Este link direciona a uma página da biblioteca do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, na qual constam textos, manuais e normas técnicas, pertinentes ao ambiente da Redação Oficial, além do mais, servem para as mais diversas esferas, dentre elas: administrativa, acadêmica, da pesquisa, e do cotidiano, e outras; aconselhamos dar uma visualizada e lida nos textos. São 34 links com textos, manuais e normativas, para acesso público e gratuito.
Endereço do site: http://biblioteca.planejamento.gov.br/biblioteca-tematica-1/textos/redacao-oficial-e-normalizacao-tecnica-dicas/
Conteúdo:
Redação oficial e Normalização técnica - Dicas.
TEXTO 34 - A Reforma Ortográfica visa facilitar o processo de intercâmbio cultural e científico.
TEXTO 33 - Modelo de monografia pronta pelas normas da ABNT.
TEXTO 32 - Normas da ABNT para apresentação de projetos de pesquisa.
TEXTO 31 - Apostila completa de Redação Oficial.
TEXTO 30 - Manual para elaboração de Referencia bibliográfica - NBR 6023.
TEXTO 29 – Recomendações para produzir um bom artigo de opinião.
TEXTO 28 - Estilo de Normalizar de Acordo com as Normas ABNT.
TEXTO 27 - Manual de orientações para elaboração de trabalhos técnico-cientificos e referências bibliográficas.
TEXTO 26 - Manual de Redacao Oficial - ano 2008.
TEXTO 25 - Modelo de trabalho cientifico pronto nas Normas da ABNT.
TEXTO 23 - Modelo capa e folha de rosto pelas Normas da ABNT.
TEXTO 22 - Técnicas de redação.
TEXTO 21 - O uso de Pronomes de Tratamento.
TEXTO 20 - Pronomes de tratamento na redação oficial.
TEXTO 18 - Slide - Curso de aperfeiçoamento linguistico e técnicas de redação oficial.
TEXTO 17 - Dicas de Redação Oficial.
TEXTO 16 - Modelo de Projeto de Lei Complementar.
TEXTO 15 - Modelo de Oficio-Circular.
TEXTO 14 - Modelo de Memorando.
TEXTO 13 - Modelo de Oficio.
TEXTO 12 - Modelo de Mensagem.
TEXTO 11 - Modelo de Instrução Normativa.
TEXTO 10 - Modelo de Justificacão.
TEXTO 9 - Modelo de Encaminhamento de Fax.
TEXTO 7 - Modelo de Efeito Suspensivo de Recursos.
TEXTO 6 - Modelo de Decisao Normativa.
TEXTO 5 - Modelo de Comunicado.
TEXTO 4 - Modelo de Aviso de Licitacao.
TEXTO 3 - Manual de redação da Presidência da República
TEXTO 2 - Dicas para elaborar um texto no padrão oficial.
TEXTO 1 - Redação Oficial é diferencial que amplia chances de alcançar a carreira pública.
TEXTO 24 - Modelo de referencia bibliografica nas Normas da ABNT.
TEXTO 19 - Slide sobre Redacao Oficial.
TEXTO 8 - Modelo de Emenda Regimental.
Referências:
PLANEJAMENTO, Ministério. Redação oficial e Normalização técnica - Dicas. In: Textos. Biblioteca temática. Brasília: Biblioteca MP, 2013. Disponível em: <http://biblioteca.planejamento.gov.br/biblioteca-tematica-1/textos/redacao-oficial-e-normalizacao-tecnica-dicas/> Acesso em: 30 de novembro de 2013.
sábado, 30 de novembro de 2013
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
terça-feira, 12 de novembro de 2013
BOMBAS EM GUAMARÉ (Paródia)
Soltaram umas bombas, em Guamaré,
Voaram pra todo lado uns pedaços do banco de Guamaré.
Foi tantas bombas explodindo, cacos da agência subindo, voando pelo centro, a cidade toda ouvindo,
Deu até para escutar o ruído, no distrito ali do lado.
No meio da rua estava um pedaço do caixa,
No meio fio a placa da entrada,
Em cima das telhas pedaços de dinheiro,
Na casa do lado tinha um buraco na parede.
Passei por perto, e vi tudo arrebentado,
Vi dinheiro e telhas, pedaço de vidro em cacos,
Gesso todo quebrado, madeiras e trilhos espalhadas pra todo lado.
E assim foi se embora, em Guamaré,
Explodiram a agência, e depois bateram no pé.
Essa é a realidade, bomba em Guamaré, já tinha visto isso meu irmão?
FIM!
Voaram pra todo lado uns pedaços do banco de Guamaré.
Foi tantas bombas explodindo, cacos da agência subindo, voando pelo centro, a cidade toda ouvindo,
Deu até para escutar o ruído, no distrito ali do lado.
No meio da rua estava um pedaço do caixa,
No meio fio a placa da entrada,
Em cima das telhas pedaços de dinheiro,
Na casa do lado tinha um buraco na parede.
Passei por perto, e vi tudo arrebentado,
Vi dinheiro e telhas, pedaço de vidro em cacos,
Gesso todo quebrado, madeiras e trilhos espalhadas pra todo lado.
E assim foi se embora, em Guamaré,
Explodiram a agência, e depois bateram no pé.
Essa é a realidade, bomba em Guamaré, já tinha visto isso meu irmão?
FIM!
ALESSANDRO DE OLIVEIRA ARANTES
REFLEXOS
Precisando de ar, de voltar a ver o mar, de sentir a brisa úmida, salina e pura o ar, ver as cintilantes ondas, num mar azul-esverdeado, de grandes pérolas, dunas móveis, calor escaldante, que nos faz delirar, ver cores, de tons de azúreos até o escarlate, que nos impressiona, tamanha beleza, que aos olhos nos faz viajar, imaginar, no revoar dos pássaros, do balançar das ondas, amanhecer na beira do mar, enfim, sonhar.
(ARANTES, Alessandro de Oliveira. Reflexos. [poema]. Guamaré: Brasil, 2013)
(ARANTES, Alessandro de Oliveira. Reflexos. [poema]. Guamaré: Brasil, 2013)
LOUCO PRA DORMIR (Paródia)
Louco, louco, louco,
Eu fiquei foi muito louco pra dormir.
Estou com muito sono, quase ficando louco pra dormir.
Depois de um inteiro ocupadão
Acordar no frio da manhã
Como já sei, como isso é.
Trabalhar o dia inteiro,
Que arrumação,
Como já sei, como isso é.
O que não sei se vou aguentar,
Mas vei ter que ser,
Pois eu já fiquei foi muito louco.
Louco, louco, louco,
Eu já estou muito louco pra dormir
Eu com muito sono, cambaleando pela casa, louco pra dormir.
(Essa vai para os que não conseguem dormir, que ficam no facebook, tentado ver se o sono chega, depois de um dia inteiro de trabalho, afazeres, tarefas e pesquisas de fato, tocadas, ensaios, fazendo arte, produzindo e pondo o cérebro para funcionar, enfim chega o sono, mas não consigo dormir, aí fico louco, louco para dormir).
Louco, louco, louco,
Eu já estou muito louco pra dormir
Eu com muito sono, cambaleando pela casa, louco pra dormir.
Fim
ALESSANDRO DE OLIVEIRA ARANTES
Eu fiquei foi muito louco pra dormir.
Estou com muito sono, quase ficando louco pra dormir.
Depois de um inteiro ocupadão
Acordar no frio da manhã
Como já sei, como isso é.
Trabalhar o dia inteiro,
Que arrumação,
Como já sei, como isso é.
O que não sei se vou aguentar,
Mas vei ter que ser,
Pois eu já fiquei foi muito louco.
Louco, louco, louco,
Eu já estou muito louco pra dormir
Eu com muito sono, cambaleando pela casa, louco pra dormir.
(Essa vai para os que não conseguem dormir, que ficam no facebook, tentado ver se o sono chega, depois de um dia inteiro de trabalho, afazeres, tarefas e pesquisas de fato, tocadas, ensaios, fazendo arte, produzindo e pondo o cérebro para funcionar, enfim chega o sono, mas não consigo dormir, aí fico louco, louco para dormir).
Louco, louco, louco,
Eu já estou muito louco pra dormir
Eu com muito sono, cambaleando pela casa, louco pra dormir.
Fim
ALESSANDRO DE OLIVEIRA ARANTES
E O GALO CANTOU!
E o Galo cantou... e ele cantou de novo... cantou mais uma vez... e os grilos sumiram!... olhe, cantou novamente, e cadê os grilos?, e tome mais uma cantada... outra... outra... ué? só um Galo cantou?... o que houve com os outros?... Uns estão de ressaca da quinta-feira, outros viajaram, outros decolaram que nem avião, outros estão dormindo e com preguiça de cantar, outros estão no fuso horário certo, ué? e esse galo cantor?... deve estar preocupado com tamanho silêncio, e resolveu cantar. Có-có-ró-cóóó! (já se foram 13 cantadas)
E o Galo volta à dormir, no silêncio da noite, e assim escutam-se ruídos ao fundo...
Grilos? não, Gatos? não, Morcegos? não?, outros Galos?, também não, e o que são? Fantasmas soltos pelas ruas!, que nem zumbis, cheirando a álcool cantando: "pi, pi, pi, pi, pi, piradinha..."
Ouvindo isso, o Galo põe-se a dormir, pensando não ver esses fantasmas, esperando o sol nascer para fazê-los sumir que nem vampiros que veem o sol.
E antes disso, canta: Có-có-ró-cóóó!
Em tom de despedida, como querendo dizer: Boa madrugada!
ALESSANDRO DE OLIVEIRA ARANTES
E o Galo volta à dormir, no silêncio da noite, e assim escutam-se ruídos ao fundo...
Grilos? não, Gatos? não, Morcegos? não?, outros Galos?, também não, e o que são? Fantasmas soltos pelas ruas!, que nem zumbis, cheirando a álcool cantando: "pi, pi, pi, pi, pi, piradinha..."
Ouvindo isso, o Galo põe-se a dormir, pensando não ver esses fantasmas, esperando o sol nascer para fazê-los sumir que nem vampiros que veem o sol.
E antes disso, canta: Có-có-ró-cóóó!
Em tom de despedida, como querendo dizer: Boa madrugada!
ALESSANDRO DE OLIVEIRA ARANTES
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
Os 10 maiores poemas da Geração Mimeógrafo ou Poesia Marginal
RÁPIDO E RASTEIRO
Chacal
vai ter uma festa
que eu vou dançar
até o sapato pedir pra parar.
aí eu paro, tiro o sapato
e danço o resto da vida
JOGOS FLORAIS
Cacaso
Minha terra tem palmeiras
onde canta o tico-tico.
Enquanto isso o sabiá
vive comendo o meu fubá.
Ficou moderno o Brasil
ficou moderno o milagre:
a água já não vira vinho,
vira direto vinagre.
Minha terra tem Palmares
memória cala-te já.
Peço licença poética
Belém capital Pará.
Bem, meus prezados senhores
dado o avançado da hora
errata e efeitos do vinho
o poeta sai de fininho.
(será mesmo com dois esses
que se escreve paçarinho?)
COGITO
Torquato neto
eu sou como eu sou
pronome
pessoal intransferível
do homem que iniciei
na medida do impossível
eu sou como eu sou
agora
sem grandes segredos dantes
sem novos secretos dentes
nesta hora
eu sou como eu sou
presente
desferrolhado indecente
feito um pedaço de mim
eu sou como eu sou
vidente
e vivo tranquilamente
todas as horas do fim.
UMA NOITE
Afonso Henriques Neto
o tio cuspia pardais de cinco em cinco minutos.
esta grama de lágrimas forrando a alma inteira
(conforme se diz da jaula de nervos)
recebe os macios passos de toda a família
na casa evaporada
mais os vazios passos
de ela própria menina.
a avó puxava linhas de cor de dentro dos olhos.
uma gritaria de primos e bruxas escalava o vento
escalpelava a tempestade
pedaços de romã podre
no bolor e charco do tanque.
o pai conduzia a festa
como um barqueiro
puxando peixes mortos
nós
os irmãos
jogávamos no fogo
dentaduras pétalas tranças
fotografias cuspes aniversários
e sempre
uma canção
só cal e ossos
a mãe de nuvem parindo orquídeas no cimento.
RECEITA
Nicolas Behr
Ingredientes:
2 conflitos de gerações
4 esperanças perdidas
3 litros de sangue fervido
5 sonhos eróticos
2 canções dos beatles
Modo de preparar
dissolva os sonhos eróticos
nos dois litros de sangue fervido
e deixe gelar seu coração
leve a mistura ao fogo
adicionando dois conflitos de gerações
às esperanças perdidas
corte tudo em pedacinhos
e repita com as canções dos beatles
o mesmo processo usado com os sonhos
eróticos mas desta vez deixe ferver um
pouco mais e mexa até dissolver
parte do sangue pode ser substituído
por suco de groselha
mas os resultados não serão os mesmos
sirva o poema simples ou com ilusões
TIRA-TEIMA
Bernardo Vilhena
Tire a faca do peito
e o medo dos olhos
Ponha uns óculos escuros
e saia por aí. Dando bandeira
Tire o nó da garganta
que a palavra corre fácil
sem desculpas nem contornos
Direta: do diafragma ao céu da boca
Tire o trinco da porta
liberte a corrente de ar
Deixe os bons ventos levantarem a poeira
levando o cisco ao olho grande
Tire a sorte na esquina
na primeira cigana ou no velho realejo
Leia o horóscopo e olhe o céu
lembre-se das estrelas e da estrada
Tire o corpo da reta
e o cu da seringa
que malandro é você, rapaz
o lado bom da faca é o cabo
Tire a mulher mais bonita
pra dançar e dance
Dance olhando dentro dos olhos
até que ela morra de vergonha
Tire o revólver e atire
a primeira pedra
a última palavra
a praga e a sorte
a peste, ou o vírus?
MUITO OBRIGADO
Francisco Alvim
Ao entrar na sala
cumprimentei-o com três palavras
boa tarde senhor
Sentei-me defronte dele
(como me pediu que fizesse)
Bonita vista
pena que nunca a aviste
Colhendo meu sangue: a agulha
enfiada na ponta do dedo
vai procurar a veia quase no sovaco
Discutir o assunto
fume do meu cigarro
deixa experimentar o seu
(Quanto ganhará este sujeito)
Blazer, roseta, o país voltando-lhe
no hábito do anel profissional
Afinal, meu velho, são trinta anos
hoje como ontem ao meio-dia
Uma cópia deste documento
que lhe confio em amizade
Sua experiência nos pode ser muito útil
não é incômodo algum
volte quando quiser
SONETO
Ana Cristina César
Pergunto aqui se sou louca
Quem quer saberá dizer
Pergunto mais, se sou sã
E ainda mais, se sou eu
Que uso o viés pra amar
E finjo fingir que finjo
Adorar o fingimento
Fingindo que sou fingida
Pergunto aqui meus senhores
quem é a loura donzela
que se chama Ana Cristina
E que se diz ser alguém
É um fenômeno mor
Ou é um lapso sutil?
AMOR BASTANTE
Paulo Leminski
quando eu vi você
tive uma ideia brilhante
foi como se eu olhasse
de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse
mil faces num só instante
basta um instante
e você tem amor bastante
OLHOS DE RESSACA
Geraldo Carneiro
minha deusa negra quando anoitece
desce as escadas do apartamento
e procura a estátua no centro da praça
onde faz o ponto provisoriamente
eu fico na cama pensando na vida
e quando me canso abro a janela
enxergando o porto e suas luzes foscas
o meu coração se queixa amargamente
penso na morena do andar de baixo
e no meu destino cego, sufocado
nesse edifício sórdido & sombrio
sempre mal e mal vivendo de favores
e a minha deusa corre os esgotos
essa rede obscura sob as cidades
desde que a noite é noite e o mundo é mundo
senhora das águas dos encanamentos
eu escuto o samba mais dolente & negro
e a luz difusa que vem do inferninho
no primeiro andar do prédio condenado
brilha nos meus tristes olhos de ressaca
e a minha deusa, a pantera do catre
consagrada à fome e à fertilidade
bebe o suor de um marinheiro turco
e às vezes os olhos onde a lua
eu recordo os laços na beira da cama
percorrendo o álbum de fotografias
e não me contendo enquanto me visto
chego à janela e grito pra estátua
se não fosse o espelho que me denuncia
e a obrigação de guerras e batalhas
eu me arvoraria a herói como você, meu caro
pra fazer barulho e preservar os cabarés.
Referências:
OPÇÃO CULTURAL. Os 10 maiores poemas da Geração Mimeógrafo ou Poesia Marginal.[Artigo].Goiânia, Goiás, Jornal Opção, 2013. Disponível em: http://www.jornalopcao.com.br/posts/opcao-cultural/os-10-maiores-poemas-da-geracao-mimeografo-ou-poesia-marginal
_____.Seja marginal seja herói. [imagem]. In: SDL, Elton. Colunas, Chama a polícia! O poeta é marginal!. [Artigo]. Poetize. Brasil: Leitorcabuloso, 2013. Disponível em: http://leitorcabuloso.com.br/2013/07/chama-a-policia-o-poeta-e-marginal/
Chacal
vai ter uma festa
que eu vou dançar
até o sapato pedir pra parar.
aí eu paro, tiro o sapato
e danço o resto da vida
JOGOS FLORAIS
Cacaso
Minha terra tem palmeiras
onde canta o tico-tico.
Enquanto isso o sabiá
vive comendo o meu fubá.
Ficou moderno o Brasil
ficou moderno o milagre:
a água já não vira vinho,
vira direto vinagre.
Minha terra tem Palmares
memória cala-te já.
Peço licença poética
Belém capital Pará.
Bem, meus prezados senhores
dado o avançado da hora
errata e efeitos do vinho
o poeta sai de fininho.
(será mesmo com dois esses
que se escreve paçarinho?)
COGITO
Torquato neto
eu sou como eu sou
pronome
pessoal intransferível
do homem que iniciei
na medida do impossível
eu sou como eu sou
agora
sem grandes segredos dantes
sem novos secretos dentes
nesta hora
eu sou como eu sou
presente
desferrolhado indecente
feito um pedaço de mim
eu sou como eu sou
vidente
e vivo tranquilamente
todas as horas do fim.
UMA NOITE
Afonso Henriques Neto
o tio cuspia pardais de cinco em cinco minutos.
esta grama de lágrimas forrando a alma inteira
(conforme se diz da jaula de nervos)
recebe os macios passos de toda a família
na casa evaporada
mais os vazios passos
de ela própria menina.
a avó puxava linhas de cor de dentro dos olhos.
uma gritaria de primos e bruxas escalava o vento
escalpelava a tempestade
pedaços de romã podre
no bolor e charco do tanque.
o pai conduzia a festa
como um barqueiro
puxando peixes mortos
nós
os irmãos
jogávamos no fogo
dentaduras pétalas tranças
fotografias cuspes aniversários
e sempre
uma canção
só cal e ossos
a mãe de nuvem parindo orquídeas no cimento.
RECEITA
Nicolas Behr
Ingredientes:
2 conflitos de gerações
4 esperanças perdidas
3 litros de sangue fervido
5 sonhos eróticos
2 canções dos beatles
Modo de preparar
dissolva os sonhos eróticos
nos dois litros de sangue fervido
e deixe gelar seu coração
leve a mistura ao fogo
adicionando dois conflitos de gerações
às esperanças perdidas
corte tudo em pedacinhos
e repita com as canções dos beatles
o mesmo processo usado com os sonhos
eróticos mas desta vez deixe ferver um
pouco mais e mexa até dissolver
parte do sangue pode ser substituído
por suco de groselha
mas os resultados não serão os mesmos
sirva o poema simples ou com ilusões
TIRA-TEIMA
Bernardo Vilhena
Tire a faca do peito
e o medo dos olhos
Ponha uns óculos escuros
e saia por aí. Dando bandeira
Tire o nó da garganta
que a palavra corre fácil
sem desculpas nem contornos
Direta: do diafragma ao céu da boca
Tire o trinco da porta
liberte a corrente de ar
Deixe os bons ventos levantarem a poeira
levando o cisco ao olho grande
Tire a sorte na esquina
na primeira cigana ou no velho realejo
Leia o horóscopo e olhe o céu
lembre-se das estrelas e da estrada
Tire o corpo da reta
e o cu da seringa
que malandro é você, rapaz
o lado bom da faca é o cabo
Tire a mulher mais bonita
pra dançar e dance
Dance olhando dentro dos olhos
até que ela morra de vergonha
Tire o revólver e atire
a primeira pedra
a última palavra
a praga e a sorte
a peste, ou o vírus?
MUITO OBRIGADO
Francisco Alvim
Ao entrar na sala
cumprimentei-o com três palavras
boa tarde senhor
Sentei-me defronte dele
(como me pediu que fizesse)
Bonita vista
pena que nunca a aviste
Colhendo meu sangue: a agulha
enfiada na ponta do dedo
vai procurar a veia quase no sovaco
Discutir o assunto
fume do meu cigarro
deixa experimentar o seu
(Quanto ganhará este sujeito)
Blazer, roseta, o país voltando-lhe
no hábito do anel profissional
Afinal, meu velho, são trinta anos
hoje como ontem ao meio-dia
Uma cópia deste documento
que lhe confio em amizade
Sua experiência nos pode ser muito útil
não é incômodo algum
volte quando quiser
SONETO
Ana Cristina César
Pergunto aqui se sou louca
Quem quer saberá dizer
Pergunto mais, se sou sã
E ainda mais, se sou eu
Que uso o viés pra amar
E finjo fingir que finjo
Adorar o fingimento
Fingindo que sou fingida
Pergunto aqui meus senhores
quem é a loura donzela
que se chama Ana Cristina
E que se diz ser alguém
É um fenômeno mor
Ou é um lapso sutil?
AMOR BASTANTE
Paulo Leminski
quando eu vi você
tive uma ideia brilhante
foi como se eu olhasse
de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse
mil faces num só instante
basta um instante
e você tem amor bastante
OLHOS DE RESSACA
Geraldo Carneiro
minha deusa negra quando anoitece
desce as escadas do apartamento
e procura a estátua no centro da praça
onde faz o ponto provisoriamente
eu fico na cama pensando na vida
e quando me canso abro a janela
enxergando o porto e suas luzes foscas
o meu coração se queixa amargamente
penso na morena do andar de baixo
e no meu destino cego, sufocado
nesse edifício sórdido & sombrio
sempre mal e mal vivendo de favores
e a minha deusa corre os esgotos
essa rede obscura sob as cidades
desde que a noite é noite e o mundo é mundo
senhora das águas dos encanamentos
eu escuto o samba mais dolente & negro
e a luz difusa que vem do inferninho
no primeiro andar do prédio condenado
brilha nos meus tristes olhos de ressaca
e a minha deusa, a pantera do catre
consagrada à fome e à fertilidade
bebe o suor de um marinheiro turco
e às vezes os olhos onde a lua
eu recordo os laços na beira da cama
percorrendo o álbum de fotografias
e não me contendo enquanto me visto
chego à janela e grito pra estátua
se não fosse o espelho que me denuncia
e a obrigação de guerras e batalhas
eu me arvoraria a herói como você, meu caro
pra fazer barulho e preservar os cabarés.
Referências:
OPÇÃO CULTURAL. Os 10 maiores poemas da Geração Mimeógrafo ou Poesia Marginal.[Artigo].Goiânia, Goiás, Jornal Opção, 2013. Disponível em: http://www.jornalopcao.com.br/posts/opcao-cultural/os-10-maiores-poemas-da-geracao-mimeografo-ou-poesia-marginal
_____.Seja marginal seja herói. [imagem]. In: SDL, Elton. Colunas, Chama a polícia! O poeta é marginal!. [Artigo]. Poetize. Brasil: Leitorcabuloso, 2013. Disponível em: http://leitorcabuloso.com.br/2013/07/chama-a-policia-o-poeta-e-marginal/
sábado, 7 de setembro de 2013
Mercado de livros digitais triplica vendas: fatia responde por 1% do faturamento das editoras
O mercado de livros digitais cresceu mais de 350% de 2011 para 2012. Mesmo assim, ainda não alcança 1% do faturamento das editoras no Brasil. É o que aponta a pesquisa feita pela Câmara Brasileira do Livro (CBL). A diretora da CBL, Susanna Florissi, garante que o livro digital, ou eBook, já é uma realidade, mas tanto o mercado editorial como os consumidores ainda precisam se adaptar à nova plataforma de leitura.
“Tem vários formatos, uns são mais simples, como o próprio PDF, que
muitos profissionais não consideram como livro digital mas eu considero, temos o ePub, e existem também livros digitais muito mais elaborados, que são mais caros de serem produzidos, como os livros interativos, que tem som, movimento, vídeo no livro”.
O PDF é um formato mais "duro”, sem adequação, por exemplo, do tamanho da letra, mas é de fácil acesso e compatível com praticamente todos os computadores, tablets e smartphones. O ePub é a plataforma mais popular para eBooks, é estático e oferece adequação do tamanho da letra. Já os aplicativos são produtos desenvolvidos para ter mais interatividade e possibilidades, como movimento, áudio e vídeo.
Susanna ressalta que, no Brasil, o setor ainda está no início do desenvolvimento, mas o mundo inteiro está se acostumando a esse modelo de negócios. “Todos estão tentando ver que custo vai ter o livro de fato, qual o preço que o livro deve ser vendido, estamos todos nessa busca”.
De acordo com a pesquisa da CBL, 68% das editoras comercializam livros digitais, sendo que 59% ainda estão inseguras quanto ao formato a ser utilizado. Do total que respondeu a pergunta, 58,7% usam plataformas dos canais de venda e 52,4% usam distribuidoras digitais. A maioria, 70%, vendem o arquivo com DRM, um tipo de bloqueio que não permite que sejam feitas cópias.
Quanto ao faturamento, 54% disseram que a venda de livro digital não chega a 1% do total e 10,53% responderam que está acima de 50%. Para Suzanna, é uma questão de tempo e investimento para o mundo da leitura se fundir com o virtual. “Não que o livro impresso vá desaparecer, mas simplesmente o livro digital é um complemento, principalmente o livro didático”, diz.
“Com o passar do tempo vamos ter mais possibilidade de todo mundo entender o que é o livro digital, até por isso o nosso esforço com o Congresso, trazer pessoas de fora. Desde que a gente passou a mandar os livros para a gráfica não mais em filme, não mais em fotolito, mas sim em PDF, a gente tem o livro digital. Agora, sempre que eu começo a escrever um livro, não penso mais só naquilo que via no PDF, penso naquilo que vai também para o aplicativo, para uma nuvem onde eu tenho interatividade, então já é uma nova forma de escrever e de se publicar”.
De acordo com Suzanna, grandes corporações como Apple Store e Google Play são os principais meios de venda do livro digital. Com um estande na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, o gerente de Parceiras do Google Brasil, Newton Neto, explica que o momento é de difundir o livro digital para popularizar cada vez mais a plataforma. “É um movimento natural que deve acontecer no Brasil. Ontem (quarta-feira), a gente anunciou que são mais de 1 bilhão de celulares com dispositivo Androide no mundo, então acho que as plataformas móveis vão ajudar a popularizar muito o livro digital e é um caminho natural, que vai acontecer com o tempo”.
A Google Play tem, no Brasil, 5 milhões de livros disponíveis para venda e download gratuito, das principais editoras brasileiras. Na Apple Store, estão disponíveis para o leitor mais de 1,5 milhão de livros digitais.
Na Bienal, a Google disponibilizou tablets e celulares com conteúdo pré-carregado para as pessoas testarem a plataforma. “Há um interesse muito grande, principalmente pelos jovens, na adoção do livro digital, desperta muita curiosidade. É uma oportunidade que o Brasil tem de popularizar a leitura, por meio das mídias digitais, pois os desafios logísticos no país são grande, pra você mandar um livro impresso para um leitor em Manaus é muito complicado, então a gente acredita que essa plataforma vai reduzir a distância entre os leitores e o livro”, diz Neto.
Outra prova da tendência da digitalização dos livros é o sucesso do Portal Domínio Público, do Ministério da Educação (MEC). Criado em 2004 com 500 obras, hoje são 171.311 obras disponíveis, a maioria de textos, mas também há imagens, sons e vídeos. De acordo com o MEC, o portal está em processo de reestruturação e, apesar de estar sem atualização há três meses, continua campeão de acesso no portal do ministério, com média mensal 400 mil acessos. Além de obras que já estejam em domínio público de acordo com a lei de direitos autorais, autores que queiram divulgar seu trabalho também disponibilizam material no portal.
Entre os destaques do Domínio Público estão a obra completa de Machado de Assis, disponibilizado por ocasião do centenário de morte do escritor, em 2008, poemas de Fernando Pessoa, peças de William Shakespeare, Sófocles e Gil Vicente, livros de Joaquim Nabuco, Aluísio Azevedo, Eça de Queiroz, Miguel de Cervantes e Júlio Verne, além de literatura infantil, música erudita brasileira, hinos e a coleção História Geral da África. Os arquivos são disponibilizados em formato PDF para textos e MP3 para áudios.
O recordista de acessos no Portal Domínio Público é a Divina Comédia, de Dante Aliguieri, com mais de 2 milhões de downloads. Em segundo lugar está Angola e as Novas Tecnologias de Informação, de Victor Natanael Narciso, com 1,8 milhão de acessos, seguido de Poemas, de Fernando Pessoa, com 831 mil downloads, e Romeu e Julieta, de William Shakespeare, que foi acessado por 546 mil pessoas.
O Ministério da Educação também planeja para 2015 a inclusão de livros em formato digital na distribuição do Programa Nacional do Livro Didático.
Referências:
Mercado de livros digitais triplica vendas. In: Cultura, Literatura. [Artigo de jornal]. Recife: Jornal do Comércio Online, 2013. Disponível em: http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cultura/literatura/noticia/2013/09/05/mercado-de-livros-digitais-triplica-vendas-96427.php
O processo de independência do Brasil
Para compreender o verdadeiro significado histórico da independência do Brasil, levaremos em consideração duas importantes questões:
Em primeiro lugar, entender que o 07 de setembro de 1822 não foi um ato isolado do príncipe D. Pedro, e sim um acontecimento que integra o processo de crise do Antigo Sistema Colonial, iniciada com as revoltas de emancipação no final do século XVIII. Ainda é muito comum a memória do estudante associar a independência do Brasil ao quadro de Pedro Américo, "O Grito do Ipiranga", que personifica o acontecimento na figura de D. Pedro.
Em segundo lugar, perceber que a independência do Brasil, restringiu-se à esfera política, nã
o alterando em nada a realidade sócio-econômica, que se manteve com as mesmas características do período colonial.
Valorizando essas duas questões, faremos uma breve avaliação histórica do processo de independência do Brasil.
Desde as últimas décadas do século XVIII assinala-se na América Latina a crise do Antigo Sistema Colonial. No Brasil, essa crise foi marcada pelas rebeliões de emancipação, destacando-se a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana. Foram os primeiros movimentos sociais da história do Brasil a questionar o pacto colonial e assumir um caráter republicano. Era apenas o início do processo de independência política do Brasil, que se estende até 1822 com o "sete de setembro". Esta situação de crise do antigo sistema colonial, era na verdade, parte integrante da decadência do Antigo Regime europeu, debilitado pela Revolução Industrial na Inglaterra e principalmente pela difusão do liberalismo econômico e dos princípios iluministas, que juntos formarão a base ideológica para a Independência dos Estados Unidos (1776) e para a Revolução Francesa (1789). Trata-se de um dos mais importantes movimentos de transição na História, assinalado pela passagem da idade moderna para a contemporânea, representada pela transição do capitalismo comercial para o industrial.
Os Movimentos de Emancipação
A Inconfidência Mineira destacou-se por ter sido o primeiro movimento social republicano-emancipacionista de nossa história. Eis aí sua importância maior, já que em outros aspectos ficou muito a desejar. Sua composição social por exemplo, marginalizava as camadas mais populares, configurando-se num movimento elitista estendendo-se no máximo às camadas médias da sociedade, como intelectuais, militares, e religiosos. Outros pontos que contribuíram para debilitar o movimento foram a precária articulação militar e a postura regionalista, ou seja, reivindicavam a emancipação e a república para o Brasil e na prática preocupavam-se com problemas locais de Minas Gerais. O mais grave contudo foi a ausência de uma postura clara que defendesse a abolição da escravatura. O desfecho do movimento foi assinalado quando o governador Visconde de Barbacena suspendeu a derrama -- seria o pretexto para deflagar a revolta - e esvaziou a conspiração, iniciando prisões acompanhadas de uma verdadeira devassa.
Os líderes do movimento foram presos e enviados para o Rio de Janeiro responderam pelo crime de inconfidência (falta de fidelidade ao rei), pelo qual foram condenados. Todos negaram sua participação no movimento, menos Joaquim José da Silva Xavier, o alferes conhecido como Tiradentes, que assumiu a responsabilidade de liderar o movimento. Após decreto de D. Maria I é revogada a pena de morte dos inconfidentes, exceto a de Tiradentes. Alguns tem a pena transformada em prisão temporária, outros em prisão perpétua. Cláudio Manuel da Costa morreu na prisão, onde provavelmente foi assassinado.
Tiradentes, o de mais baixa condição social, foi o único condenado à morte por enforcamento. Sua cabeça foi cortada e levada para Vila Rica. O corpo foi esquartejado e espalhado pelos caminhos de Minas Gerais (21 de abril de 1789). Era o cruel exemplo que ficava para qualquer outra tentativa de questionar o poder da metrópole.
O exemplo parece que não assustou a todos, já que nove anos mais tarde iniciava-se na Bahia a Revolta dos Alfaiates, também chamada de Conjuração Baiana. A influência da loja maçônica Cavaleiros da Luz deu um sentido mais intelectual ao movimento que contou também com uma ativa participação de camadas populares como os alfaiates João de Deus e Manuel dos Santos Lira.Eram pretos, mestiços, índios, pobres em geral, além de soldados e religiosos. Justamente por possuír uma composição social mais abrangente com participação popular, a revolta pretendia uma república acompanhada da abolição da escravatura. Controlado pelo governo, as lideranças populares do movimento foram executadas por enforcamento, enquanto que os intelectuais foram absolvidos.
Outros movimentos de emancipação também foram controlados, como a Conjuração do Rio de Janeiro em 1794, a Conspiração dos Suaçunas em Pernambuco (1801) e a Revolução Pernambucana de 1817. Esta última, já na época que D. João VI havia se estabelecido no Brasil. Apesar de contidas todas essas rebeliões foram determinantes para o agravamento da crise do colonialismo no Brasil, já que trouxeram pela primeira vez os ideais iluministas e os objetivos republicanos.
A Família Real no Brasil e a Preponderância Inglesa
Se o que define a condição de colônia é o monopólio imposto pela metrópole, em 1808 com a abertura dos portos, o Brasil deixava de ser colônia. O monopólio não mais existia. Rompia-se o pacto colonial e atendia-se assim, os interesses da elite agrária brasileira, acentuando as relações com a Inglaterra, em detrimento das tradicionais relações com Portugal.
Esse episódio, que inaugura a política de D. João VI no Brasil, é considerado a primeira medida formal em direção ao "sete de setembro".
Há muito Portugal dependia economicamente da Inglaterra. Essa dependência acentua-se com a vinda de D. João VI ao Brasil, que gradualmente deixava de ser colônia de Portugal, para entrar na esfera do domínio britânico. Para Inglaterra industrializada, a independência da América Latina era uma promissora oportunidade de mercados, tanto fornecedores, como consumidores.
Com a assinatura dos Tratados de 1810 (Comércio e Navegação e Aliança e Amizade), Portugal perdeu definitivamente o monopólio do comércio brasileiro e o Brasil caiu diretamente na dependência do capitalismo inglês.
Em 1820, a burguesia mercantil portuguesa colocou fim ao absolutismo em Portugal com a Revolução do Porto. Implantou-se uma monarquia constitucional, o que deu um caráter liberal ao movimento. Mas, ao mesmo tempo, por tratar-se de uma burguesia mercantil que tomava o poder, essa revolução assume uma postura recolonizadora sobre o Brasil. D. João VI retorna para Portugal e seu filho aproxima-se ainda mais da aristocracia rural brasileira, que sentia-se duplamente ameaçada em seus interesses: a intenção recolonizadora de Portugal e as guerras de independência na América Espanhola, responsáveis pela divisão da região em repúblicas.
O Significado Histórico da Independência
A aristocracia rural brasileira encaminhou a independência do Brasil com o cuidado de não afetar seus privilégios, representados pelo latifúndio e escravismo. Dessa forma, a independência foi imposta verticalmente, com a preocupação em manter a unidade nacional e conciliar as divergências existentes dentro da própria elite rural, afastando os setores mais baixos da sociedade representados por escravos e trabalhadores pobres em geral.
Com a volta de D. João VI para Portugal e as exigências para que também o príncipe regente voltasse, a aristocracia rural passa a viver sob um difícil dilema: conter a recolonização e ao mesmo tempo evitar que a ruptura com Portugal assumisse o caráter revolucionário-republicano que marcava a independência da América Espanhola, o que evidentemente ameaçaria seus privilégios.
A maçonaria (reaberta no Rio de Janeiro com a loja maçônica Comércio e Artes) e a imprensa uniram suas forças contra a postura recolonizadora das Cortes.
D. Pedro é sondado para ficar no Brasil, pois sua partida poderia representar o esfacelamento do país. Era preciso ganhar o apoio de D. Pedro, em torno do qual se concretizariam os interesses da aristocracia rural brasileira. Um abaixo assinado de oito mil assinaturas foi levado por José Clemente Pereira (presidente do Senado) a D. Pedro em 9 de janeiro de 1822, solicitando sua permanência no Brasil. Cedendo às pressões, D. Pedro decidiu-se: "Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico".
É claro que D. Pedro decidiu ficar bem menos pelo povo e bem mais pela aristocracia, que o apoiaria como imperador em troca da futura independência não alterar a realidade sócio-econômica colonial. Contudo, o Dia do fico era mais um passo para o rompimento definitivo com Portugal. Graças a homens como José Bonifácio de Andrada e Silva (patriarca da independência), Gonçalves Ledo, José Clemente Pereira e outros, o movimento de independência adquiriu um ritmo surpreendente com o cumpra-se, onde as leis portuguesas seriam obedecidas somente com o aval de D. Pedro, que acabou aceitando o título de Defensor Perpétuo do Brasil (13 de maio de 1822), oferecido pela maçonaria e pelo Senado. Em 3 de junho foi convocada uma Assembléia Geral Constituinte e Legislativa e em primeiro de agosto considerou-se inimigas as tropas portuguesas que tentassem desembarcar no Brasil.
São Paulo vivia um clima de instabilidade para os irmãos Andradas, pois Martim Francisco (vice-presidente da Junta Governativa de São Paulo) foi forçado a demitir-se, sendo expulso da província. Em Portugal, a reação tornava-se radical, com ameaça de envio de tropas, caso o príncipe não retornasse imediatamente.
José Bonifácio, transmitiu a decisão portuguesa ao príncipe, juntamente com carta sua e de D. Maria Leopoldina, que ficara no Rio de Janeiro como regente. No dia sete de setembro de 1822 D. Pedro que se encontrava às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, após a leitura das cartas que chegaram em suas mãos, bradou: "É tempo... Independência ou morte... Estamos separados de Portugal".Chegando no Rio de Janeiro (14 de setembro de 1822), D. Pedro foi aclamado Imperador Constitucional do Brasil. Era o início do Império, embora a coroação apenas se realizasse em primeiro de dezembro de 1822.
A independência não marcou nenhuma ruptura com o processo de nossa história colonial. As bases sócio-econômicas (trabalho escravo, monocultura e latifúndio), que representavam a manutenção dos privilégios aristocráticos, permaneceram inalteradas. O "sete de setembro" foi apenas a consolidação de uma ruptura política, que já começara 14 anos atrás, com a abertura dos portos.
Referências:
RECCO, Claudio Barbosa (Coord. Profº); CATARIN, Cristiano Rodrigo & BANDOUK, Gabriel Luiz (Colaboradores) . O processo de independência do Brasil. Brasil Império. [Artigo]. Portal História Net. Brasil: HistoriaNet, 2013. Disponível em: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=3 Acesso em: 07 de set. 2013.
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Método Paulo Freire: Trabalhando com a educação de jovens e adultos
RELAÇÃO PROFESSOR ALUNO (Paulo Freire).
Método Paulo Freire: alfabetização pela conscientização
O Método Paulo Freire consiste numa proposta para a alfabetização de adultos desenvolvida pelo educador, o método nasceu em 1962 quando Freire era diretor do Departamento de Extensões Culturais da Universidade do Recife onde formou um grupo para testar o método na cidade de Angicos, RN onde alfabetizou 300 cortadores de cana em apenas 45 dias, Freire criticava o sistema tradicional, o qual utilizava a cartilha como ferramenta central da didática para o ensino da leitura e da escrita. As cartilhas ensinavam pelo método da repetição de palavras soltas ou de frases criadas de forma forçosa, que comumente se denomina como linguagem de cartilha, por exemplo “Eva viu a uva”, “o boi baba”, “a ave voa”, dentre outros.
“Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.”(Paulo freire)
O método propõe a identificação das palavras-chave do vocabulário dos alunos - as chamadas palavras geradoras. Elas devem sugerir situações de vida comuns e significativas para os integrantes da comunidade em que se atua, como por exemplo, "tijolo" para os operários da construção civil. Diante dos alunos, o professor mostrará lado a lado a palavra e a representação visual do objeto que ela designa. Os mecanismos de linguagem serão estudados depois do desdobramento em sílabas das palavras geradoras. O conjunto das palavras geradoras deve conter as diferentes possibilidades silábicas e permitir o estudo de todas as situações que possam ocorrer durante a leitura e a escrita.
"Em sala de aula, os dois lados aprenderão junto, um com o outro - e para isso é necessário que as relações sejam afetivas e democráticas, garantindo a todos a possibilidade de se expressar. Uma das grandes inovações da pedagogia freireana é considerar que o sujeito da criação cultural não é individual, mas coletivo".(ROMÃO, José Eustáquio, Revista Nova Escola p.2)
A valorização da cultura do aluno é a chave para o processo de conscientização preconizado por Paulo Freire, ele propôs o que chamou de Temas Geradores, onde o educador e educando em sala de aula aprendem juntos, a diversidade pode contribuir para o dinamismo da aula, para o despertar do interesse, da atenção e do envolvimento, garantindo a todos a possibilidade de se expressar sobre aspectos da realidade, mantendo uma ligação com o universo conhecido deles, impulsionando-os para novas descobertas, pois aprendemos melhor aquilo que temos interesse em aprender. Os Temas Geradores ajuda a organizar o trabalho de sala de aula porque possibilita uma aprendizagem significativa.
“Os conteúdos de ensino são resultados de uma metodologia dialógica. Cada pessoa, cada grupo envolvido na ação pedagógica dispõe em si próprio, ainda que de forma rudimentar, dos conteúdos necessários dos quais se parte. O importante não é transmitir conteúdos específicos, mas despertar uma nova forma de relação com a experiência vivida. A transmissão de conteúdos estruturados fora do contexto social do educando é considerada “invasão cultural” ou “depósito de informações” porque não emerge do saber popular".
(http://cantinhodesugestoesparaeja.blogspot.com.br/2010/03/metodo-paulo-freire.html )
A proposta de Freire parte do estudo da realidade que é a fala do educando, e a organização do dado que é a fala do educador, surgindo os Temas Geradores da problematização da prática de vida dos educandos e os conteúdos de ensino que são resultados de uma metodologia dialógica.
"Uma das grandes inovações da pedagogia freireana é considerar que o sujeito da criação cultural não é individual, mas coletivo". (ROMÃO, José Eustáquio, Revista Nova Escola p.2)
Etapas do método
Etapa de Investigação: busca conjunta entre professor e aluno das palavras e temas mais significativos da vida do aluno, dentro de seu universo vocabular e da comunidade onde ele vive.
Etapa de Tematização: momento da tomada de consciência do mundo, através da análise dos significados sociais dos temas e palavras.
Etapa de Problematização: etapa em que o professor desafia e inspira o aluno a superar a visão mágica e acrítica do mundo, para uma postura conscientizada.
As fases de aplicação do método
Freire propõe a aplicação de seu método nas cinco fases seguintes:
1ª fase: Levantamento do universo vocabular do grupo. Nessa fase ocorrem as interações de aproximação e conhecimento mútuo, bem como a anotação das palavras da linguagem dos membros do grupo, respeitando seu linguajar típico.
2ª fase: Escolha das palavras selecionadas, seguindo os critérios de riqueza fonética, dificuldades fonéticas - numa seqüência gradativa das mais simples para as mais complexas, do comprometimento pragmático da palavra na realidade social, cultural, política do grupo e/ou sua comunidade.
3ª fase: Criação de situações existenciais características do grupo. Trata-se de situações inseridas na realidade local, que devem ser discutidas com o intuito de abrir perspectivas para a análise crítica consciente de problemas locais, regionais e nacionais.
4ª fase: Criação das fichas-roteiro que funcionam como roteiro para os debates, as quais deverão servir como subsídios, sem no entanto seguir uma prescrição rígida.
5ª fase: Criação de fichas de palavras para a decomposição das famílias fonéticas correspondentes às palavras geradoras.
O trabalho com o tema gerador na EJA fase I, possibilita a interdisciplinaridade integrando as disciplinas Língua Portuguesa, Matemática, e Estudo da Sociedade e Natureza, desenvolvendo temas que estejam relacionados com o dia-a-dia dos educandos, partindo de sua realidade e valorizando a sua vivência, através de músicas, poemas, textos informativos e reflexivos, além de facilitar a assimilação dos conteúdos, favorece a integração do grupo.
COLOCANDO EM PRÁTICA
Trabalhando com tema gerador em sala multisseriada- 1ª a 4ª etapa:
Exemplos:
Sugestão de Atividades: Tema Gerador FAMÍLIA (minha realidade)
Marcadores: oficina de capacitação EJA 2012
Disponível em: http://ensinareaprender-crisreis.blogspot.com.br/2012/06/tema-gerador-eja-fase-i.html
Sugestão de Atividades: Palavra Geradora VIDA ( Valéria Souto)
Disponível em:http://cantinhodesugestoesparaeja.blogspot.com.br/2010/03/metodo-paulo-freire.html
Livros de Paulo Freire em PDF
Disponível em:http://www.elivros-gratis.net/livros-gratis-paulo-freire.asp#.UHDZJU4cXa0.blogger
Ver também fontes pesquisadas:
BRASIL ALFABETIZADO: experiências de avaliação dos parceiros, disponível em: http://pt.pdfsb.com/readonline/596c684865517830566e4a344458316855513d3d-1286946. Acessado em 13/11/2012
MÉTODO PAULO FREIRE, disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_Paulo_Freire#Etapas_do_m.C3.A9todo. Acessado em 13/11/2012
MÉTODO PAULO FREIRE, disponível em: http://cantinhodesugestoesparaeja.blogspot.com.br/2010/03/metodo-paulo-freire.html. Acessado em 13/11/2012
Paulo Freire, o mentor da educação para a consciência, disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/mentor-educacao-consciencia-423220.shtml?page=1. Acessado em 13/11/2012
Paulo Freire, Vida e obra. Disponível em: http://www.educacaonaescola.com.br/paulo-freire/. Acessado em 10/10/2012
Paulo Freire, Relação Professor Aluno, vídeo disponível em:
http://youtu.be/-NQzQlPrQwQ. Acessado em 10/10/2012
Referências:
REIS, Cristiane. Método Paulo Freire. Educação de Jovens e Adultos. [Artigo]. Blog. Apucarana, Paraná: Blog Ensinar é aprender, 2012. Disponível em: http://ensinareaprender-crisreis.blogspot.com.br/2012/11/metodo-paulo-freire.html Acesso em: 07/08/2013.
Método Paulo Freire de alfabetização: as lembranças emocionadas da 1ª turma
Método Paulo Freire de alfabetização completa 50 anos neste mês. Primeira turma teve 380 alunos de Angicos, dos quais 300 se formaram
Paulo Alves de Souza, 70 anos, Maria Eneide de Araujo Melo, 56, e Idália Marrocos da Silva, 83. Três personagens de uma história que teve como cenário a pequena cidade de Angicos, localizada na região central do Rio Grande do Norte, a 170 km de Natal, e que completa 50 anos neste mês de abril. Os três fizeram parte da experiência de alfabetização de adultos, conhecida como as 40 Horas de Angicos, na qual foram alfabetizados cerca de 300 angicanos, em 1963, sob a supervisão do educador Paulo Freire.
A experiência, inédita no Brasil, tinha uma meta ousada: alfabetizar adultos em 40 horas. Mas não era só isso. De acordo com o professor doutor Éder Jofre, Paulo Freire pretendia despertar o ser político que deve ser sujeito de direito. “A palavra ‘tijolo’ fez parte do universo vocabular trabalhado em Angicos. Era uma palavra que fazia parte do cotidiano dessas pessoas. Mas não era só ensinar a escrever tijolo, tinha também a questão social e política. Era questionado: você trabalha na construção de casas, mas você tem uma casa própria? Por que não tem? Levava o cidadão a pensar nessas questões”, explica Éder Jofre, que é doutor no método Paulo Freire.
método paulo freire alfabetização
Paulo Souza, aluno da primeira turma do método Paulo Freire, se emociona ao lembrar das aulas (Foto: Fernanda Zauli/G1 RN)
Paulo Souza lembra que naquela época, quando tinha 20 anos, já não tinha esperanças de aprender a ler, até que chegou na cidade a notícia do curso de alfabetização de adultos. “Eu não pensei duas vezes. Fui na hora.” Ele conta que trabalhava o dia todo e seguia para as aulas que aconteciam em uma casa no centro da cidade. “Naquela época aqui era só mato. Depois do trabalho a gente seguia para a aula com o caderninho debaixo do braço. Aquilo mudou a minha vida, porque quando a gente não sabe ler a gente não participa de nada, a gente não é ninguém”, diz, emocionado.
Maria Eneide também participou das aulas de alfabetização. Com 6 anos de idade, ela não era o público alvo do curso, mas acompanhava os pais porque não tinha com quem ficar em casa. “Meu pai e minha mãe estavam no curso, então eu ia com eles. Eu aprendi a ler no colo do meu pai e quando ele não podia ir eu acompanhava minha mãe e depois ensinava meu pai”, lembra. A experiência foi determinante na vida de Eneide. “A partir dali eu tive certeza de que seria professora e hoje dou aula para alunos da educação infantil”, diz.
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Aos 83 anos de idade, Idália Marrocos da Silva diz que se lembra ‘como se fosse hoje’ das aulas. “Nós íamos para uma casa e tínhamos aula na sala. Naquela época essas aulas aconteciam em todo lugar: na igreja, na delegacia, nas casas das pessoas. Muita gente aprendeu a ler com essas aulas”, lembra. De sorriso fácil e boa memória. Dona Idália lembra que muita gente tinha medo de ir às aulas porque na época diziam que Paulo Freire era comunista e que os alunos do curso seriam perseguidos. “Muita gente tinha medo. Minha mãe não queria que eu fosse, mas essas aulas mobilizaram a cidade inteira. Foi quase uma revolução e eu queria fazer parte”, conta, na cadeira de balanço, em uma casa simples onde mora sozinha.
Entenda o método Paulo Freire
Paulo Freire desenvolveu um método de alfabetização baseado nas experiências de vida das pessoas. Em vez de buscar a alfabetização por meio de cartilhas e ensinar, por exemplo, “o boi baba” e “vovó viu a uva”, ele trabalhava as chamadas “palavras geradoras” a partir da realidade do cidadão. Por exemplo, um trabalhador de fábrica podia aprender “tijolo”, “cimento”, um agricultor aprenderia “cana”, “enxada”, “terra”, “colheita” etc. A partir da decodificação fonética dessas palavras, ia se construindo novas palavras e ampliando o repertório.
O método Paulo Freire estimula a alfabetização dos adultos mediante a discussão de suas experiências de vida entre si, através de palavras presentes na realidade dos alunos, que são decodificadas para a aquisição da palavra escrita e da compreensão do mundo.
Paulo Freire
Paulo Freire ganhou 41 títulos de doutor honoris causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford.
“A concepção freiriana procura explicitar que não há conhecimento pronto e acabado. Ele está sempre em construção”, explica Sonia Couto Souza Feitosa, coordenadora do Centro de Referência Paulo Freire (CRPF), entidade mantida pelo Instituto Paulo Freire. “Aprendemos ao longo da vida e a partir das experiências anteriores, o que faz cair por terra a tese de que alguém está totalmente pronto para ensinar e alguém está “totalmente” pronto para receber esse conhecimento, como uma transferência bancária. Esse caráter político, libertador, conscientizador é o diferencial da metodologia de Paulo Freire dos demais métodos de alfabetização.”
O método Paulo Freire foi desenvolvido no início dos anos 1960 no Nordeste, onde havia um grande número de trabalhadores rurais analfabetos e sem acesso à escola, formando um grande contingente de excluídos da participação social. Com o golpe militar de 1964, Paulo Freire foi preso e exilado, e seu trabalho interrompido.
“Já naquela época Paulo Freire defendia um conceito de alfabetização para além da decodificação dos códigos linguísticos, ou seja, não basta apenas saber ler e escrever, mas fazer uso social e político desse conhecimento na vida cotidiana”, explica Sonia, que é licenciada em Letras e Pedagogia, com mestrado e doutorado pela Faculdade de Educação da USP.
Desde seus primeiros escritos, Paulo Freire considerou a escola muito mais do que as quatro paredes da sala de aula. Apesar de aplicado entre jovens e adultos, o método também pode ajudar na alfabetização e letramento de crianças.
O método Paulo Freire é dividido em três etapas. Na etapa de Investigação, aluno e professor buscam, no universo vocabular do aluno e da sociedade onde ele vive, as palavras e temas centrais de sua biografia. Na segunda etapa, a de tematização, eles codificam e decodificam esses temas, buscando o seu significado social, tomando assim consciência do mundo vivido. E no final, a etapa de problematização, aluno e professor buscam superar uma primeira visão mágica por uma visão crítica do mundo, partindo para a transformação do contexto vivido.
Nascido no Recife, Freire ganhou 41 títulos de doutor honoris causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford. Ele morreu em maio de 1997, e no ano passado foi declarado patrono da educação brasileira. “O legado que ele nos deixa, entre tantas contribuições, é de esperança”, destaca a coordenadora. “Um legado de entender a educação como espaço de transformação social, que nos ajuda não só a ler a história, mas sermos também escritores da história.”
Referências:
ZAULI, Fernanda. Método Paulo Freire de alfabetização: as lembranças emocionadas da 1ª turma. [Artigo informativo]. In: Portal G1 RN. Natal, Rio Grande do Norte: Pragmatismo Político, 2013.
Por Fernanda ZauliG1 RN
Poemas e pensamentos de Paulo Freire
Verdades da Profissão de Professor
Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.
A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.
(Paulo Freire)
" A creditamos que a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.
Se a nossa opção é progressiva, se estamos a favor da vida e não da morte, da equidade e não da injustiça, do direito e não do arbítrio, da convivência com o diferente
e não de sua negação, não temos outro caminho se não viver a nossa opção.
Encarná-la, diminuindo, assim, a distância entre o que dizemos e o que fazemos"
(Paulo Freire)
Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.
(Paulo Freire)
Se a educação sozinha não pode tranformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda.
(Paulo Freire)
Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão
(Paulo Freire)
A humildade exprime, uma das raras certezas de que estou certo: a de que ninguém é superior a ninguém.
(Paulo Freire)
Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade.
(Paulo Freire)
A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.
(Paulo Freire)
Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.
(Paulo Freire)
As terríveis conseqüências do pensamento negativo são percebidas muito tarde.
(Paulo Freire)
Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela coerentes.
(Paulo Freire)
“Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.”
(Paulo Freire)
Ai daqueles que pararem com sua capacidade de sonhar, de invejar sua coragem de anunciar e denunciar. Ai daqueles que, em lugar de visitar de vez em quando o amanha pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e o agora, se atrelarem a um passado de exploração e de rotina.
(Paulo Freire)
(...) todo amanhã se cria num ontem, através de um hoje (...). Temos de saber o que fomos, para saber o que seremos”
(Paulo Freire)
Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.
(Paulo Freire)
"A liberdade, que é uma conquista, e não uma doação, exige permanente busca. Busca permanente que só existe no ato responsável de quem a faz. Ninguém tem liberdade para ser livre: pelo contrário, luta por ela precisamente porque não a tem. Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho, as pessoas se libertam em comunão."
(Paulo Freire)
O amor é uma intercomunicação íntima de duas consciências que se respeitam. Cada um tem o outro como sujeito de seu amor. Não se trata de apropriar-se do outro.”
(Paulo Freire)
A teoria sem a prática vira 'verbalismo', assim como a prática sem teoria, vira ativismo. No entanto, quando se une a prática com a teoria tem-se a práxis, a ação criadora e modificadora da realidade.
(Paulo Freire)
A Educação qualquer que seja ela, é sempre uma teoria do conhecimento posta em prática.
Paulo Freire
(Paulo Freire)
“Para a concepção crítica, o analfabetismo nem é uma ‘chaga’, nem uma ‘erva daninha’ a ser erradicada (...), mas uma das expressões concretas de uma realidade social injusta.”
(Ação Cultural para a Liberdade, 1976)
Paulo Freire
Paulo Freire : Biografia resumida - O caminho de um Educador
Nasceu em Recife em 1921 e faleceu em 1997. É considerado um dos grandes pedagogos da atualidade e respeitado mundialmente. Em uma pesquisa no Altavista encontramos um número maior de textos escritos em outras línguas sobre ele, do que em nossa própria língua.
Embora suas idéias e práticas tenham sido objeto das mais diversas críticas, é inegável a sua grande contribuição em favor da educação popular. Publicou várias obras que foram traduzidas e comentadas em vários países.
Suas primeiras experiências educacionais foram realizadas em 1962 em Angicos, no Rio Grande do Norte, onde 300 trabalhadores rurais se alfabetizaram em 45 dias. Participou ativamente do MCP (Movimento de Cultura Popular) do Recife. Suas atividades são interrompidas com o golpe militar de 1964, que determinou sua prisão. Exila-se por 14 anos no Chile e posteriormente vive como cidadão do mundo. Com sua participação, o Chile, recebe uma distinção da UNESCO, por ser um dos países que mais contribuíram à época, para a superação do analfabetismo.
Em 1970, junto a outros brasileiros exilados, em Genebra, Suíça, cria o IDAC (Instituto de Ação Cultural), que assessora diversos movimentos populares, em vários locais do mundo. Retornando do exílio, Paulo Freire continua com suas atividades de escritor e debatedor, assume cargos em universidades e ocupa, ainda, o cargo de Secretario Municipal de Educação da Prefeitura de São Paulo, na gestão da Prefeita Luisa Erundina, do PT.
Algumas de suas principais obras: Educação como Prática de Liberdade, Pedagogia do Oprimido, Cartas à Guiné Bissau, Vivendo e Aprendendo, A importância do ato de ler.
Pedagogia do Oprimido
Para Paulo Freire, vivemos em uma sociedade dividida em classes, sendo que os privilégios de uns, impedem que a maioria, usufrua dos bens produzidos e, coloca como um desses bens produzidos e necessários para concretizar o vocação humana de ser mais, a educação, da qual é excluída grande parte da população do Terceiro Mundo. Refere-se então a dois tipos de pedagogia: a pedagogia dos dominantes, onde a educação existe como prática da dominação, e a pedagogia do oprimido, que precisa ser realizada, na qual a educação surgiria como prática da liberdade.
O movimento para a liberdade, deve surgir e partir dos próprios oprimidos, e a pedagogia decorrente será " aquela que tem que ser forjada com ele e não para ele, enquanto homens ou povos, na luta incessante de recuperação de sua humanidade". Vê-se que não é suficiente que o oprimido tenha consciência crítica da opressão, mas, que se disponha a transformar essa realidade; trata-se de um trabalho de conscientização e politização.
A pedagogia do dominante é fundamentada em uma concepção bancária de educação, (predomina o discurso e a prática, na qual, quem é o sujeito da educação é o educador, sendo os educandos, como vasilhas a serem enchidas; o educador deposita "comunicados" que estes, recebem, memorizam e repetem), da qual deriva uma prática totalmente verbalista, dirigida para a transmissão e avaliação de conhecimentos abstratos, numa relação vertical, o saber é dado, fornecido de cima para baixo, e autoritária, pois manda quem sabe.
Dessa maneira, o educando em sua passividade, torna-se um objeto para receber paternalisticamente a doação do saber do educador, sujeito único de todo o processo. Esse tipo de educação pressupõe um mundo harmonioso, no qual não há contradições, daí a conservação da ingenuidade do oprimido, que como tal se acostuma e acomoda no mundo conhecido (o mundo da opressão)- -e eis aí, a educação exercida como uma prática da dominação.
Referências
____. Paulo Freire : Biografia resumida - O caminho de um Educador. [Artigo]. Centro Refe educacional, 2013. Disponível em: www.centrorefeducacional.pro.br\paulo.html
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
Dilema Existencial (Poesia)
A loucura para uns, é a inteligência para outros
O lesado para alguns, é a alegria para outros
O sucesso para alguns, é a inveja para o outro
O despertar para uns, é o enlouquecer para outros.
A paixão para uns, é a perdição para outros
O pão para alguns, é a torrada de outros
O desafio para alguns, é o pesadelo para outros
O jogo de uns, é a diversão de outros.
A solidão de uns, é a liberdade de outros
O escutar de alguns, é o ouvir de outros
O chamar de alguns, é o reconhecer de outros
O prazer de uns, é o gostar de outros.
A aliança de uns, é a união de outros
O passar para alguns, é o ficar para outros
O equilíbrio para alguns, é o centrar de outros
O relembrar de uns, é o falar de outros.
No dizer popular, uns e alguns são os mesmos
No dizer formal, uns são outros, e os mesmos são eles
No jornal circular, outros são uns, e eles mesmos são alguns
No geral, existencial de alguns, eles são eles, alguns são alguns
No dizer, outros são outros, e loucos são loucos
Passa o dia, passa o tempo
A loucura passa, a doidice fica, o sonho permanece
O sucesso aparece.
ARANTES, Alessandro de Oliveira. Dilema Existencial. Poesia. Belford Roxo: Pescando Letras, 2013.
O lesado para alguns, é a alegria para outros
O sucesso para alguns, é a inveja para o outro
O despertar para uns, é o enlouquecer para outros.
A paixão para uns, é a perdição para outros
O pão para alguns, é a torrada de outros
O desafio para alguns, é o pesadelo para outros
O jogo de uns, é a diversão de outros.
A solidão de uns, é a liberdade de outros
O escutar de alguns, é o ouvir de outros
O chamar de alguns, é o reconhecer de outros
O prazer de uns, é o gostar de outros.
A aliança de uns, é a união de outros
O passar para alguns, é o ficar para outros
O equilíbrio para alguns, é o centrar de outros
O relembrar de uns, é o falar de outros.
No dizer popular, uns e alguns são os mesmos
No dizer formal, uns são outros, e os mesmos são eles
No jornal circular, outros são uns, e eles mesmos são alguns
No geral, existencial de alguns, eles são eles, alguns são alguns
No dizer, outros são outros, e loucos são loucos
Passa o dia, passa o tempo
A loucura passa, a doidice fica, o sonho permanece
O sucesso aparece.
ARANTES, Alessandro de Oliveira. Dilema Existencial. Poesia. Belford Roxo: Pescando Letras, 2013.
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Naturalismo
Século XIX. Nessa época surgiram novas concepções a respeito do homem e da vida em sociedade e os estudos da Biologia, Psicologia e Sociologia estavam em alta.
Os naturalistas começaram a analisar o comportamento humano e social, apontando saídas e soluções.
Aqui no Brasil, os escritores naturalistas ocuparam-se, principalmente, com os temas mais obscuros da alma humana (patológicos) e, por causa disso, outros fatos importantes da nossa história como a Abolição da Escravatura e a República foram deixados de lado.
O Naturalismo surgiu na França, em 1870, com a publicação da obra “Germinal” de Émile Zola. O livro fala das péssimas condições de vida dos trabalhadores das minas de carvão na França do século XIX.
O naturalismo é uma ramificação do Realismo e uma das suas principais características é a retratação da sociedade de uma forma bem objetiva.
Os naturalistas abordam a existência humana de forma materialista. O homem é encarado como produto biológico passando a agir de acordo com seus instintos, chegando a ser comparado com os animais (zoomorfização).
Segundo o Naturalismo, o homem é desprovido do livre-arbítrio, ou seja, o homem é uma máquina guiada por vários fatores: leis físicas e químicas, hereditariedade e meio social, além de estar sempre à mercê de forças que nem sempre consegue controlar. Para os naturalistas, o homem é um brinquedo nas mãos do destino e deve ser estudado cientificamente.
Características do Naturalismo
A principal característica do Naturalismo é o cientificismo exagerado que transformou o homem e a sociedade em objetos de experiências.
Descrições minuciosas e linguagem simples
Preferência por temas como miséria, adultério, crimes, problemas sociais, taras sexuais e etc. A exploração de temas patológicos traduz a vontade de analisar todas as podridões sociais e humanas sem se preocupar com a reação do público.
Ao analisar os problemas sociais, o naturalista mostra uma vontade de reformar a sociedade, ou seja, denunciar estes problemas, era uma forma de tentar reformar a sociedade.
Principais Autores
Aluísio Azevedo
Com a publicação de O Mulato (1881), Aluísio Azevedo consagrou-se como um escritor naturalista. A publicação dessa obra marca o início do Naturalismo brasileiro.
O livro (que não é a nossa obra naturalista mais marcante) causou impacto na sociedade, principalmente entre o clero e a alta sociedade de São Luís do Maranhão.
O Mulato aborda temas como o puritanismo sexual, o anticlericalismo e o racismo.
Em 1890, o Naturalismo atinge o seu ápice com a publicação de O cortiço (obra repleta de personagens marginalizados).
Inglês de Souza
Em 1891, Inglês de Souza publicou O Missionário, obra que aborda a influência do meio sobre o individuo.
Adolfo Caminha
Publicou as obras A Normalista, em 1892 e O bom crioulo, em 1895 que falam sobre desvios sexuais e mais especificamente, o homossexualismo em O bom crioulo.
A ficção regionalista (iniciada no Romantismo) teve continuidade durante o naturalismo. As principais obras regionalistas são:
Luzia-Homem de Domingos Olímpio.
Dona Guidinha do poço de Manuel de Oliveira Paiva.
Referências:
GOMES, Cristiana. Literatura: Naturalismo. [Artigo]. Movimentos Literários. Info-Escola, 2013. Disponível em: http://www.infoescola.com/literatura/naturalismo/
terça-feira, 23 de julho de 2013
Narração
A narração consiste em arranjar uma sequência de fatos na qual os personagens se movimentam num determinado espaço à medida que o tempo passa.
O texto narrativo é baseado na ação que envolve personagens, tempo, espaço e conflito. Seus elementos são: narrador, enredo, personagens, espaço e tempo.
Dessa forma, o texto narrativo apresenta uma determinada estrutura:
Esquematizando temos:
- Apresentação;
- Complicação ou desenvolvimento;
- Clímax;
- Desfecho.
Protagonistas e Antagonistas
A narrativa é centrada num conflito vivido pelos personagens. Diante disso, a importância dos personagens na construção do texto é evidente.
Podemos dizer que existe um protagonista (personagem principal) e um antagonista (personagem que atua contra o protagonista, impedindo-o de alcançar seus objetivos). Há também os adjuvantes ou coadjuvantes, esses são personagens secundários que também exercem papéis fundamentais na história.
Narração e Narratividade
Em nosso cotidiano encontramos textos narrativos; contamos e/ou ouvimos histórias o tempo todo.
Mas os textos que não pertencem ao campo da ficção não são considerados narração, pois essas não têm como objetivo envolver o leitor pela trama, pelo conflito.
Podemos dizer que nesses relatos há narratividade, que quer dizer, o modo de ser da narração.
Os Elementos da Narrativa
Os elementos que compõem a narrativa são:
- Foco narrativo (1º e 3º pessoa);
- Personagens (protagonista, antagonista e coadjuvante);
- Narrador (narrador-personagem, narrador-observador).
- Tempo (cronológico e psicológico);
- Espaço.
Referências:
CABRAL, Marina. Narração. Redação. [Artigo]. São Paulo: Brasil Escola, 2013. Disponível em: http://www.brasilescola.com/redacao/narracao.htm Acesso em: 23/07/2013.
O texto narrativo é baseado na ação que envolve personagens, tempo, espaço e conflito. Seus elementos são: narrador, enredo, personagens, espaço e tempo.
Dessa forma, o texto narrativo apresenta uma determinada estrutura:
Esquematizando temos:
- Apresentação;
- Complicação ou desenvolvimento;
- Clímax;
- Desfecho.
Protagonistas e Antagonistas
A narrativa é centrada num conflito vivido pelos personagens. Diante disso, a importância dos personagens na construção do texto é evidente.
Podemos dizer que existe um protagonista (personagem principal) e um antagonista (personagem que atua contra o protagonista, impedindo-o de alcançar seus objetivos). Há também os adjuvantes ou coadjuvantes, esses são personagens secundários que também exercem papéis fundamentais na história.
Narração e Narratividade
Em nosso cotidiano encontramos textos narrativos; contamos e/ou ouvimos histórias o tempo todo.
Mas os textos que não pertencem ao campo da ficção não são considerados narração, pois essas não têm como objetivo envolver o leitor pela trama, pelo conflito.
Podemos dizer que nesses relatos há narratividade, que quer dizer, o modo de ser da narração.
Os Elementos da Narrativa
Os elementos que compõem a narrativa são:
- Foco narrativo (1º e 3º pessoa);
- Personagens (protagonista, antagonista e coadjuvante);
- Narrador (narrador-personagem, narrador-observador).
- Tempo (cronológico e psicológico);
- Espaço.
Referências:
CABRAL, Marina. Narração. Redação. [Artigo]. São Paulo: Brasil Escola, 2013. Disponível em: http://www.brasilescola.com/redacao/narracao.htm Acesso em: 23/07/2013.
sexta-feira, 19 de julho de 2013
Inconstância dos bens do mundo (Gregório de Matos)
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
Referências:
MATOS GUERRA, Gregório de. Inconstância dos bens do mundo. Poemas de Gregório de Matos. [Poema]. Por: CATARINO, Dilson (Org.). Londrina, Paraná: Blog Profº Dilson Catarino, 2012. Disponível em: http://dilsoncatarino.blogspot.com.br/2012/10/poemas-de-gregorio-de-matos-guerra-o.html
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
Referências:
MATOS GUERRA, Gregório de. Inconstância dos bens do mundo. Poemas de Gregório de Matos. [Poema]. Por: CATARINO, Dilson (Org.). Londrina, Paraná: Blog Profº Dilson Catarino, 2012. Disponível em: http://dilsoncatarino.blogspot.com.br/2012/10/poemas-de-gregorio-de-matos-guerra-o.html
Vou abrir minha igreja e já volto!
O primeiro milagre do heliocentrismo
Eu, Claudio Angelo, editor de Ciência da Folha, e Rafael Garcia, repórter do jornal, decidimos abrir uma igreja. Com o auxílio técnico do departamento Jurídico da Folha e do escritório Rodrigues Barbosa, Mac Dowell de Figueiredo Gasparian Advogados, fizemo-lo. Precisamos apenas de R$ 418,42 em taxas e emolumentos e de cinco dias úteis (não consecutivos) .
É tudo muito simples. Não existem requisitos teológicos ou doutrinários para criar um culto religioso. Tampouco se exige número mínimo de fiéis. Com o registro da Igreja Heliocêntrica do Sagrado Evangelho e seu CNPJ, pudemos abrir uma conta bancária na qual realizamosaplicações financeiras isentas de IR e IOF. Mas esses não são os únicos benefícios fiscais da empreitada.
Nos termos do artigo 150 da Constituição, templos de qualquer culto são imunes a todos os impostos que incidam sobre o patrimônio, a renda ou os serviços relacionados com suas finalidades essenciais, as quais são definidas pelos próprios criadores. Ou seja, se levássemos a coisa adiante, poderíamos nos livrar de IPVA, IPTU, ISS, ITR e vários outros "Is" de bens colocados em nome da igreja.
Há também vantagens extratributárias. Os templos são livres para se organizarem como bem entenderem, o que inclui escolher seus sacerdotes. Uma vez ungidos, eles adquirem privilégios como a isenção do serviço militar obrigatório (já sagrei meus filhos Ian e David ministros religiosos) e direito a prisão especial.
VEJAM MAIS EM (Não é piada, existem mesmo!)
- Igreja da Água Abençoada
- Igreja Adventista da Sétima Reforma Divina
- Igreja da Bênção Mundial Fogo de Poder
- Congregação Anti-Blasfêmias
- Igreja Chave do Éden
- Igreja Evangélica de Abominação à Vida Torta (????)
- Igreja Batista Incêndio de Bênçãos
- Igreja Batista Ô Glória!
- Congregação Passo para o Futuro
- Igreja Explosão da Fé
- Igreja Pedra Viva
- Comunidade do Coração Reciclado
- Igreja Evangélica Missão Celestial Pentecostal
- Cruzada de Emoções
- Igreja C.R.B. (Cortina Repleta de Bênçãos)
- Congregação Plena Paz Amando a Todos
- Igreja A Fé de Gideão
- Igreja Aceita a Jesus
- Igreja Pentecostal Jesus Nasceu em Belém (do Pará?????)
- Igreja Evangélica Pentecostal Labareda de Fogo
- Congregação J. A. T. (Jesus Ama a Todos)
- Igreja Evangélica Pentecostal a Última Embarcação Para Cristo (quem perder vai ficar!!!)
- Igreja Pentecostal Uma Porta para a Salvação
- Comunidade Arqueiros de Cristo
- Igreja Automotiva do Fogo Sagrado
(ESSE DEVIA TER ABERTO UMA CONCESSIONÁRIA)
- Igreja Batista A Paz do Senhor e Anti-Globo
- Assembléia de Deus do Pai, do Filho e do Espírito Santo
- Igreja Palma da Mão de Cristo
- Igreja Menina dos Olhos de Deus
- Igreja Pentecostal Vale de Bênçãos
- Associação Evangélica Fiel Até Debaixo D’Água
- Igreja Batista Ponte para o Céu
- Igreja Pentecostal do Fogo Azul
- Comunidade Evangélica Shalom Adonai, Cristo!
- Igreja da Cruz Erguida para o Bem das Almas
- Cruzada Evangélica do Pastor Waldevino Coelho, a Sumidade
- Igreja Filho do Varão
(Opa!!! Se puxar o pai vai se dar bem!!!!)
- Igreja da Oração Eficiente
- Igreja da Pomba Branca
- Igreja Socorista Evangélica
- Igreja ‘A’ de Amor
(NESSA SÓ DEVE TER ADORADORES DA XUXA)
- Cruzada do Poder Pleno e Misterioso
- Igreja do Amor Maior que Outra Força
- Igreja Dekanthalabassi
(QUE LÍNGUA É ESSA GENTE????)
- Igreja dos Bons Artifícios
- Igreja Cristo é Show
- Igreja dos Habitantes de Dabir
- Igreja ‘Eu Sou a Porta’
- Cruzada Evangélica do Ministério de Jeová, Deus do Fogo
- Igreja da Bênção Mundial
- Igreja das Sete Trombetas do Apocalipse
- Igreja Barco da Salvação
- Igreja Pentecostal do Pastor Sassá
- Igreja Sinais e Prodígios
- Igreja de Deus da Profecia no Brasil e América do Sul
- Igreja do Manto Branco
- Igreja Caverna de Adulão
- Igreja Este Brasil é Adventista
- Igreja E..T.Q.B (Eu Também Quero a Bênção) (????????)
- Igreja Evangélica Florzinha de Jesus
(QUE DEUS ME PERDOE, MAS ISSO FICOU TÃO GAY)
- Igreja Cenáculo de Oração Jesus Está Voltando
- Ministério Eis-me Aqui
- Igreja Evangélica Pentecostal Creio Eu na Bíblia
- Igreja Evangélica A Última Trombeta Soará
- Igreja de Deus Assembléia dos Anciãos
- Igreja Evangélica Facho de Luz
- Igreja Batista Renovada Lugar Forte
- Igreja Atual dos Últimos Dias
- Igreja Jesus Está Voltando, Prepara-te
- Ministério Apascenta as Minhas Ovelhas
- Igreja Evangélica Bola de Neve
- Igreja Evangélica Adão é o Homem
(ALGUÉM TINHA ALGUMA DÚVIDA QUANTO A ISSO??????)
- Igreja Evangélica Batista Barranco Sagrado
- Ministério Maravilhas de Deus
- Igreja Evangélica Fonte de Milagres
- Comunidade Porta das Ovelhas
- Igreja Pentecostal Jesus Vem, Você Fica
(QUE EGOÍSTA)
- Igreja Evangélica Pentecostal Cuspe de Cristo
(o cara que aprovou isso tava bêbado)
- Igreja Evangélica Luz no Escuro
- Igreja Evangélica O Senhor Vem no Fim
(Só no fim?????)
- Igreja Pentecostal Planeta Cristo
- Igreja Evangélica dos Hinos Maravilhosos
- Igreja Evangélica Pentecostal da Bênção Ininterrupta
- Assembléia de Deus Batista A Cobrinha de Moisés
(COITADO DO MOISÉS TROCARAM O PAUZINHO DELE POR UMA COBRINHA rsrsrsrs)
- Assembléia de Deus Fonte Santa em Biscoitão
(SENHOR ISSO É HERESIA)
- “Igreija” Evangélica Muçulmana Javé é Pai
(PÔ, ESSE AQUI NÃO TEM NEM NOÇÃO DE RELIGIÃO! PERA AÍ, DEVE SER ASSIM Ó, MAOMÉ ESCREVEU O EVANGELHO E PRA RIMAR COM O NOME DELE DEU A PATERNIDADE A JAVÉ:) ME POUPE)
- Igreja Abre-te-Sésamo
(AHHHH, ESSA SIM, JÁTA NO ESQUEMA DE ALI BABA SÓ NÃO INFORMARAM COM QUANTOS LADRÕES.)
- Igreja Assembléia de Deus Adventista Romaria do Povo de Deus
- Igreja Bailarinas da Valsa Divina
(SERÁ QUE ESSA É MEIO CLUBE DA LULUZINHA??? OU SERÁ QUE HOMENS TB PODEM PARTICIPAR?)
- Igreja Batista Floresta Encantada
(FICA NA DISNEY ISSO????)
- Igreja da Bênção Mundial Pegando Fogo do Poder
- Igreja do Louvre
- Igreja ETQB, Eu Também Quero a Bênção
- Igreja Evangélica Batalha dos Deuses
(PENSEI QUE EVANGÉLICOS FOSSEM MONOTEÍSTAS)
- Igreja Evangélica do Pastor Paulo Andrade, O Homem que Vive sem Pecados (É o Cristo em pessoa??!!??!!)
- Igreja Evangélica Idolatria ao Deus Maior
- Igreja MTV, Manto da Ternura em Vida
- Igreja Pentecostal Marilyn Monroe
(ESSE DEVE TER PREMONIÇÕES HOLLYWOODIANAS)
- Igreja Quadrangular O Mundo É Redondo
(ISSO É SACANAGEM)
- Igreja Evangélica Florzinha de Jesus
(Londrina -PR) (AI MEU PAI)
- Igreja Pentecostal Trombeta de Deus
(Samambaia -DF)
- Igreja Pentecostal Alarido de Deus
(Anápolis -GO)
- Igreja pentecostal Esconderijo do Altíssimo
(Anápolis -GO) COITADO DO ALTÍSSIMO,VIROU FUGITIVO
- Igreja Batista Coluna de Fogo
(Belo Horizonte -MG)
- Igreja de Deus que se Reúne nas Casas
(Itaúna -MG)
- Igreja Evangélica Pentecostal a Volta do Grande Rei
(Poços de Caldas -MG)
- Igreja Evangélica Pentecostal Creio Eu na Bíblia
(Uberlândia -MG)
- Igreja Evangélica a Última Trombeta Soará
(Contagem -MG)
- Igreja Evangélica Pentecostal Sinal da Volta de Cristo
(Três Lagoas -MS)
- Igreja Evangélica Assembléia dos Primogênitos
(João Pessoa -PB)
- Ministério Favos de Mel
(Rio de Janeiro -RJ)
- Assembléia de Deus com Doutrinas e sem Costumes
(Rio de Janeiro -RJ)
´Tá bom ou quer mais??????
Referências:
ANGELO, Cláudio. Vou abrir minha igreja e já volto!. Artigo. São Paulo: Folha de S. Paulo, 2010.
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