domingo, 13 de novembro de 2011

O discurso literário contemporâneo

Os estudos atuais sobre a temática do discurso literário iniciou-se na Europa como uma teoria de análise, ligada à AD[1]. Essa teoria tratava de entender como o discurso literário era formado e como ele era composto.

No Brasil, o discurso literário ainda é uma área da linguagem voltada para a AD, e também para a lingüística textual, tendo como objetivo mostrar elementos constituintes dos textos literários, como a organização dos discursos, a heteroglossia, a plurivoricidade, a intertextualidade, a alteridade, etc.

Destacam-se com trabalhos e estudos sobre a temática, o filólogo francês Dominique Maingueneau. Em seus ensaios nos mostra uma nova visão sobre o tema e considerado por muitos uns dos expoentes dessa área; em seus estudos, Maingueneau mostra uma série de condições para uma análise do discurso literário. Também o autor fala em um de seus trabalhos sobre o discurso literário como discurso constituinte, assunto que também foi abordado por Bakhtin/Voloshinov (1929), em Marxismo e filosofia da linguagem, e por Fiorin (2003), Campos (2009) e Brait (2009).

Maingueneau (2009, p. 60) distingue o discurso literário e o discurso não literário, a partir de uma análise conseqüente do discurso literário, onde se deve fundar-se em conceitos e métodos de que parcela ponderável é válida para outros tipos de discurso (MAINGUENEAU, 2009, p. 60). Também, segundo o autor, existe uma imensa variedade de discursos literários, o que ele chama de discursos constituintes, e que eles são interligados uns aos outros.

O discurso literário não é isolado, ainda que tenha sua especificidade: ele participa de um plano determinado da produção verbal, o dos discursos constituintes, categoria que permite melhor as relações entre literatura e filosofia, literatura e religião, literatura e mito, literatura e ciência. A categoria “discurso constituinte” [2] não é um campo de estudo seguro de suas fronteiras, mas um programa de pesquisas que permite identificar certo número de invariantes, bem como postular maneiras umas quantas questões inéditas (MAINGUENEAU, 2009, p. 60).

O discurso literário contemporâneo ainda mantém em sua forma, os pressupostos abordados por Maingueneau, o discurso contemporâneo proporciona uma passividade de análise textual, o que nos faz entender que esses discursos são distintos entre si, seja ele literário, religioso, o científico, o filosófico, etc. (MAINGUENEAU, 2009, p. 60 e 61).



[1] AD, sigla pela qual a Análise do Discurso é conhecida.

[2] Essa noção foi introduzida num artigo de 1995; D. Maingueneau e F. Cossurta, “L’analyse dês discours constituants”, Languages, 117.


Referências

ARANTES, Alessandro de O. O discurso literário contemporâneo. In: Aspectos dialógicos em "O moço do saxofone". Cap. 2. p. 26-27. UERN/NAESM, Macau, 2011. [Monografia de Letras]



Um comentário:

  1. Monografia defendida no dia 4 de novembro de 2011, e conceituada com a nota 9,0, na disciplina de Seminário de Monografia, do curso de Letras do Núcleo Avançado de Ensino Superior de Macau, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

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