Para estudar as linguagens, recorremos à semiologia, essa «ciência que estuda a vida dos signos no seio da vida social», e da qual o pai da linguística moderna, Ferdinand de Saussure, pressentiu a necessidade: «ela ensinar-nos-á em que consistem signos e que leis os regem”. Como ainda não existe não se pode dizer o que virá a ser; mas ela tem direito à existência, o seu lugar já está determinado».
De facto, mais de sessenta anos passados sobre esta declaração, não se pode dizer que a semiologia já esteja organizada e que as suas relações com a linguística que, segundo Saussure, não era então uma parte dessa ciência geral, sejam perfeitamente claras. Ao contrário, «surgem por todo o lado teorias e modelos» linguísticos, hipóteses de terminologia até ao esmigalha mento, até ao babelismo » . Não tentaremos acrescentar novas teorias. Contentar-nos-emos com utilizar a distinção fundamental de Saussure, entre língua e palavra, alargando a nossa noção de linguagem. Recorreremos igualmente ao seu sistema de análise do signo, significante, significado, que aplicaremos, não só ao signo linguístico, mas também a todos os signos. O audio-scripto-visual será uma classificação operacional.
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As linguagens são consideradas como sistemas de signos,... Distingue as linguagens de base, que são unidimensionais (no sentido em que jogam com um único modo de percepção) e as linguagens sintéticas, que implicam a fusão de duas linguagens de base; chega até à linguagem polissindética.
As linguagens de base são três: linguagem audio; linguagem visual e linguagem scripto, que diz respeito ao mundo especial da significação, a scriptosfera, criado por linguagens hibridas, tais como a escrita fonética, a notação musical e certas linguagens-máquinas.
Transcrito do livro "A era de EMEREC " de Jean Cloutier, Ministério da Educação e Investigação Científica - Instituto de Tecnologia Educativa, 1975.
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