimidos pelo poder egípcio; passariam nesse trajeto por provas espetaculares nas quais poderiam avançar ou recuar, vencer ou fracassar. Todas essas provas eram ponto de escolha entre a barbárie e a civilização, entre a verdade espiritual e a ilusão material. Povo inquieto, inteligente, orgulhoso, pragm ático, criativo, de fácil inter-relacionamento com outras culturas, sobretudo no terreno dos negócios, os judeus não guardariam somente para si essa experiência da busca de Canaã. A longa formação e a dispersão das tribos na Diáspora seriam a garantia de que as lições de justiça divina ensinadas por Moisés seriam propagadas nos quatros cantos da civilização oriental, então predominante no planeta. O “curso” de quarenta anos no deserto forneceu preciosas experiências que permitiram a realização de escolhas decisivas, ricamente registradas no grande livro didático bíblico. Moisés foi, em sua época, um protótipo do Homem Teológico, legislador universal. É claro que a tradição sacerdotal ofuscou muito do brilho da sua sabedoria, inventou e incorporando em sua obra elementos dogmáticos estranhos e pervertidos, como o exclusivismo racial e a violência do talião. Mas tantos os profetas, também excelentes educadores sociais, como o próprio Jesus , sublime pedagogo cósmico, se encarregariam de fazer justiço ao trabalho educativo de Moisés, revelando mais tarde a sua verdadeira face espiritual e libertadora. Hoje é fácil entender que os relatos bíblicos sobre a Moisés e o povo do deserto escondem sedutoras metáforas vivenciais: a abertura e passagem do Mar Vermelho, por exemplo, revela não somente espetáculo do fenômeno sobrenatural, que é puramente simbólico, mas a idéia do impasse educativo entre recuar para a barbárie e avançar para a civilização. Voltar para o Egito naquele momento significava morrer espiritualmente, retroceder e negar as lições de futuro e permanecer no passado, na escravidão do orgulho, da persistência no mal, no sofrimento inútil e desnecessário. Canaã nunca foi um lugar geográfico, mas o mundo ideal, modelo de perfeição traçada na utopia de Moisés. A Palestina materializou-se como Canaã por causa da teimosia e ambição da tradição e do imediatismo materialista daqueles que não souberam aproveitar as lições do deserto. Tanto é que, até hoje, esse falso território da liberdade continua sendo o centro das contendas políticas mundiais e de dolorosos resgates cármicos. O mesmo equívoco deu-se no cultivo utópico da Jerusalém espiritual e do Reino de Deus ensinados mais tarde pelos profetas e por Jesus, e deturpados pela tradição clerical das igrejas.

Os protótipos antropológicos avançados deixaram marcam inegáveis da sua educação superior. Moisés ensinou a Lei, Khrisna iluminou as dúvidas sobre o livre-arbítrio e destino; Buda exemplificou o domínio do desejo; Lao-tsé e Confúcio demonstraram os segredos da paciência e da honestidade; Zoroastro tranqüilizou os espírito humano dividido entre o bem e o mal; e Jesus vivenciou na própria carne a lição do amor e do perdão.

Assim, na Pré-história apareceu o Homem Biológico; nas primeiras civilizações da Antigüidade surgiu o Homem Teológico; nas peripécias da civilização greco-romana desenvolveu-se o Homem Racional; na transição do feudalismo para o capitalismo, com o advento da Renascença, delineia-se o Homem Metafísico; na Era industrial, em meio às descobertas científicas dos séculos XVIII e XIX, aparece o Homem Positivo; e na Era Atômica e da Informática, na transição do 2º para o 3º milênio, já encontramos sinais do Homem Psicológico.

Esses seis protótipos seriam ainda a base para o desenvolvimento, num futuro ainda distante, de um Sétimo Ser, o Homem Cósmico, que será a síntese de todas as inteligências, de todas as experiências acumuladas nos milênios anteriores. Segundo revelações de diversas tradições espiritualistas esotéricas, este Sétimo Ser, que supera todos os obstáculos das seis inteligências exteriores, é o protótipo que vai se manifestar na sétima raça e dominará a sétima inteligência, que é a plenitude, a felicidade, o nirvana, o reino de Deus, enfim o domínio das coisas exteriores e do universo interior, que é a Consciência Integral e Universal.

Então, em diversas épocas, encontramos essas manifestações da conquista evolutiva das múltiplas inteligências: os primeiros seres “adâmicos” que dominaram o fogo e criaram a agricultura; os estadistas e líderes como Moisés , o faraó Amenófis IV; filósofos como Zoroastro, Pitágoras, Sócrates, Buda, Confúcio, Lao-tse, Apolônio de Tiana; personalidades marcantes como Paulo de Tarso, Hermes Trimegisto, Rama, Antúlio de Maha-Ethel , Gandhi, Santo Agostinho, Francisco de Assis; figuras intrigantes como Albert Einstein, Anie Besant, Allan Kardec, Dom Bosco, Helena Blawastky, Sigmund Freud poderiam certamente ser apont ados como protótipos desses seres históricos que desenvolveram habilidades fora do padrões da época em que viveram e servindo de modelos para as sociedades que observavam seus exemplos.

Algumas dessas pessoas poderiam ser classificadas como um Sétimo Ser? Ao nosso ver todas elas atingiram a plenitude psicológica, mas somente Jesus tornou-se um verdadeiro protótipo do Sétimo Ser, a síntese das experiências que transformam o Homem Psicológico no Ser Espiritual, superconsciente, completo e integral. Não se trata apenas de uma crença dogmática na sua pessoa ou simples admiração ideológica. Os próprios mestres de reconhecida sabedoria reconhecem sua inferioridade diante da magnitude de Jesus[10]. Nele nós podemos perceber a realização de experiências comuns a outros seres já altamente evoluídos, porém encontramos também vivências inéditas, não registradas anteriormente, e que revolucionaram o comportamento humano, que romperam historicamente paradigmas psicológicos e sociais que não haviam sido ultrapassados. É indiscutível modelo de perfeição relativa, dos seres criados, pois a perfeição absoluta é somente Deus, o Criador. A figura histórica de Jesus, bem como de outras personalidades evoluídas, veio sendo ofuscada por leituras místicas e mitológicas que não souberam compreender à luz da razão os seus conceitos filosóficos e suas atitudes sociais; sua experiência refletiu a manifestação de uma inteligência superior vivendo num ambiente inferior. Sua “luz” interior, normalmente não revelada por seres evoluídos, por cautela e também pela inutilidade circunstancial, com ele teve que ser reve lada por necessidade histórica; daí o seu aspecto sacrificial. Era necessário compartilhar essa experiência não só com a iniciação a curto prazo dos discípulos, mas estender e investir a longo prazo numa iniciação coletiva das massas, num grande projeto pedagógico universal. As expressões “salvador” e “redentor” aplicadas a ele não possuem apenas significados místicos e de adoração exterior. Trata-se de uma definição da sua alta capacidade pedagógica de redirecionar o comportamento de coletividades humanas moralmente falidas. Esse tipo de experiência não ocorreu apenas em nosso planeta e deve ser comum em outros orbes cujas humanidades atingem ciclos evolutivos críticos e precisam ser reorientadas nas suas jornadas espirituais. Ela sabia dos riscos de se “jogar pérolas ao porcos”, mas na sua “parábola do semeador”, percebe-se que há nele uma confiança no livre-arbítrio e na pontencialidade angélica e espiritual do ser humano ainda animaliz ado. Muitos “iniciados” modernos não compreendem por que Jesus resolver revelar sua luz para as massas. Fazem uma avaliação parcial da sua obra pedagógica, olhando apenas os resultados políticos e o triste episódio da sua condenação à pena de morte. Esquecem que a proposta era exatamente essa: o sacrifício pessoal e o perdão como lições derradeiras de alto impacto psicológico e social. Essa repercussão histórico-vivencial de Jesus não foi uma coincidência social e que virou tradição à toa, ao acaso. Ela teve a sua razão de ser, essencialmente exemplificadora, e passou a ser imitada e propagada pelos primeiros mártires cristãos, seres já um tanto evoluídos, que perceberam que podiam experimentar essas ações e contribuir para a revolução ao mesmo tempo silenciosa e estrondosa de Jesus. Cada cena registrad a, cada conceito explicado, cada exemplo vivenciado, cada símbolo, cada metáfora, cada revelação, cada atitude, cada cura, tinha sempre seu significado filosófico e sua significância social. Foram três anos de tarefa pública e notória. Seu nascimento não foi escolhido como marco divisor da nossa história somente pela imposição política dos estadistas cristãos ou das igrejas que durante muito tempo foram depositárias, nem sempre fiéis, das suas idéias. É que muitos cristãos sinceros e dedicados logo compreenderam, intuitivamente, a sua superioridade espiritual sobre o homem comum, chegando mesmo a confundi-lo com o próprio Criador. Este Ser Integral superou a perfeição relativa que caracteriza todos os seres que o antecederam e sucederam no tempo para ingressar na experiência interminável e sempre evolutiva da busca e conquista da perfeição absoluta, que é Deus.

Referências:

[5] Novo Dicionário Aurélio. Nova Fronteira.

[6] Segundo Edgard Armond, a mente se classifica em três aspectos de um conjunto: a instintiva, regulando funções instintivas do corpo; a intelectual, regulando as funções do cérebro; e a espiritual regulando as funções do Espírito. Ver o capítulo “ Constituição Psíquica “ in O Livre Arbítrio. Editora Aliança

[7] As informações aqui expostas sobre individualidade e ambiente foram extraídas de um estudo feito pelo Dr. Allankardec Gonzalez, professor da Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto, direcionado especialmente aos voluntários do CVV- Centro de Valorização da Vida.

[8] A síntese das inteligências que apresentamos foi extraída e adaptada de uma resenha da Dra. Esméria Rovai, professora da PUC de São Paulo sobre a obra de Howard Gardner: “Estruturas da Mente: as inteligências múltiplas”, direcionada aos professores da Rede Estadual de Ensino de São Paulo.

[10] Conforme consta nos quatro Evangelhos, o profeta João Batista assim se expressava sobre Jesus: “Eu batizo com água, mas Ele batizará com fogo”; ou então “Eu não sou o Messias, não sou digno de desatar as correias de sua sandália”.