quinta-feira, 30 de maio de 2013

A cigarra e a Formiga (Jean de La Fontaine)

Traduzido por: Bocage

Tendo a cigarra em cantigas
Folgado em todo o verão
Achou-se em penúria extrema
Na tormentosa estação.

Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga
Que morava perto dela.

Rogou-lhe que lhe emprestasse,
Pois tinha riqueza e brio,
Algum grão com que manter-se
Té voltar o aceso estio.

"Amiga, - diz a cigarra -
Prometo, à fé d'animal,
Pagar-vos antes de agosto
Os juros e o principal."

A formiga nunca empresta,
Nunca dá, por isso junta:
"No verão em que lidavas?"
À pedinte ela pergunta.

Responde a outra: "Eu cantava
Noite e dia, a toda hora.
-Oh! Bravo!, torna a formiga:
Cantavas? Pois dança agora!"

Referências:

BOCAGE, Manuel Maria Barbosa du. A cigarra e a Formiga. Tradução. Fábula. In: LA FONTAINE, Jean de, 1621-1695. Fábulas: antologia / La Fontaine. - 4. ed. - São Paulo: Martin Claret, 2012.

Extraído do livro:

LA FONTAINE, Jean de, 1621-1695. Fábulas: antologia / La Fontaine. - 4. ed. - São Paulo: Martin Claret, 2012. - (Coleção a obra-prima de cada autor; 200)

Nenhum comentário:

Postar um comentário